quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

UMA VIAGEM PELO MUNDO EM PORTUGUÊS - LUSOTOPIA


CONTINUAÇÃO DO TEXTO PUBLICADO  NESTE BLOGUE EM 28-11-2011

São Tomé e Princípe
Uma história comum com mais de cinco séculos.


Senegal
A presença portuguesa neste país, ultrapassou durante séculos o simples comércio. A mestiçagem foi aqui uma realidade. Chegaram em meados do século XV, criando postos comerciais na foz do Rio Senegal, penetrando até Bambouk, no interior, à procura de ouro, mas também em busca de escravos. Durante o período de ocupação espanhola (1580-1640), os portugueses começaram a ser afastados pelos holandeses (1617) e depois pelos franceses (1630), mas a sua presença permaneceu até à actualidade.
Sítios classificados pela UNESCO: Ilha de Gorea: http://whc.unesco.org/sites/fr/26.htm; http://webworld.unesco.org/goree/fr/visit.shtml

Singapura
Os portugueses chegaram a esta ilha no inicio do século XVI, iniciando desde logo um processo de miscegenação. Uma significativa comunidade de luso-descendentes falava o português ainda em meados do século XX.

Santa Helena, Ilha
Esta ilha foi descoberta e povoada pelos portugueses. João da Nova Castela terá sido o primeiro a desembarcar na Ilha, a 21 de Maio de 1502, no regresso de uma viagem à India. Os ingleses chegaram à Santa Helena em fins do século XVI conduzidos pelos portugueses. A Ilha ficou famosa por aqui ter sido preso o ditador Napoleão Bonaparte, depois de ter sido derrotado na batalha de Waterloo(1815).

Salomão, Ilhas
Descobertas pelo navegador português Pedro Fernandes Queirós ao serviço de Espanha.

Suíça
A suíça foi desde o século XIX uma estância de repouso para muitas das famílias mais abastadas de Portugal. O actual pretendente ao trono de Portugal - D.Duarte Pio de Bragança, nasceu em Berna, na Suíça, em 1945, onde a sua família se refugiou. 

Somália
Os portugueses chegaram à Somália em fins dos século XV, iniciando uma longa guerra com os muçulmanos que dominavam a região. No início do século XVI, Ahmad Gurey ibn Ibrahim al-Ghazi (1506-1543), Sultão de Harar, cria um poderoso estado muçulmano na região, expulsando os etiopes do litoral da costa oriental de África. 

Suécia
Quem visita o National Museum of Fine Art, em Estocolmo, não pode deixar de admirar uma magnifica tapeçaria do século XVI dedicada à chegada de Vasco da Gama à India. Um acontecimento de repercussão mundial.

Serra Leoa
Os portugueses chegaram a esta região em 1462, nma expedição comandada por Pedro Sintra. As altas montanhas que avistaram sugeriram-lhes a imagem de "leões" daí o nome que atribuiram a este país. Desde o século XV a Serra Leoa era muito conhecida por ser uma terra de lançados, isto é, de portugueses que penetravam pelo interior de África, onde passavam a viver, adoptando os costumes locais. Esta é a razão porque neste país existem muitos naturais descendentes de portugueses.

Suriname
Antiga Guiana Holandesa acolheu no século XVII, muitos judeus portugueses oriundos da Holanda, no que foram ajudados por um rico judeu português da cidade de Amesterdão. Fundaram uma sinagoga em Paramaribo, um teatro (séc.XVIII), uma sociedade literária -Decando Docenur (1785) e outras instituições que espelham o grande dinamismo desta comunidade.

Saara Ocidental
O primeiro europeu a passar o Cabo do Bojador foi Gil Eanes, em 1434, sendo no local erguida uma fortaleza. Esta praça armada acabou por ficar para os espanhóis. Em 1975 a Espanha abandonou o Saara Ocidental, que desde então é palco de um violento conflito. Subsistem na local vestígios de fortificações.

Tibete
Nas suas andanças pelo interior da Ásia, no inicio do século XVII, os portugueses da Companhia de Jesus, Bento Góis, João Fernandes e António de Andrade chegaram ao Lago Mansovar, no Tibete (Himalaias).
No Tibete, António Andrade, natural de Oleiros (distrito de Castelo Branco), estabeleceu o primeiro centro missionário em Chaparanque, no então Reino de Guge, onde construiu uma igreja cristã. Nas suas explorações do Himalaias descobriu uma das principais nascentes do Rio Ganges.

Durante uma jornada de três meses passou por várias tormentas e dificuldades que quase lhe custaram a vida. Atravessou os Himalaias pela porta de Mana, a cinco mil e 604 metros de altitude.

Publicou em 1624, o relato desta expedição no seu Novo Descobrimento do Gran Cathayo ou Reinos do Tibete. Os documentos contam a viagem desde Agra, no Norte da Índia, até à montanha sagrada de Kalaish, a Tsaparang, no antigo reino de Guge, ao Lago de Mansorovar e Rudok, na província de Hou Tsang, no Tibete. A Carta teve um enorme sucesso na Europa, com traduções em francês, espanhol, alemão e italiano.

O Tibete foi ocupado pela China no dia 19/3/1959. O último Dailai Lama (XIV) visitou Portugal em Novembro de 2001 e Setembro de 2007, onde existem cerca de 10 mil budistas.

João Garcia
Célebre alpinista português escalou, no Tibete, entre outros os seguintes picos:
Monte Evereste (8.848 m, em 1999)
Pomori (7.161 m, m 2002)
Shishapangma (8.013 m, e 2006)

Trindade
A presença portuguesa nesta ilha tem origem numa vaga de emigrantes madeirenses (1846).

