quarta-feira, 31 de agosto de 2011

HUMOR EM TEMPO DE CRISE

JUDEU MODERNO CONVERSANDO COM DEUS NO MURO DAS LAMENTAÇÕES!!!




Judeu: Deus?
Deus: Sim!
Judeu: Eu posso lhe perguntar algo?
Deus: Claro, meu filho !
Judeu: O que é um milhão de anos para você?
Deus: Um segundo.
Judeu: E um milhão de dólares?
Deus: Um centavo.
Judeu: Deus, você pode me dar um centavo?
Deus: Espere um segundo...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY



Vive o hoje,


pois o ontem já se foi


e o amanhã talvez não venha.

Antoine de Saint-Exupéry

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

JORGE PALMA - TUDO POR UM BEIJO

PORTUGAL - FIGUEIRA DA FOZ

INVENÇÃO PORTUGUESA - EMBALAGENS COMESTÍVEIS

Especialistas portugueses desenvolvem embalagem comestível
25/08/2011
Redacção Planetazul

As Nanopacksafer são embalagens e têm três pontos a seu favor. Estão a ser desenvolvidas por especialistas portugueses (não nos obriga a importar), são comestíveis (menos resíduos) e aumentam o ciclo de vida natural dos alimentos (menos desperdício). É verdade. Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho (UM) desenvolveu uma embalagem que se pode comer.

Na prática, trata-se uma camada fina e invisível que se coloca em volta dos alimentos. De acordo com um artigo online do semanário Expresso do início de Agosto, que cita a UM, estas “caixas” foram inventadas com o objectivo de “desenvolver embalagens alimentares com melhores propriedades antimicrobianas”, recorrendo a nanotecnologia.

Só há um ponto negativo. Existe interesse de várias empresas na invenção e espera-se que chegue ao mercado em breve, mas o responsável pela investigação, José Teixeira, admitiu que os “custos materiais e humanos associados continuam muito elevados”. Teremos de esperar para comer a caixa.

MANIFESTAÇÃO NACIONAL PARA 1 DE OUTUBRO

CGTP marca manifestação nacional para 1 de Outubro

Denise Fernandes
29/08/11

A CTGP agendou para 1 de Outubro uma manifestação nacional, em Lisboa e no Porto, contra “o empobrecimento e as injustiças”.

A central sindical já tinha adiantado, em declarações feitas ao Diário Económico, que estava a preparar uma manifestação nacional e a ponderar igualmente uma greve geral. A manifestação foi hoje confirmada para 1 de Outubro nas duas maiores cidades do País - Lisboa e Porto - e será o primeiro protesto desde a entrada do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal.

Falta agora saber se a UGT vai alinhar nesta contestação e se os sindicatos vão mesmo convocar uma greve geral para responder à austeridade.

A ACTUALIDADE DE KARL MARX



As crises , segundo Marx, originam-se nos países ricos e espraiam-se, por meio das dívidas externas, para os países pobres, que as pagam por meio da senhoriagem estabelecida pelas moedas mais fortes sobre as moedas mais fracas nas relações de trocas internacionais. Quando a sobreacumulação de capital se estabelece, o centro empurra para a periferia os papagaios e convoca a imprensa subalterna aos interesses do capital para explicar à sociedade os argumentos do capital para que obedeça as regras que devem ser seguidas em forma dos ajustes fiscais que estouram sempre para o lado mais fraco, ou seja, o dos assalariados, tornando-se, literalmente, culpados pelos males gerais, entre os quais a inflação.

UM EXEMPLO A SEGUIR PELOS MILIONÁRIOS PORTUGUESES

Milionário paga poucos impostos e quer pagar mais

«Parem de mimar os super ricos!», diz Warren Buffett

Por: Redacção / PGM | 15- 8- 2011

É o terceiro homem mais rico do mundo (segundo a lista da Forbes tem uma fortuna avaliada em 50 mil milhões de dólares, ultrapassada apenas pelas fortunas de Carlos Slim e Bill Gates) e mesmo assim acha que está na hora de os governantes pararem de mimar os milionários.

