sábado, 13 de junho de 2009

Comentário à "Especiaria"

(Foto:retirada da net)

"Deus quer, o Homem sonha e a obra nasce." (Fernando Pessoa)

Neste caso nasceu o romance a “Especiaria”.
Não me surpreendeu ler o livro, porque conhecendo o autor sei que ele é assim com a vida, tem garra , determinação e lutador de causas.
Foi bom "viajar" conhecendo outras culturas, outras pessoas, outras cores, outros cheiros.
Num mundo cada vez mais globalizado e plastificado a arte, a música a literatura ou outra expressão artística tem o poder de unir, contráriamente à politica ou à religião,que ao longo da História só tem dividido , arruinado e provocado guerras.
Todos diferentes,mas todos iguais.Em busca do eterno sonho de ser feliz,amar a vida ,semear algo e partilhar os talentos com os outros.
Por muito que as novas tecnologias facilitem a vida,nenhum computador substitui a riqueza do folhear das páginas de um livro.
(Alma rebelde)

Sobreviver é preciso

domingo, 7 de junho de 2009

COMENTÁRIO SOBRE A ESPECIARIA RETIRADO DO BLOGUE "À MARGEM".


Comentário de um anónimo

Sem tirar o mérito à obra há inverosimilhanças que ñ lhe ficam bem : uma Estalagem sec.XVI k em vez de um comedouro aberto p a rua,o tem no último andar...sem elevador... O nome dos hóspedes escrito na mesa qd só parte do clero e nobreza sabiam escrever...Uma conversa sb Inquisição (quem se atrevia?) entre um veneziano k vem pela 1º vez a Portugal e uma criada analfabeta.Um velho e uma grávida desnutridos k conseguem fazer uma jangada no meio do naufrágio... Troca de correspondência entre Mancini e Ester prisioneira, sendo esta analfabeta...


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Resposta a um anónimo: ."A Especiaria" é uma obra de ficção e neste género até podemos afirmar que o sol é habitado. .De acordo com a publicação da Câmara Municipal de Lisboa, "Lisboa Seiscentista" da autoria de Fernando Castelo Branco, "A Estalagem Nova" existiu no Rossio e não nenhum desprestigiado "comedouro". .Já os romanos, uns séculos antes de Cristo, faziam edifícios de apartamentos com 3,4 e 5 pisos, sem elevador. Mancini era um cidadão estrangeiro, comerciante culto, viajado, destemido, com ideias próprias, contemporâneo dos grandes movimentos sociais da Europa de então, que se achava no direito de comentar a forma como a Inquisição pregava a Fé. Nem todos se acobardam perante o poder e a injustiça, é por essa razão que se fazem revoluções e os cárceres estão cheios. . Quando se trata de sovreviver, sem ajudas divinas ou outras, velhos, novos, grávidas desnutridas, fazem-se jangadas e até coisas impensáveis. Camões, depois da tempestade lhe ter afundado a nau, cego de um olho, nadou até terra com os manuscritos de "Os Lusíadas";mais recentemente, nos Andes, sobreviventes de um acidente aéreo, comeram os cadáveres dos companheiros de infortúnio como forma de resistir. .Há, ainda hoje, muitas ideias preconcebidas sobre o monopólio da cultura pela igreja católica. Isso não é totalmente verdade e essa é uma das razões porque se queimavam judeus (pessoas cultas com escolas particulares onde ensinavam a ler e intrepretar os seus livros sagrados), quem possuisse uma bíblia em casa, quem fosse acusado de bruxaria (não passava, por vezes, de um simples estudioso de plantas para fins medicinais).Em Angola e em Portugal conheci pessoas que, sem nunca terem frequentado a instituição escola, aprenderam a ler e escrever por iniciativa própria(poderia ter sido este o caso de Ester ao conviver com Mancini). PS:O meu obrigado pelos seus comentários ao meu livro, revela que o leu com atenção o que para nós, autores, é sempre motivo de contentamento e aprendizagem.
AOC

Comentário da "Especiaria"do blog Reino Imperfeito



Ler este livro é uma experiência interessante. A linguagem é cuidada, "queirosiana" como o autor me contou. Nas primeiras páginas mergulhamos nessa linguagem e mesmo que se nos sentirmos perdidos não o estamos realmente.
Este mergulho em adjectivos, frases longas entrecortadas, criam o ambiente, a atmosfera onde a acção vai decorrer: África.
Não tenho nenhuma referência pessoal sobre o continente africano. Não tenho histórias de homens da família na guerra (só um primo de terceiro grau esteve na Guiné e um tio, mas este era marinheiro e tenho pouca intimidade com ele). Nunca saí da fronteira do continente. Por isso os cenários que aparecem neste livro dizem-me pouco para além do que é dito. Gostei de ter contacto com eles, mas certamente alguém que tenha vivido em África vibraria muito mais com a narrativa.
Por outro lado, e isto é um elogio, achei o livro pequeno, quero saber mais sobre o que aconteceu ao italiano Mancini e ao seu descendente Benguela. Percebo porquê que o livro tem este tamanho, mas o autor como excelente contador de histórias que é causa mais sede do que sacia...
Fico à espera do próximo.
Do blog (Reino Imperfeito)