terça-feira, 18 de outubro de 2011

OS RESPONSÁVEIS PELO DESCALABRO DO PAÍS ESTARÃO A FICAR ASSUSTADOS?

Cautela com os justiceiros

Gomes Canotilho: há que ter cautela com os "justiceiros"


http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2060310


O constitucionalista José Joaquim Gomes Canotilho alertou hoje, em Coimbra, para os perigos dos "justiceiros", para "a ideia, que está muito no povo, que temos de colocar no pelourinho" aqueles que "fizeram mal ao país".

Claro. Há que ter cautelas...

E depois de ler o artigo de Alberto Gonçalves, no DN de hoje, 16/10/2011, abaixo transcrito, ficamos a conhecer um dos exemplos com que o senhor constitucionalista estará preocupado.

Em suma e em bom português : f. da p., tanto o constitucionalista como o ex governante aqui referido, que andam a gozar com o pagode e que nem sequer valem o preço da bala que mereciam...




"Pelos caminhos de Portugal
A anedota da semana começa com a pergunta: "Sabes onde está o antigo secretário de Estado que tutelou a negociata com uma construtora que custou ao erário público 600 milhões de euros?" A anedota termina com a resposta: "Está na Assembleia da República, a representar o PS na Comissão de Obras Públicas." Tem graça, não tem? Pensando melhor, nem por isso.
O ex-secretário de Estado em causa é Paulo Campos, que sozinho já protagonizou imensas piadas do género, desde aquela em que um governante colocou na administração dos CTT dois velhos sócios de uma empresa aliás unicamente criada para aceitar serviços de uma autarquia amiga. Ou aquela em que um dos administradores nomeados pelo governante vinha acusado de falsificar a licenciatura. Ou aquela em que o governante (falo invariavelmente do sr. Campos) encomendou os chips de identificação nas Scut a uma multinacional gerida aqui por um sujeito que fora seu assessor. Etc..
A anedota mais recente versa o consórcio Ascendi, dominado pelos fatídicos Mota-Engil e Banco Espírito Santo, o qual detinha as concessões de umas auto-estradas e de uns itinerários complementares a troco do rendimento das respectivas portagens. Dado que o rendimento ficou aquém do esperado, o Governo de então, sempre respeitador das regras, alterou a lei (o Código dos Contratos Públicos) e, sempre respeitador dos peritos, requisitou a alteração a escritórios de advogados ligados às construtoras.
Após notáveis cambalhotas legislativas, a Estradas de Portugal viu-se obrigada a assumir o défice entre a realidade e o optimismo da Ascendi, compensando o desanimado grupo com 1864 milhões de rendas fixas e recebendo 1267 milhões provenientes das portagens. Contas feitas e desfeitas, o Estado acabou delapidado em quase 600 milhões, que seria interessante descobrir onde param, a quem serviram e, eu sei lá, quantas famílias alegraram.
Também seria interessante que o caso tivesse consequências. Mas esperar semelhante excentricidade neste país é a anedota do mês, do ano, da década, do século e, se calhar, do milénio."

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