França. Há uma escolha a fazer para tirar Sarkozy da presidência
por Joana Azevedo Viana, Publicado em 28 de Junho de 2011
Socialistas procuram adversário capaz de bater presidente nas eleições de 2012. Hoje começam as primárias do PSF
É o tudo ou nada do Partido Socialista francês para encontrar um candidato que consiga derrotar Nicolas Sarkozy nas eleições presidenciais de 2012 e, ao mesmo tempo, coloque no poder em França um candidato da esquerda pela segunda vez na história do país.
O tiro de partida para as eleições primárias, que servem o propósito de encontrar um candidato por partido para a corrida à presidência, acontece hoje, dia em que Martine Aubry deverá formalizar a sua candidatura. A actual secretária-geral do PS junta-se ao seu antecessor, François Hollande, e à candidata do PS às presidenciais de 2007, Ségolène Royal, na lista dos rivais de esquerda de Sarkozy.
Os três candidatos ainda não reúnem os apoios que Strauss-Kahn tinha para si à data das acusações de agressão sexual a uma empregada de hotel em Nova Iorque, em Maio passado. Mas a popularidade de todos e de cada um pode subir a qualquer momento.
Sondagens divulgadas recentemente mostram que, se as eleições presidenciais acontecessem hoje, seriam os socialistas a vencer. Ainda assim, o partido tem uma longa luta pela frente, ainda a braços com o escândalo de DSK e sob pressão para encontrar um candidato que seja, ao mesmo tempo, irrepreensível e capaz de angariar votos dos centristas que não querem mais ver Nicolas Sarkozy e preferem virar à esquerda para evitar votar na extrema-direita, representada nestas eleições por Marine Le Pen, filha do antigo líder (e actual secretária-geral) da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen.
Até Outubro, o PS tem pela frente uma escolha crucial para garantir que a esquerda volta ao poder, onde não está desde François Mitterrand. Para já, Hollande é visto como o mais capaz de derrotar Sarkozy. Desde o escândalo de Strauss-Kahn, aparece à frente nas sondagens. Uma sondagem publicada ontem na revista "Le Point" dá a Hollande 59% de opiniões favoráveis. Os críticos apontam, contudo, que a sua falta de experiência ministerial pode jogar contra si.
Numa outra sondagem, citada ontem pelo "Wall Street Journal", Hollande aparece à frente com 37% das intenções de voto (mais um ponto percentual que no princípio do mês), enquanto Aubry tem 34% e Ségolène Royal surge apenas com 13% das intenções de voto.
Tanto Hollande como Aubry derrotariam o actual presidente Nicolas Sarkozy, se as eleições fossem hoje. No entanto, o actual chefe de Estado tem subido em termos de popularidade, com a sondagem da OpinionWay para o diário gratuito "Metro", publicada ontem, a dar- -lhe uma subida de 32% para 34% em termos de satisfação dos eleitores com o seu trabalho. A mesma sondagem dá a Hollande 54%, mais quatro pontos percentuais que na anterior; e a Aubry 53%, uma subida de 7%.
O presidente francês levantou ontem o véu sobre a sua campanha, centrada na necessidade de maiores investimentos para aumentar o crescimento económico. "Não podemos continuar a ignorar o mundo e a financiar o nosso sistema de Segurança Social. Se a França quer continuar a financiá-lo, precisa de investimentos maciços", sublinhou ontem.
Para isso, o presidente tem já uma cartada na manga: investir 20 mil milhões de euros em investigação e desenvolvimento na ciência, saúde e tecnologia até ao final de 2011. E - se conseguir um segundo mandato - acabar com o limite máximo de 35 horas de trabalho semanais, introduzido no país em 2000 e que, diz o presidente, tornou a França num país incapaz de competir que passou a estar atrás da Alemanha.
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