O Cão de Castro Laboreiro tem a sua origem na região que lhe deu o nome: a freguesia de Castro Laboreiro, no Concelho de Melgaço. É uma região montanhosa agreste, que se estende desde o rio Minho às Serras da Peneda e do Soajo, entre os rios Trancoso, Laboreiro e Mouro, até cerca dos 1.400 m de altitude.
À semelhança do cão, Castro Laboreiro é uma das terras mais antigas de Portugal. Os vestígios pré-históricos, como as gravuras rupestres e os dólmens, comprovam a presença do homem na região desde há muitos milhares de anos. Os castros são testemunhos da forte presença da cultura castreja na região. Também os celtas e os romanos passaram por aqui, edificando pontes e vias romanas com os seus marcos miliários. As comunidades castrejas sempre viveram da caça e da pesca, da pastorícia e da agricultura. Na procura de boas pastagens para o gado realizavam um tipo de transumância de curta distância, que terá evoluído para uma migração sazonal que ainda hoje se verifica na mobilidade dos povoamentos num sector da população, numa curiosa adaptação às condições orográficas e climáticas. Os cães acompanhavam o gado nestes movimentos transumantes que, por serem de curta distância, ao contrário do que se verificou na restante Península Ibérica (nomeadamente a transumância dos rebanhos de ovinos da Serra da Estrela, cujas deslocações alcançavam várias centenas de quilómetros), não requeriam um animal tão possante.Os avanços científicos têm permitido aos geneticistas confirmar as restantes evidências (ex. arqueológicas, morfológicas e comportamentais) de que o lobo é, efectivamente, o ancestral do cão. Segundo os registos fósseis, a domesticação do lobo terá ocorrido há cerca de 14.000 anos na região do Crescente Fértil, tendo os cães sido rapidamente disseminados por toda a Europa, Ásia e América do Norte. Estudos genéticos indicam ainda que a domesticação deverá ter ocorrido apenas uma vez.
Apesar da presença de cães no território português desde o Mesolítico (10.000-5.000 anos atrás), indícios das primeiras raças surgem apenas nas representações de cenas de caça em mosaicos da época Romana. As primeiras referências às raças nacionais no séc. XVI, sugerem que estas poderão existir há pelo menos 300-600 anos. Embora não seja possível datar a sua origem com precisão, as raças nacionais são consideradas bastante recentes. Com efeito, os estudos efectuados por esta investigadora, revelam uma semelhança genética entre todas as raças, indicando que a maioria deriva de um mesmo grupo ancestral e que terão tido uma origem recente. Os dados obtidos tornam assim improvável que as raças nacionais tenham resultado de um processo adicional de domesticação do lobo.
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