Dirigindo-se ao Congresso dos EUA, Warren Buffett diz que está na hora de aumentar os impostos sobre os mais ricos para ajudar a baixar o défice, uma medida que, garante, não vai prejudicar os investimentos.

«Eu e os meus amigos temos sido mimados tempo suficiente por um Congresso amigo dos milionários. É tempo de o nosso Governo começar a levar o sacrifício partilhado a sério», afirmou o milionário de 80 anos num artigo de opinião publicado no «The New York Times».

O empresário, que lidera o conglomerado Berkshire Hathaway, disse que no ano passado, os impostos que pagou ao Governo Federal não chegou aos 6,94 milhões de dólares. «Parece muito dinheiro. Mas o que eu paguei foi apenas 17,4% do meu rendimento colectável e na verdade, essa taxa é inferior àquela que pagaram as outras 20 pessoas que trabalham no nosso escritório. A carga fiscal dessas pessoas oscilou entre os 33 e os 41%, ficando em média nos 36%», afirmou.

O milinário adverte ainda que «os americanos estão a perder rapidamente a fé na abilidade do Congresso para lidar com os problemas orçamentais do país. Só uma acção imediata, real e muito substancial pode impedir que a dúvida se transforme em desesperança».

O empresário garante que não será a maior carga fiscal que vai desencorajar o investimento. «Trabalho com investidores há 60 anos e ainda não vi ninguém (nem mesmo quando as taxas de ganhos de capital eram de 39,9% em 1976-77) afastar-se de um bom investimento por causa da taxa de imposto sobre os potenciais lucros. As pessoas investem para fazer dinheiro e os impostos nunca as afugentaram».

OS RICOS DEVEM PAGAR A CRISE?


Ricos devem pagar a crise? Os nossos têm dúvidas.

São ricos, mas trabalham e, por isso, alguns milionários portugueses consideram-se apenas isso mesmo: trabalhadores. Daí que não considerem ter uma responsabilidade especial na resolução da crise. Outros até estariam dispostos a pagar mais impostos, como defendem também vários detentores de grandes fortunas em França.

O líder da Corticeira Amorim que é, de resto, o homem mais rico do país, disse ao «Jornal de Negócios» que não se considera rico. «Sou trabalhador», diz Américo Amorim, garantindo assim não passar de um simples assalariado.

Manuel Violas, dono de cinco casinos em Portugal e também accionista da UNICER, é o detentor da oitava maior fortuna do país e está disponível para pagar mais impostos em prol da crise, mas se todos ajudarem.

Joe Berardo também considera que «se houver uma taxa especial todos devemos contribuir», mas «mais importante do que essa contribuição é que os empresários que têm riqueza criem postos de trabalho». E, «mesmo que todos ajudassem um pouco, não se resolvia o problema da dívida».

Afastando prontamente o rótulo de milionário, André Jordan, empresário do sector do Turismo duvida do impacto de um imposto especial para milionários na redução do défice, embora reconheça que teria «um valor simbólico grande».

O empresário Patrick Monteiro de Barros não entende a proposta, questionando qual seria a contrapartida exigida: «Se é um acto solidário é uma coisa, agora imagine se é uma proposta para o doutor Sarkozy mudar a sua perspectiva sobre os eurobonds» (euro-obrigações).

Desta feita ao «Diário Económico», o líder dos Cimentos Liz, Luís de Mello Champalimaud, lembrou que já na altura do 25 de Abril de 1974 existia o slogan «os ricos que paguem a crise». A chave para o problema está antes, argumenta, na Justiça: quando ela começar a ser eficaz e mais rápida e quando os contribuintes e os seus impostos passarem a ser respeitados, muitos problemas verão uma luz ao fundo do túnel.

Quem dá o seu aval à proposta francesa de os milionários pagarem mais impostos é José Roquette. O dono da Herdade do Esporão sugere a criação de uma sobretaxa em sede de IRC a ser aplicada a grandes empresas e seus accionistas.

Filipe de Botton, o líder da Logoplaste, entende que momentos excepcionais exigem respostas também elas excepcionais, pelo que acredita que, dentro de um quadro de razoabilidade, todos os empresários portugueses verão com bons olhos medidas que reduzam as desigualdades sociais.

