terça-feira, 19 de abril de 2011

A MINHA AVÓ FUMAVA CACHIMBO



Acabei de ler "A Minha Avó Fumava Cachimbo". Num ápice, como quem corre atrás das coisas boas da vida.




O novo romance de Luana Sul é uma história de afectos. Verdadeiros.


Em toda a narrativa, que empolga, destacam-se três mulheres, heroínas e sobreviventes de um tempo de desordem. Prisioneiras da sociedade colonial e dos seus compromissos políticos, Keta, Cesaltina e Domingas disputam entre si o seu próprio espaço.



Keta, a avó, sem nunca abdicar do seu passado e da sua cultura é uma mulher tranquila, sábia, meiga, que sabe que o seu lugar é ali, no Chinguar, enquanto viva, e no Tanganica quando se deixar aprisionar pelo voo das aves de asas rosadas.



Cesaltina, crioula inconformada com o destino, ambiciona para os filhos mais do que deseja para si. Amarga, sabe que só com disciplina e querer conseguirá libertá-los daquele círculo sem horizontes que não sejam os da mediocridade.



Domingas é uma jovem revoltada. A tirania da mãe sufoca-a. Foge. Não será médica mas artista de circo. Sobrevive à guerra civil de Angola de 1974 e perde-se pelos caminhos que as guerras obrigam os povos a percorrer. No drama de morte que lhe destrói o país a recordação da avó conforta-a, dá-lhe forças para caminhar do Huambo até ao Lubango.



Quase tudo é saudade e nostalgia neste romance. Depois de o ler senti desejos de regressar para me sentar sob o fresco das grandes varandas coloniais e, quem sabe, deixar-me ficar a fumar o cachimbo da avó de Domingas.




AOC



O novo romance de LUANA SUL, publicado pela "Sinapsis Editores", é uma narrativa cativante, contada com simplicidade, humor, amor e poesia, dedicada a pessoas que, com naturalidade e sem alarde, no meio da desgraça, fazem a diferença esquecendo-se de si e ajudando outrem.



"Quando Domingas parte para o Brasil, vai decidida a escrever um dia a história da sua avó. História indissociável da saga familiar e do panorama colonial em Angola".



Luana Sul é o pseudónimo de Maria José Rodrigues, que se auto-considera apátrida, cidadã dos Arredores do Mundo.


Nasceu em 1943, no Chinguar, Angola, país a que se tem mantido ligada, por laços familiares e de amizade, para além do cordão umbilical.


É médica, tendo exercido a maior parte da sua profissão no Hospital de Santo António, no Porto, e no Hospital de São Bernardo, em Setúbal.


NOTA: Podem ser feitas encomendas do livro "A Minha Avó Fumava Cachimbo" para ammhoc@hotmail.com


Portes grátis.

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