A morte de dois comandantes da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), em menos de duas semanas, poderá perigar as conversações entre a facção armada cabindense e o executivo angolano. As mortes do comandante Pirilampo, e na última semana, de Maurício Lubota “Sabata”, poderá tornar impossíveis as conversações aludidas nas últimas semanas entre a FlEC e o executivo angolano. Segundo fonte deste semanário, os últimos acontecimentos que se registaram em Cabinda demonstram uma reorganização das forças de Nzita Tiago, depois dos ataques à selecção togolesa. “Depois de se falar em conversações, os últimos acontecimentos no enclave poderão implicar um aumento nas operações das FAA naquele território, e consequentemente afastar a FLEC da mesa de conversações”. Ainda segundo a mesma fonte, as consultas entre Luanda e a FLEC só poderão ter sucesso caso tenha a participação de membros da sociedade civil e acompanhamento da comunidade internacional.
Segunda-feira, 21, uma fonte do Estado- maior General das Forças Armadas Angolanas informou que se registaram “escaramuças” entre o exército angolano e um grupo da resistência de Cabinda, tendo-se verificado baixas de ambas as partes. De acordo com a mesma fonte, o confronto entre os militares e um grupo da FLEC ocorreu no sábado na área do Mincoje. A informação dos alegados confrontos entre os dois lados surge numa altura em que o governo de Luanda demonstrou num comunicado divulgado na imprensa angolana, no início de Março, abertura para falar directamente com a resistência de Cabinda e continuar a negociar soluções para a paz e reconciliação no enclave. Em entrevista à Agência Lusa, o padre Raul Tati saudou quinta-feira a disponibilidade de Luanda, mas enfatizou que esta tem de ser “franca e sincera” para que efectivamente se consiga negociar um acordo de paz. “Sempre insistimos que o conflito de Cabinda só pode ser resolvido através do diálogo, nunca pela via armada [...]. Agora, os problemas resultam da falta de uma certa franqueza e sinceridade por parte do executivo porque sinais para dialogar têm havido sempre da parte da resistência de Cabinda”, afirmou o activista angolano. ANA MARGOSO (Jornal Novo-Luanda 25 de Março de 2011)
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