Na mesma linha, o patrão da Iberomoldes, Henrique Neto, mostra-se disponível para uma contribuição especial. Ao mesmo jornal lembrou que já defendeu e até escreveu que o Orçamento do Estado para este ano devia incluir já um imposto especial para rendimentos superiores a 100 mil euros, um imposto com um grau progressivo de aumento para rendimentos acima desse patamar.

Em Espanha, embora esteja de parte, por «falta de tempo», a criação de um imposto especial, os mais ricos podem ver agravadas as contribuições fiscais já existentes.
ostos/miliona...

Há alguns que se consideram simples assalariados, outros que até não se importam de ajudar, mas duvidam que isso resolva alguma coisa
São ricos, mas trabalham e, por isso, alguns milionários portugueses consideram-se apenas isso mesmo: trabalhadores. Daí que não considerem ter uma responsabilidade especial na resolução da crise. Outros até estariam dispostos a pagar mais impostos, como defendem também vários detentores de grandes fortunas em França.

O líder da Corticeira Amorim que é, de resto, o homem mais rico do país, disse ao «Jornal de Negócios» que não se considera rico. «Sou trabalhador», diz Américo Amorim, garantindo assim não passar de um simples assalariado.

Manuel Violas, dono de cinco casinos em Portugal e também accionista da UNICER, é o detentor da oitava maior fortuna do país e está disponível para pagar mais impostos em prol da crise, mas se todos ajudarem.

Joe Berardo também considera que «se houver uma taxa especial todos devemos contribuir», mas «mais importante do que essa contribuição é que os empresários que têm riqueza criem postos de trabalho». E, «mesmo que todos ajudassem um pouco, não se resolvia o problema da dívida».

Afastando prontamente o rótulo de milionário, André Jordan, empresário do sector do Turismo duvida do impacto de um imposto especial para milionários na redução do défice, embora reconheça que teria «um valor simbólico grande».

O empresário Patrick Monteiro de Barros não entende a proposta, questionando qual seria a contrapartida exigida: «Se é um acto solidário é uma coisa, agora imagine se é uma proposta para o doutor Sarkozy mudar a sua perspectiva sobre os eurobonds» (euro-obrigações).

Desta feita ao «Diário Económico», o líder dos Cimentos Liz, Luís de Mello Champalimaud, lembrou que já na altura do 25 de Abril de 1974 existia o slogan «os ricos que paguem a crise». A chave para o problema está antes, argumenta, na Justiça: quando ela começar a ser eficaz e mais rápida e quando os contribuintes e os seus impostos passarem a ser respeitados, muitos problemas verão uma luz ao fundo do túnel.

Quem dá o seu aval à proposta francesa de os milionários pagarem mais impostos é José Roquette. O dono da Herdade do Esporão sugere a criação de uma sobretaxa em sede de IRC a ser aplicada a grandes empresas e seus accionistas.

Filipe de Botton, o líder da Logoplaste, entende que momentos excepcionais exigem respostas também elas excepcionais, pelo que acredita que, dentro de um quadro de razoabilidade, todos os empresários portugueses verão com bons olhos medidas que reduzam as desigualdades sociais.

Na mesma linha, o patrão da Iberomoldes, Henrique Neto, mostra-se disponível para uma contribuição especial. Ao mesmo jornal lembrou que já defendeu e até escreveu que o Orçamento do Estado para este ano devia incluir já um imposto especial para rendimentos superiores a 100 mil euros, um imposto com um grau progressivo de aumento para rendimentos acima desse patamar.

INDONÉSIA - ILHA DAS FLORES

Flores (Indonésia)

Flores é uma ilha da Insulíndia. Faz parte das Pequenas Ilhas de Sonda, um arco insular com uma área estimada de 14.300 km² estendendo-se para leste da ilha Java na Indonésia. Flores está localizada a leste de Sumbawa e Komodo, e a oeste de Lomblen (ou Lembata) e do Arquipélago Alor. A sudeste fica Timor. A sul, além do estreito de Sumba, fica Sumba e a norte, para lá do Mar das Flores, fica Celebes (ou Sulawesi). Foi possessão portuguesa desde do século XVI a XIX, tendo sido cedida aos holandeses em 1856 juntamente com as restantes ilhas de Sonda.

