Sou um homem de Paz, nunca fiz a tropa, bati-me contra a Guerra Colonial e as Guerras civis Angolanas e dei tudo de mim para que em Angola a Paz se mantivesse, depois dos Acordos de Bicesse.
Mas nunca esqueci os versículos da Bíblia onde se relata que Jesus Cristo entrou no Templo e o destruiu, porque o mesmo estava a ser profanado por falsos religiosos e falsos profetas que nele e à custa dele comerciavam!
Há pois, sempre, um limite e por isso tratemos aqui da economia com os Valores milenares da Bíblia, um dos Livros Sagrados que enformou o Pensamento de economistas como Adma Smith, Ricardo e até, gostem ou não, Karl Marx.
Deus não penaliza os ricos, e a Bíblia diz somente que é mais difícil um rico entrar no reino dos Céus que um camelo passar um buraco da agulha, não diz que é impossível aos ricos chegarem ao reino dos Céus.
Porquê?
Porque o erro está na avareza, no fazer do dinheiro um “deus”, no desprezo pelo Outro, no fechar os olhos à infelicidade do Outro, à Dor do Outro.
Amar os Outros como a Nós Mesmos, eis o segundo Mandamento do revolucionário que foi, que é ainda, Jesus Cristo.
Esta, acreditem, é a base da economia de mercado, da livre concorrência, do findar dos jugos feudais, das servidões.
Periodicamente, tudo corre mal porque, como diz a Bíblia, tudo te é possível, nem tudo te é aconselhável, isto é a liberdade, o direito de opção está em nós!
E, periodicamente, lá somos dominados por loucos, como Hitler, Mussolini, Salazar, Franco, ou Pinochet, ou por Estaline, Lin Piao, (ou Mao e Lin Piao..?), ou Kim Il Sung, etc, que odiando o ser Humano o espezinham por todas as formas, ou somos alertados desse perigo com ataques suicidas de fanáticos, como os recentes que assassinaram Judeus e Magrebinos em França, ou os fanáticos bombas-humanos de 11 de Setembro e por aí fora.
E em todas essas circunstancias a economia sofre, a livre concorrência esvai-se, a Solidariedade deixa se ser considerado um Valor, porque se deixa de amar o Outro como as Nós mesmos, o monopolismo, de Estado ou privado domina em nome da imposição de Servidões antigas que Deus, conforme os Livros Sagrados, abomina.
Mas quando acontecem estes momentos de loucura humana, tendencialmente e cada vez mais, todos, ricos e pobres, acabam por pagar e por sofrer e muito!
A economia vive cada vez mais das Pessoas em geral, pelo que elas Consomem, e pelo que elas Produzem, e, assim, quando uma parte crescente das Pessoas deixa de Consumir, uma parte importante dos ricos deixam de o ser, gostem ou não!
É o Templo da avareza e da servidão a ser derrubado, pela própria avareza e pela própria servidão!
Por isso, por favor, Tenham Juízo, parem de abusar!
O que vi hoje nos media escandalizou-me.
Corte brutal na contratação coletiva defende a OCDE?
Porque Portugal tem uma cobertura dos contratos colectivos de trabalho de 59,2% e a Alemanha de 48,1%?
11,1% de diferença não é nada na comparação salarial entre Portugal e a Alemanha, quando neste segundo país o salário médio é superior a 2500 euros, 260% mais que o português, (4 000 segundo outras fontes,…470% acima do português…), o que torna ridículas comparações “estatísticas” deste calibre, diria mesmo pecaminosamente escandalosas!
Chama-se a dita “técnica da OCDE” que surgiu a defender esta causa, também ao que dizem da troika, Orsetta Causa para que fique em nós o seu nome abominável!
Nos primeiros tempos da 1ª Revolução industrial houve também quem tenha defendido horrores deste calibre, por forma a que a servidão feudal passasse das mãos dos senhores feudais para os “ditos capitalistas”, boa parte deles, destes que defendiam as novas servidões, ou eram descendentes de famílias feudais ou eram puros piratas se valores além do “endeusamento” do dinheiro.
Foi perante os movimentos, de revolta uns revolucionários outros, que a sociedade dos poderosos entendeu que havia que ter juízo, que havia que não abusar, que havia que redistribuir a riqueza adequadamente.
E, por isso, morreram 70 milhões de Pessoas na II Grande Guerra.
Para não falar nos suicídios de capitalistas durante a Grande Depressão, nos milhões que morreram à fome em cada uma das crises engendradas por loucos.
Nesse percurso, os sindicatos, dos revolucionários aos cristãos, conseguiram, com Luta, com Dôr e Sacrifício, gerar a Contratação Coletiva de Trabalho, e gerar modelos de Contratação Coletiva de Trabalho que se estendiam para além dos trabalhadores associados nos sindicatos!
E progressivamente a comunidade humana evoluiu para a Participação dos Trabalhadores na economia, para a Responsabilidade Social das organizações para com as comunidade envolventes.
Alguém perdeu com tal?
Talvez.
Em aviões privados com sanitas de ouro, ( não existem? Podem crer que existem, já me foram mostrados em filme publicitário para o então ditador angolano…), e “luxos” equivalentes.
Que trazem zero de beneficio a quem os tem, além da demonstração de riqueza avara e inútil!
De repente renasce o mal na economia na mão dos neo liberais que na verdade entendem que a economia existe para servir os ricos por via da servidão de todos os outros!
E, nesse contexto ressurgem teses como esta – que haja um corte brutal na contratação coletiva de trabalho nos países já de si ricos, os da OCDE!
Ridícula e pecaminosa solução pois na verdade o que se defende, tão somente, é que sejam menos os ricos e os seus servos com potencial para viver bem e que estes servos estejam mais distribuídos pelo planeta e não somente concentrados na Europa e nos atuais “países desenvolvidos”!
Porque o problema está na verdade mal colocado – o problema está na não sustentabilidade de uma economia de mercado onde as Pessoas aufiram uma malga de arroz, como acontece na RP da China, no Vietname, em Cuba, em Angola, no Sudão, na India etc., e acontecia e tende a deixar de acontecer no Brasil, no México, na Venezuela, etc.
O que acontece é que precisamente porque como não houve anos a fio liberdade sindical e o direito à contratação coletiva, ( enão há ainda na maioria dos países acima citados), ou como só recentemente esses direitos começaram a ter direito de cidadania, é que esta sociedade nesta IV Globalização partiu mal, com disfuncionalidades graves.
E, a solução não está em entrar por Portugal a dentro, onde o SMN está nos 485 euros e o salário médio nos 700 euros e dizer, acaba-se com a Contratação Coletiva de Trabalho!
Tal só reduzirá o mercado interno, levará mais e mais empresas à falência, e nada dará no setor exportador porque as exportações portuguesas não conseguem concorrer com as exportações à malga de arroz da RP da China!
A solução está sim em apoiar o direito à livre sindicalização na RPChina e países equivalentes e claro no direito à Contratação Coletiva de Trabalho para que haja uma adequada distribuição da riqueza e, desta forma, mais Consumidores, mais mercado, mais economia de mercado e mais livre concorrência!
Não Abusem, porque o que vos cair em cima pelo Abuso, vai-vos doer muito!
Joffre Justino
Blog pessoal: coisasdehoje.blogs.sapo.pt/
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