Pedro Rocha 05/09/2011 Dinheiro Vivo
Pedro Passos Coelho disse no fim-de-semana em Castelo de Vide, durante o encerramento da Universidade de Verão do PSD, que espera fazer do próximo ano, "o ano do princípio do fim da emergência nacional". Mas é dentro do próprio Partido Social Democrata que têm surgido várias críticas em relação aos últimos anúncios de aumento de impostos e ao sucessivo adiamento do corte da despesa.
Eduardo Catroga - Em entrevista ao Diário Económico, o antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva acredita que o Governo irá reduzir o número de empresas públicas: "Com toda a certeza que o Governo vai definir um conjunto de critérios para a extinção dos institutos, de fundações, de empresas municipais, de empresas regionais". Para que esta extinção seja possível, Catroga espera que o Executivo de Passos Coelho reveja a lei das finanças regionais e locais, de forma a impor a "disciplina financeira porque sem sustentabilidade das Finanças Públicas não haverá retorno das condições de crescimento económico - o grande desafio que temos pela frente."
Marcelo Rebelo de Sousa - “Falta a ideia de uma reforma do Estado" disse Marcelo Rebelo de Sousa no seu comentário habitual de domingo após o telejornal da noite na TVI. Para o comentador, o Governo não está a transmitir a ideia de reforma do Estado e consequente corte na despesa. Ou seja, para Rebelo de Sousa o Governo não está a cumprir aquilo que prometeu durante a campanha eleitoral. “Acho que o Governo faz isto [os anúncios dos impostos e de cortes] mal feito. Foi feito às pinguinhas, de improviso, não de uma vez só”, afirmou o comentador. E embora concorde com a carga fiscal do 1º escalão - onde diz que se encontra - para o 2º escalão - onde estão as pessoas que ganham 3000 euros, o aumento de impostos e os cortes nas regalias sociais são “um bocado de mais”.
Manuela Ferreira Leite - Num artigo de opinião publicado no caderno de economia do Expressso deste fim-de-semana, Manuela Ferreira Leite critica as medidas apresentadas pelo Governo e explica que não está satisfeita com "a tributação em IRS dos ricos", uma vez que esta "é politicamente muito atractiva e simultaneamente muito perigosa". Por outro lado, Ferreira Leite explica que cortar nas deduções das despesas de saúde no IRS poderá um efeito contrário ao esperado: "O que se ganha com a diminuição das deduções não compensa o que se perde em tributação de rendimentos”.
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