Flores faz parte da província Indonésia de East Nusa Tenggara. A ilha está dividida nos seguintes cinco distritos, de oeste para este: Manggarai, Ngada, Ende, Sikka e Flores Timur.
A costa ocidental da ilha é um dos poucos lugares do mundo, para lá da ilha de Komodo, onde vive o dragão-de-komodo em estado selvagem. Outro animal endémico é o rato-gigante-de-flores. No passado, a ilha teria abrigado cegonhas cuja altura equivaleria à de um homem adulto.[1]

Em Setembro de 2003 foram descobertos esqueletos fósseis de uma espécie de hominídeo, previamente desconhecida, na gruta Liang Bua na parte ocidental da ilha. O Homo floresiensis, também conhecido pelo nome carinhoso de hobbit, aparenta ser uma versão pequena do Homo erectus com aproximadamente um metro de altura.

Os comerciantes e missionários Portugueses estabeleceram-se nesta ilha no século XVI, principalmente nas regiões de Larantuka e Sikka. A sua influência é ainda hoje discernível no falar e na cultura de Sikka.

A população de Flores é católica na sua quase totalidade, consequência de em Larantuca ter sido fundada uma das primeiras missões abertas pelos dominicanos portugueses, em finais do século XVI.

Todos os anos é celebrada a Semana Santa, que mantém a terminologia portuguesa e muitos dos costumes específicos da celebração desta cerimónia em Portugal. Grande parte da população católica sabe ainda hoje rezar em português antigo, apesar de o falar correcto da língua portuguesa já se ter perdido na região. Muitas destas tradições são mantidas pela Confraria de Nossa Senhora do Rosário que ao longo de quatro séculos presiste, continuando a chamar-se Confreria Reinha Rosari.

Ilha indonésia das Flores quer renovar contactos com Portugal

Jacarta - A intensificação do relacionamento com Portugal foi uma das principais conclusões do seminário internacional «Flores e Portugal: da interculturalidade à cooperação diversificada» que reuniu recentemente em Maumere, ilha indonésia das Flores, vários especialistas e governantes locais.

Na sessão de abertura do seminário participaram todos os seis distritos da ilha das Flores, que foi território português até 1856, e representantes dos distritos das ilhas de Lembata e Alor.

De acordo com uma nota da Embaixada de Portugal em Jacarta, «os autarcas consideraram vantajosa a cooperação diversificada que poderá resultar do estabelecimento de contactos regulares com municípios portugueses».

Valorizando em especial parcerias nas áreas da educação, formação profissional e turismo, decidiram ainda estabelecer um secretariado que articulará e incentivará o seu relacionamento com instituições portuguesas.

Os especialistas indonésios nas áreas da educação, linguística, arte, cultura, património cultural, história, antroplogia, filosofia e religião que estiveram presentes no evento apresentaram diversas comunicações, «tendo coincidido na necessidade de estas matérias-chave do relacionamento com Portugal deverem ser objecto sistemático de inventariação, abordagem científica e ampla divulgação», lê-se no mesmo documento.

Para este efeito, prevê-se, com o apoio das autoridades locais, a constituição de pequenas equipas luso-indonésias de especialistas nestes domínios e a consequente publicação em indonésio de pequenas monografias. As duas primeiras missões deverão ocorrer ainda este ano.

O seminário internacional foi organizado pela Universidade de Gadjah Mada com o apoio do Seminário Maior de Ledalero/Maumere, Governo de Sikka, Ministério da Cultura e do Turismo, Governo da Província de Nusa Tenggara Timur bem como da Fundação Gulbenkian, Fundação Oriente, Instituto Português do Oriente e a Embaixada de Portugal em Jacarta.