Tristão da Cunha, Ilha
Minúscula ilha descoberta em 1506 ou 1509 pelo navegador português Tristão d'Acunha.

Tanzânia
Na actual Tânzania os portugueses construíram no século XVI duas importantes fortalezas, a de Quiloa e Melinde, sendo a primeira a mais importante.

Tailândia (Sião)
Os portugueses chegaram á Tailândia em 1509, mas foi depois de terem conquistado Malaca (1511) que estabelecem uma aliança com este reino asiático budista.

Turquia
O Império Otomano entre fins do século XV e o início do século XIX, esteve quase sempre em guerra com Portugal no Mediterrêneo e no Oriente.

Tunísia
Tunes (ou Túnis) foi entre o século XIV e princípios do XIX um dos maiores centros de pirataria do Mediterrâneo, com contínuas incursões pelo Atlântico. Portugal organizou ou participou em muitas expedições armadas contra os seus piratas e corsários.

Entre as muitas acções do século XVI, destaca-se em 1535, o apoio dado a Carlos V na conquista desta cidade, com uma armada portuguesa comandada por António de Saldanha. Em Outubro de 1799 uma esquadra portuguesa ataca o porto Tunes. (ver:Argélia).

A partir de finais do século XV, a Tunísia tornou-se na pátria de exílio para milhares de judeus portugueses e espanhóis que aí se refugiaram devido às perseguições religiosas que eram vítimas. Entre estes judeus conta-se Abraão Zacuto, astrónomo de D. João II. Em Tunes, Zacuto escreveu a História dos Judeus, desde a Criação do Mundo até 1500, assim como vários tratados astronómicos. Esta comunidade de judeus portugueses chegou até ao século XX, quando foi devastada por novas vagas de perseguições religiosas.

Na segunda metade do século XX os dois países voltam a cruzarem-se na História. Após a independência da Túnisia (1956), este país passou a apoiar activamente a luta contra o colonialismo em África. Em Janeiro de 1960 realizou-se em Tunes, a IIª. Conferência dos Povos Africanos, onde o presidente tunisino (Bourguina) apelou à luta armada contra a presença dos portugueses em África. Em Dezembro os seus soldados que estavam no Congo (ex-Zaire) ao serviço da ONU armaram a UPA (antepassado da FNLA), que no dia 15 de Março de 1961 fizeram uma brutal matança de portugueses no norte de Angola. Milhares de crianças, mulheres e homens foram chacinados, ninguém foi poupado. Começou desta forma a guerra nas antigas colónias africanas de Portugal.

Nas últimas décadas a Tunísia é um dos destinos turísticos mais apreciados pelos portugueses.

Timor
Uma história comum com mais de cinco séculos.

Uruguai
Desde o inicio do século XVI que os portugueses exploravam este território. Diz a tradição que o nome da capital do Uruguai - Montevideu, foi dado por um gajeiro português da frota de Fernão de Magalhães. Avistando um monte, terá gritado "Monte vide eu " (Monte vi eu). Desta frase formou-se a palavra Montevideu.

Ucrânia
Apesar da distância muitos portugueses andram na Ucrânia, nomeadamente ao serviço do Czar da Rússia. No reinado de Catarina II, na segunda metade do século XVIII, Moscovo conquistou o Sul da Ucrânia ao Império Otomano. Entre os militares ao serviço da Rússia que conquistaram praças como Ismail e Otchakov, estavam oficiais portugueses, nomeadamente Gomes Freire de Andrade.

Os seus navios também frequentavam o porto de Odessa, no Mar Negro, para onde levam sal e peixe salgado, e traziam cerais. Em 1871, por exemplo, partiu do porto de Olhão (Algarve) para Odessa, um caíque, capitaneado por António da Silva Guerreiro, para aí comprar cereais.

A imigração acabou por unir os dois países. Por volta do ano 2000, num período de dois ou três anos chegaram a Portugal, mais de 120 mil imigrantes do leste, dos quais mais de metade eram ucranianos. Em 2003 estavam legalizados 64.695. 

Vaticano
Roma como sede da Igreja Católica era para todos os países católicos um espaço de afirmação do seu poder.

Vietname (Tonquim)
Corria o ano de 1516 quando os portugueses aqui chegaram, para comerciar, mas também para difundirem o cristianismo.

Venezuela
A presença de portugueses na região data do século XVI, embora a sua presença efectiva seja feita através de um forte fenómeno dos anos 40 e 50 do século XX.

Yemen ( Iémen ou Iêmen )
Ilha de Socotora ou ilha de camatora. Em 1503-1504, uma esquadra portuguesa comandada por Vicente Sodré chega a Socotora. Entre a população parece que existiam ainda vestígios de um cristianismo primitivo. Em 1506 uma expedição sob o comando de Tristão da Cunha conquista a ilha onde é edificada uma fortaleza. O objectivo era controlar toda a navegação do Mar Vermelho. O aloé foi uma das mais interessantes descobertas, a planta de excelente qualidade sendo quase de imediato estudada (Thomé Pires, 1516, Garcia da Horta, etc) e levada para outras regiões, incluindo Portugal (Madeira, continente,e etc).

Zimbabué, Zimbabwe (antiga Rodésia do Sul )
No século XV os portugueses entraram em contacto com o reino do Monomotopa, tendo mantido até à sua completa extinção um intenso intercâmbio. Quase tudo o que se sabe deste importante reino está registado em documentos portugueses.

Zambia (antiga Rodésia do Norte)
A Zambia e o Zimbabué são dois países encravados entre Angola e Moçambique, estando em grande parte deles dependentes para o seu acesso ao mar. Desde o século XVII que exploradores portugueses percorriam estas regiões interiores de África. 

 
Carlos Fontes

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