Oferecendo-me a Passos Coelho
por FERREIRA FERNANDES
Frase terrível e magnífica aquela de abertura da comunicação ao País, ontem: "Não preciso de vos dizer..." Ui, aquilo anunciava o fim do subsídio de férias para o ano... Enganei-me: foi o subsídio de férias e o de Natal. E mais, e mais... Passos Coelho permitiu-se aquela frase porque logo que tomou posse disse que viajaria de avião em turística e de carro próprio para Massamá. Isto é, que está como nós, no mesmo barco da crise. Como bom português esqueci-me, depois, de lhes controlar a aplicação, mas como bom português gostei das medidas humildes. Sempre gostei de políticos que valorizam os exemplos pequeninos. Sobre as grandes catástrofes ontem anunciadas não me pronuncio - é tão fácil acreditar que elas são boas (porque inevitáveis) ou más (porque reproduzem a recessão), que não convenço ninguém. Eu gostava, mesmo, era de convencer Passos Coelho a não abandonar aquela ideia de nos convencer de que os governantes estão no nosso barco. Por exemplo, ele tem dois colegas no Governo, Miguel Macedo e José Cesário, com casa própria em Lisboa, mas que, por serem da província, recebem subsídio (1150 euros/mês) de alojamento. Tudo legal, eu sei, mas também os subsídios de férias e Natal de outros portugueses eram legais e acabaram. Coisinha pouca (poupavam-se 2300 euros/mês), eu sei, mas seria exemplar. Se Passos Coelho me ouvisse, eu comprometia-me, cada semana, a custo zero por causa da crise, a dar-lhe um bom exemplo.
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