A ilha das Flores e ilhas adjacentes constituem a zona na Indonésia onde há uma maior densidade de vestígios portugueses e onde a regularidade de contactos com Portugal se prolongou até mais tarde (segunda parte do século XIX).
http://www.comunidades.net/noticia_comun.php?id=5704

500 ANOS DA CONQUISTA DE MALACA PELOS PORTUGUESES


Dom Ximenes Belo conquista a UC

18/05/2011 por UCV

http://ucv.ci.uc.pt/ucv/media/dom-ximenes-belo-conquer-the-university-of-coimbra#

Em 2011 celebram-se os 500 anos da conquista de Malaca pelos portugueses. Para assinalar esta data, o Centro de História da Sociedade e da Cultura da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra organizou uma exposição iconográfica e convidou o prémio Nobel da Paz, Dom Ximenes Belo para falar sobre a integração de culturas.


Associação Cultural Coração em Malaca
escreveu em 19/05/2011…

Comemorar 500 anos dos descobrimentos é o retomar da amizade dos Povos Cruzados. Nome do projeto que ACCM escolheu e deu início em Setembro de 2009 no Bairro Português de Malaca. Parabéns à UC pela iniciativa. Registamos com agrado a divulgação do grande património humano que os Portugueses de Malaca não querem deixar morrer. É por esta causa que a Associação avança e se move. Aceder ao nosso site e ao jornal Papia Português é partilhar com a comunidade luso descendente. www.accemkdim.com  Povos Cruzados:Futuros Possíveis  http://povos-cruzados.blogspot.com

Um abraço fraterno da Korsang di Melaka

Luisa Timóteo Presidente

BLACK PYRAMID - AND THE GODS MADE WAR



São notas tocadas de forma lenta e com uma distorção grande, em que cada acorde toma uma proporção gigante, qual parede de som que desaba sobre nós e acaba por nos envolver. Arrepia-te enquanto és puxado para outro mundo. Mundo de misticismos e magias, mundo oculto.
Música minimalista, ambiental e simples, mas não deixa de ser genial.
O vídeo é muito engraçado, se não gostares da música podes aproveitar para ver o vídeo.
Henrique

INDONÉSIA - ILHA LEMBATA - THE LAST HUNTERS




No outro dia vi um documentário dum povo indonésio da ilha de Lembata que caça baleias (uma por ano), e que sobrevive somente de tudo o que o mar lhe dá. Perseguem-na numas canoas a remos e vela e quando se aproximam dela há um pescador/caçador que se atira ao mar com um arpão enorme e o espeta na baleia. Modos de vida que a nós nos parecem impossíveis! http://www.youtube.com/watch?v=t5NFg7P_1jY .
Lembata é uma ilha entre Timor e Flores. Suspeito que nós, os portugueses, devemos ter por lá passado noutros tempos.
O vídeo é um bocado sangrento, mas pelo menos este povo não desperdiça nada nem caça em excesso como os bárbaros Japoneses. Caçam para comer e disso dependem, sendo que alguns perdem a vida nessa batalha.
Henrique

MEMÓRIAS DE UMA AULA NO LICEU DE SETÚBAL - 1967

MEMÓRIAS DE UMA AULA NO LICEU DE SETÚBAL (1967)

Barreiro, 4 de Outubro de 1967
(Quarta-feira)

