terça-feira, 24 de agosto de 2010

QUAL A DIFERENÇA ENTRE KADHAFI E TONY BLAIR?


DE NOVO O PETRÓLEO da BP

ou COMO AS DEMOCRACIAS DOS DEMOCRATAS NEGOCEIAM COM AS DITADURAS DOS DITADORES.

Abdelbasset al-Megrahi, condenado pelo atentado de Lockerbie a 27 anos de prisão, mas libertado há um ano por alegadas razões humanitárias (cancro terminal da próstata), continua vivo. A libertação foi logo contestada pelos familiares das 270 vítimas do atentado contra o voo da Pan Am em 21 de dezembro de 1988, destruído por uma bomba colocada por al-Megrahi e outro líbio. A polémica reacendeu-se agora por terem surgido rumores de que a sua libertação teria resultado de negociações económicas entre Londres e Tripoli, em 2007, que envolveram o então primeiro-ministro Tony Blair, o líder líbio Muammar Kadhafi e responsáveis da BP. Nessa ocasião, a petrolífera britânica assinou um contrato de 540 milhões de libras para explorar crude líbio.

A residir em Tripoli, al-Megrahi recomeçou recentemente a quimioterapia com uma nova droga, que, segundo os médicos pode aumentar a esperança de sobrevivência em, pelo menos, 18 meses. Em 2009, o líbio foi libertado em virtude de um relatório médico, do oncologista britânico de renome, Karol Sikora, que lhe dava apenas "três meses de vida".

(texto do Expresso de 21 de Agosto de 2010)

Nota: É por estas e por outras que a classe política, cada vez mais, se descredibiliza aos olhos dos cidadãos. Passar por cima da memória dos seus cidadãos, por cima da dor dos seus familiares, a troco de uns tantos barris de petróleo. Com a conivência da BP e dos médicos. Também na alemanha nazi, o cinismo da indústria e dos médicos alemães ajudou Hitler a assassinar os seus cidadãos. A ética está à venda em nome do pragmatismo.

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