Foi já ao fim da noite que tive conhecimento do óbito através de um "alerta" dado pelo nosso antigo aluno Rui Farinho.
Permito-me transcrever esse breve "apontamento" que o Rui Farinho "pôs a correr" no Facebook. Espero que o Rui não leve a mal que eu utilize aqui as suas palavras cheias de pesar... e de carinho.
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"Não é de mais lembrar o Zé Maluco, no dia em que ele resolveu perder a aposta. Porque as outras vezes em que o viram perder, era bluff. Foi sempre livre enquanto conseguiu. Possivelmente, nunca fez mal a qualquer espécie vertebrada. Só se visse alguém molestar um gato. Ouvi da boca dele
" quem quer fazer mal a um gato, dê-me antes uma chapada na cara."
Congeminou as apostas mais incríveis que se pode imaginar. Jogava bilhar só com um braço, quando podia jogar com os dois, para poder fazer disso um factor em jogo na aposta. Poucos no mundo jogariam matraquilhos como ele, quando tinha os seus trinta e tal anos de idade, e bisca de 9 então, dizia ele, "podem dar a volta ao mundo, que não encontram ninguèm que ganhe ao Zé Maluco". Já velho, começou a ser referido nos jornais locais como o Zé dos gatos, talvez porque os jovens escribas pensassem que "Maluco" era ofensivo para aquele velhinho. Mas "Maluco" foi sempre um título para o Zé. De que ele se afirmava e orgulhava. Faleceu hoje o senhor José Maria Tavares. O Zé Maluco fica cá para sempre. Quem dera que muitos mais Malucos andassem entre nós e nos ensinassem o que de bom a vida tem.
Analfabetos ou catedráticos, sem abrigo ou a morar em condomínio fechado, religiosos ou ateus, abstémios ou bêbados, desde que fazendo do mundo um sítio porreiro para passar uma boa temporada. Como o Zé fez. Fiquemos bem alerta com os Não Malucos!"
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