Segundo dia de aulas. Continua o desassossego, com o pessoal a trocar beijos, abraços e confidências, depois desta longa separação que foram 3 meses e meio de férias. Estávamos todos fartos do verão, com saudades uns dos outros. A sala é a mesma do ano passado, no 1º andar e cheirava a nova, tudo encerado e polido, apesar do material já ser mais do que velho. Somos o 7.º A e como não chumbou nem veio ninguém de novo, a pauta é exactamente igual à do ano passado. Eu sou o n.º 34, e fico sen-tada na segunda fila, do lado da janela, cá atrás, que é o lugar dos mais altos.
Hoje tivemos, pela primeira vez, Organização Política e apareceu-nos um professor novo, acho que é a primeira vez que dá aulas em Setúbal, dizem que veio corrido de um liceu de Coimbra, por causa da política.
Já ontem se falava à boca cheia dele, havia malta muito excitada e con-tente porque dizem que ele é um fadista afamado. Tenho realmente uma vaga ideia de ouvir o meu tio Diamantino falar dele, mas já não sei se foi por causa da cantoria se por causa da política.
A Inês contou que ouviu o pai comentar, em casa, que o homem é todo revolucionário, arranja sarilhos por todo o lado onde passa. Ela diz que ele já esteve preso por causa da política, é capaz de ser comunista.
Diferente dos outros professores, é de certeza. Quando entrou na sala, já tinha dado o segundo toque, estava quase no limite da falta. Entrou por ali a dentro, todo despenteado, com uma gabardine na mão e enquanto a atirava para cima da secretária, perguntou-nos:
- Vocês são o 7.º A, não são? Desculpem o atraso mas enganei-me e fui parar a outra sala. Não faz mal. Se vocês chegarem atrasados também não vos vou chatear.
Tinha um ar simpático, ligeiro, um visual que não se enquadrava nada com a imagem de todos os outros professores. Deu para perceber que as primeiras palavras, aliadas à postura solta e descontraída, começavam a cativar toda a gente. A Carolina virou-se para trás e disse-me que já o tinha visto na televisão, a cantar Fado de Coimbra. Realmente o rosto não me era estranho. É alto, feições correctas, embora os dentes não sejam um modelo de perfeição e é bem parecido, digamos que um homem interessante para se olhar. O Artur soprou-me que ele deve ter uns 36 anos e acho que sim, nota-se que já é velho. Depois das primeiras palavras, sentou-se na secretária, abriu o livro de ponto, rabiscou o que tinha a escrever e ficou uns cinco minutos, em silêncio, a olhar o pátio vazio, através das janelas da sala, impecavelmente limpas.
Enquanto ele estava nesta espécie de marasmo nós começámos a bichanar uns com os outros, cada um emitindo a sua opinião, fazendo conjecturas. Às tantas, o bichanar foi subindo de tom e já era uma algazarra tão grande que parece tê-lo acordado. Outro qualquer professor já nos teria pregado um raspanete, coberto de ameaças, mas ele não disse nada, como se não tivesse ouvido ou, melhor, não se importasse. Aliás, aposto que nem nos ouviu. O ar dele, enquanto esteve ausente, era tão distante que mais parecia ter-se, efectivamente, evadido da sala. Quando recomeçou a falar connosco, em pé, em cima do estrado, já tinha ganho o primeiro round de simpatia.
Depois, veio o mais surpreendente:
- Bem, eu sou o vosso novo professor de Organização Política, mas devo dizer-vos que não percebo nada disto. Vocês já deram isto o ano passado, não foi? Então sabem, de certeza, mais que eu.
Gargalhada geral.
- Podem rir porque é verdade. Eu não percebo nada disto, as minhas dis-ciplinas, aquelas em que me formei, são História e Filosofia, não tenho culpa que me tivessem posto aqui, tipo castigo, para dar uma matéria que não conheço, nem me interessa. Podia estudar para vir aqui desbobinar, tipo papagaio, mas não estou para isso. Não entro em palhaçadas.
Voltámos a rir, numa sonora gargalhada, tipo coro afinado, mas ele ficou impávido e sereno. Continuava a mostrar um semblante discreto, calmo, simpático.
- Pois é, não vou sobrecarregar a minha massa cinzenta com coisas absolutamente inúteis e falsas. Tudo isto é uma fantochada sem interesse. Não vou perder um minuto do meu estudo com esta porcaria.
Começámos a olhar uns para outros, espantados; nunca na vida nos tinha
passado pela frente um professor com tamanha ousadia.
