Flores (Indonésia)
Flores é uma ilha da Insulíndia. Faz parte das Pequenas Ilhas de Sonda, um arco insular com uma área estimada de 14.300 km² estendendo-se para leste da ilha Java na Indonésia. Flores está localizada a leste de Sumbawa e Komodo, e a oeste de Lomblen (ou Lembata) e do Arquipélago Alor. A sudeste fica Timor. A sul, além do estreito de Sumba, fica Sumba e a norte, para lá do Mar das Flores, fica Celebes (ou Sulawesi). Foi possessão portuguesa desde do século XVI a XIX, tendo sido cedida aos holandeses em 1856 juntamente com as restantes ilhas de Sonda.
Flores faz parte da província Indonésia de East Nusa Tenggara. A ilha está dividida nos seguintes cinco distritos, de oeste para este: Manggarai, Ngada, Ende, Sikka e Flores Timur.
A costa ocidental da ilha é um dos poucos lugares do mundo, para lá da ilha de Komodo, onde vive o dragão-de-komodo em estado selvagem. Outro animal endémico é o rato-gigante-de-flores. No passado, a ilha teria abrigado cegonhas cuja altura equivaleria à de um homem adulto.[1]
Em Setembro de 2003 foram descobertos esqueletos fósseis de uma espécie de hominídeo, previamente desconhecida, na gruta Liang Bua na parte ocidental da ilha. O Homo floresiensis, também conhecido pelo nome carinhoso de hobbit, aparenta ser uma versão pequena do Homo erectus com aproximadamente um metro de altura.
Os comerciantes e missionários Portugueses estabeleceram-se nesta ilha no século XVI, principalmente nas regiões de Larantuka e Sikka. A sua influência é ainda hoje discernível no falar e na cultura de Sikka.
A população de Flores é católica na sua quase totalidade, consequência de em Larantuca ter sido fundada uma das primeiras missões abertas pelos dominicanos portugueses, em finais do século XVI.
Todos os anos é celebrada a Semana Santa, que mantém a terminologia portuguesa e muitos dos costumes específicos da celebração desta cerimónia em Portugal. Grande parte da população católica sabe ainda hoje rezar em português antigo, apesar de o falar correcto da língua portuguesa já se ter perdido na região. Muitas destas tradições são mantidas pela Confraria de Nossa Senhora do Rosário que ao longo de quatro séculos presiste, continuando a chamar-se Confreria Reinha Rosari.
Ilha indonésia das Flores quer renovar contactos com Portugal
Jacarta - A intensificação do relacionamento com Portugal foi uma das principais conclusões do seminário internacional «Flores e Portugal: da interculturalidade à cooperação diversificada» que reuniu recentemente em Maumere, ilha indonésia das Flores, vários especialistas e governantes locais.
Na sessão de abertura do seminário participaram todos os seis distritos da ilha das Flores, que foi território português até 1856, e representantes dos distritos das ilhas de Lembata e Alor.
De acordo com uma nota da Embaixada de Portugal em Jacarta, «os autarcas consideraram vantajosa a cooperação diversificada que poderá resultar do estabelecimento de contactos regulares com municípios portugueses».
Valorizando em especial parcerias nas áreas da educação, formação profissional e turismo, decidiram ainda estabelecer um secretariado que articulará e incentivará o seu relacionamento com instituições portuguesas.
Os especialistas indonésios nas áreas da educação, linguística, arte, cultura, património cultural, história, antroplogia, filosofia e religião que estiveram presentes no evento apresentaram diversas comunicações, «tendo coincidido na necessidade de estas matérias-chave do relacionamento com Portugal deverem ser objecto sistemático de inventariação, abordagem científica e ampla divulgação», lê-se no mesmo documento.
Para este efeito, prevê-se, com o apoio das autoridades locais, a constituição de pequenas equipas luso-indonésias de especialistas nestes domínios e a consequente publicação em indonésio de pequenas monografias. As duas primeiras missões deverão ocorrer ainda este ano.
O seminário internacional foi organizado pela Universidade de Gadjah Mada com o apoio do Seminário Maior de Ledalero/Maumere, Governo de Sikka, Ministério da Cultura e do Turismo, Governo da Província de Nusa Tenggara Timur bem como da Fundação Gulbenkian, Fundação Oriente, Instituto Português do Oriente e a Embaixada de Portugal em Jacarta.
A ilha das Flores e ilhas adjacentes constituem a zona na Indonésia onde há uma maior densidade de vestígios portugueses e onde a regularidade de contactos com Portugal se prolongou até mais tarde (segunda parte do século XIX).
http://www.comunidades.net/noticia_comun.php?id=5704
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