quarta-feira, 8 de agosto de 2012

ESPANHA- O ESCÂNDALO DAS CRIANÇAS ROUBADAS DURANTE O FRANQUISMO.



Freiras espanholas roubaram crianças

Durante a ditadura de Franco, freiras espanholas roubaram crianças a famílias pobres para serem adotadas por famílias ricas.

Susana Vera/Reuters - EXPRESSO


Milhares de crianças foram roubadas às famílias e vendidas para adoção a casais ricos, em Espanha, durante a ditadura de Franco. Esta rede de tráfico infantil era da responsabilidade de um grupo de freiras, segundo o jornal espanhol "El País".

Nas mais de 1500 queixas apresentadas na Justiça espanhola, há um nome que se repete: Maria Gomez Valbuena. A antiga madre superior de um orfanato de crianças em Tenerife, nas Canárias, é, por agora, a única acusada do roubo de crianças.

Nas queixas apresentadas, várias mães dizem que a freira esteve presente na altura em que tiveram os bebés, que a seguir foram dados como mortos. Outras crianças eram entregues, temporariamente, pelas famílias, que durante a ditadura franquista não tinham dinheiro para cuidar dos filhos, e depois eram vendidas para adoção sem o consentimento dos pais.

Maria Gomez Valbuena, atualmente a viver num convento em Madrid, é a primeira a ser julgada, mas outros nomes começam a surgir. "Se acusaram a irmã Maria, também têm de acusar a irmã Juana, que levava e trazia bebés entre a Península Ibérica e as Canárias", diz ao "El País" Liberia Hernández, uma das crianças roubadas em 1962. A procuradora-geral de Tenerife admite que além destas duas freiras há mais nomes que se repetem.

Conhecido como o caso das "crianças roubadas", o processo começou com uma investigação de adoções irregulares durante o tempo de Franco (ver relacionado). Além de Madrid e de Tenerife, há investigações a decorrer noutras regiões de Espanha.


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