- Eu estudaria, isso sim, uma Organização Política que funcionasse, como noutros países acontece, não é esta fantochada que não passa de pura teoria. Na prática não existe, é uma Constituição carregada de falsidade. Portugal vive numa democracia de fachada, este regime que nos governa é uma ditadura desumana e cruel.
Não se ouvia uma mosca na sala. Os rostos tinham deixado cair o sorriso e estavam agora absolutamente atónitos, vidrados no rosto e nas palavras daquele homem ímpar. O que ele nos estava a dizer é o que ouvimos comentar, todos os dias, aos nossos pais, mas sempre com as devidas recomendações para não o repetirmos na rua porque nunca se sabe quem ouve. A Pide persegue toda a gente como uma nuvem de fumo branco, que se sente mas não se apalpa.
- Repito: eu não percebo nada desta disciplina que vos venho leccionar, nem quero perceber. Estou-me nas tintas para esta porcaria.
Mas, atenção, vocês é outra coisa. Vocês vão ter que estudar porque, no final do ano, vão ter que fazer exame para concluírem o vosso 7.º ano e poderem entrar na Faculdade. Isso, vocês tem que fazer. Estudar. Para serem homens e mulheres cultos para poderem combater, cada um onde estiver, esta ditadura infame que está a destruir a vossa pátria e a dos vossos filhos. Vocês são o amanhã e são vocês que têm que lutar por um novo país.
Não vão precisar de mim para estudar esta materiazinha de chacha, basta estudarem umas horas e empinam isto num instante. Isto não vale nada. Eu venho dar aulas, preciso de vir, preciso de ganhar a vida, mas as minhas aulas vão ser aulas de cultura e política geral. Vão ficar a saber que há países onde existem regimes diferentes deste, que nos oprime, países onde há liberdade de pensamento e de expressão, educação para todos, cuidados de saúde que não são apenas para os privilegiados, enfim, outras coisas que a seu tempo vos ensinarei.
Percebem? Nós temos que aprender a não ser autómatos, a pensar pela nossa cabeça. O Salazar quer fazer de vocês, a juventude deste país, car-neiros, mas eu não vou deixar que os meus alunos o sejam. Vou abrir-lhes a porta do conhecimento, da cultura e da verdade. Vou ensinar-lhes que, além fronteiras, há outros mundos e outras hipóteses de vida, que não se configuram a esta ditadura de miséria social e cultural.
Outra coisa: vou ter que vos dar um ponto por período porque vocês têm que ter notas para ir a exame. O ponto que farei será com perguntas do vosso livro que terão que ter a paciência de estudar. A matéria é uma falsidade do princípio ao fim, mas não há volta a dar, para atingirem os vossos mais altos objectivos. Têm que estudar. Se quiserem copiar é com vocês, não vou andar, feita toupeira, a fiscalizá-los, se quiserem trazer o livro e copiar, é uma decisão vossa, no entanto acho que devem começar a endireitar este país no sentido da honestidade, sim porque o nosso país é um país de bufos, de corruptos e de vigaristas. Não falo de vocês, jovens, falo dos homens da minha idade e mais velhos, em qualquer qua-drante da sociedade. Nós temos sempre que mostrar o que somos, temos que ser dignos connosco para sermos dignos com os outros. Por isso, acho que não devem copiar. Há que criar
princípios de honestidade e isso começa em vocês, os futuros homens e mulheres de Portugal. Não concordam?
Bem, por hoje é tudo, podem sair. Vemo-nos na próxima aula.
Espantoso. Quando ele terminou estava tudo lívido, sem palavras. Que fenómeno é este que aterrou em Setúbal?
Já me esquecia de escrever. Esta ave rara, o nosso professor de Organização Política, chamava-se Zeca Afonso.

 

ASSOCIAÇÃO JOSÉ AFONSO

Associação José Afonso‏
28/08/2011


É com enorme tristeza que a Associação José Afonso vos comunica o falecimento de um dos seus sócios-fundadores.
Natural de Setúbal, Vitor Serra era poeta e um incansável animador cultural: foi membro-fundador de vários grupos de teatro amador, colaborou em rádios locais, produziu e participou em inúmeros espectáculos musicais e recitais de poesia, tendo também ocupado cargos de direcção no Clube Recreativo Palhavã e Círculo Cultural Setúbal, onde dinamizou o festival “Cantar José Afonso”, que se realizou de 1988 a 1996.
O funeral realiza-se amanhã, às 15h, em Palmela.

Para onde vai o riacho
Que corre pela nossa vida ?
E que podemos fazer para encantar
Este silêncio que parte todos os dias à nossa frente
Enquanto esperamos que o vento nos abrace.

Victor Serra

Pela Direcção da

Associação José Afonso

António Sequeira