terça-feira, 6 de setembro de 2011

A VERDADEIRA AMEAÇA ÀS FAMÍLIAS PORTUGUESAS

A verdadeira ameaça às famílias portuguesas
29 Agosto2011 
Camilo Lourenço - camilolourenco@gmail.com


O Presidente da República, que costuma falar quando não deve e que não abre a boca quando é preciso, diz-se surpreendido
O Presidente da República, que costuma falar quando não deve e que não abre a boca quando é preciso, diz-se surpreendido (vá lá, não foi pelo Facebook…) porque o debate sobre a tributação dos ricos esqueceu o imposto sobre sucessões e doações: "O imposto existe na generalidade dos países e visa corrigir a distribuição de riqueza quando alguém recebe, por herança ou doação, algo que não ajudou a construir". Só uma perguntinha: quando alguém deixa, em herança, empresas que criam riqueza e postos de trabalho, esse património deve ser tributado? Adiante…

Eis o nível do debate sobre a tributação dos ricos: soa a "Maria-vai-com-as-outras" (foi preciso os ricos porem-se a jeito, lá fora, para os nossos políticos saltarem para a carruagem); e tresanda a populismo: finge-se que os sacrifícios são para todos, quando se sabe que o imposto vai render muito pouco, dada a dificuldade em apurar elementos que fundamentem a tributação. Fora a fuga de capitais: não foi por isto (evitar perder competitividade) que o imposto sobre o 13º mês deixou de fora dividendos e juros de depósitos…?

O Presidente diz que os limites aos sacrifícios pedidos aos portugueses "não devem estar muito longe". É lamentável que ele, e o resto da classe política, não percebam que a verdadeira ameaça às famílias (e às empresas) não é essa; é a despesa pública. Porque é essa doença de o Estado se meter em tudo e mais alguma coisa (e não sair de lá) que explica a pressão cada vez mais asfixiante dos impostos. Que Cavaco não fale no assunto, porque pactuou com o "Monstro" quando foi 1º ministro, é uma coisa. Que o resto da malta vá na conversa, é uma vergonha.

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