por FERREIRA FERNANDES
Em Madrid vale tudo contra José Mourinho, se calhar tipo execrável, mete o dedo no olho de um adversário e foge, mas o melhor treinador do mundo. Este ano, quando ele pode tornar-se o único a ganhar campeonatos nacionais em quatro países e o único a ganhar a Champions com três equipas diferentes, movem-lhe uma campanha manhosa, em Espanha. Não seria nada de estranho no mundo de futebol, tão marcado pelo clubismo - basta ler as capas dos nossos diários desportivos também tendenciosas. Mas a campanha a que me refiro não vem dos meios afetos ao Barcelona, seu adversário, mas surpreendentemente do diário El País, jornal sério exceto, agora, no noticiário sobre Mourinho. Ler no El País, assinadas por gente que por lá chamam grandes jornalistas desportivos, sucessivas inventonas sobre problemas entre o treinador e os seus jogadores (em textos que muitas vezes roçam a xenofobia antiportuguesa), espicaça-nos o cinismo: sim, filhos, mas digam lá que ala do Real Madrid que Mourinho afastou é que vos alimenta o ódio... Este jornalismo de compadrio é ainda mais extraordinário porque feito contra uma realidade que todos veem (o clube "em crise" está a bater vários recordes, nomeadamente marcando golos como nunca) e que desmente os desonestos. Quando até num caso de sucesso tão notório um bom jornal se permite campanhas destas acabam-se as ilusões: se hay brujas, haverá também, podem crer, megafones para elas.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS 04-04-2012
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