segunda-feira, 19 de setembro de 2011

NOVA IORQUE - WALL STREET

Silêncios de Chumbo

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Enquanto os meios de comunicação social nos entretém com o sobe e desce das bolsas mundiais ( como se a actividade económica e financeira se resumisse a isso) depois do Cristiano Ronaldo, com aquela cara de bronco espalhador de banalidades dizer que é assobiado por “ser rico, jogar bem futebol e ser bonito” (gaba-te cesto!) e antes de Passos Coelho, com ar de quem ter ir a correr para a casa de banho, dizer que o buraco da Madeira “é uma irregularidade grave” e remeter “questão-da-confiança-politica para Psd-Madeira-e-eleitorado-da-Madeira” (não vá o Jardim dar-lhe umas nalgadas), no intervalo de se ver os ditos rebeldes líbios dispararem rajadas para o ar e massacrarem apoiantes e supostos apoiantes do coronel para não lhe ficarem atrás em brutalidade, solicitando que a Nato continue a bombardear indiscriminadamente tropas ainda fiéis ao ditador Kadhafi e todos os civis que não conseguiram fugir ao inferno, enquanto se espera ouvir o silêncio do mi-nis-tro-gas-par-a-di-ge-rir-os-mi-lha-res-de-mi-lhões-que-de-sa-pa-re-cem-no-ca-mi-nho-ma-ri-ti-mo-pa-ra-a-ma-dei-ra-fin-gin-do-não-po-der-fa-lar-po-ter-o-e-só-fa-go- en-tu-pi-do-por-um-ca-cho-de-ba-na-nas (com medo que Jardim o pregue na cruz do défice), à espera de mais umas trivialidades á meas de um comentador avulso, há um silêncio pesadíssimo, um silêncio de chumbo sobre os movimentos populares relevantes que vão acontecendo por todo o mundo, que vão abrindo fissuras na ordem estabelecida de que eles serventuários barricados numa falsa ética jornalística, entrincheirados nos critérios jornalísticos que não são mais que uma efectiva censura sem lápis azul visível.
Na catadupa de notícias que ontem durante todo o dia foram derramadas para dentro das nossas cabeças alguém ouviu alguma coisa sobre a concentração popular que sucedeu em Nova Iorque. Em Wall Street? Esta comunicação social mercenária não tem vergonha nenhuma e tenta cumprir na perfeição o seu papel de manipular a realidade ao serviço do totalitarismo do pensamento único.


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