quarta-feira, 5 de junho de 2013
terça-feira, 4 de junho de 2013
SECRETÁRIO DE ESTADO FUGIU, VAIADO!
Uma manifestação movida por sindicalistas levou esta segunda-feira o secretário de Estado dos Transportes a abandonar uma conferência em Lisboa com o tema A região metropolitana, a mobilidade e a logística. No momento em que Sérgio Monteiro se preparava para intervir, perto de duas dezenas de manifestantes da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) formou um coro de protesto: “Queremos o nosso dinheiro, este Governo para a rua”.
Testemunhada pela reportagem da agência Lusa, a manifestação desta segunda-feira na conferência que contava com a presença de Sérgio Monteiro foi também ilustrada por uma faixa em que se lia “Swaps? Basta de alimentar especuladores com o roubo dos nossos salários”. Promovida pela Comissão Permanente de Transportes e Mobilidade da Assembleia Metropolitana de Lisboa, a conferência visava debater o Plano Estratégico de Transportes.
Exibindo narizes de palhaço, os manifestantes mostrariam ainda cartões vermelhos ao secretário de Estado dos Transportes. A tensão aumentou quando a organização procurou retomar a conferência. O governante ainda tentou repor a ordem dos trabalhos.
“Respeito a liberdade de manifestação e de expressão, mas ela também tem que ser um valor respeitado por vós”, argumentou o secretário de Estado. Sem convencer os manifestantes, que voltariam a clamar “Governo para a rua”. Foi então que Sérgio Monteiro abandonou a sala.
Exibindo narizes de palhaço, os manifestantes mostrariam ainda cartões vermelhos ao secretário de Estado dos Transportes. A tensão aumentou quando a organização procurou retomar a conferência. O governante ainda tentou repor a ordem dos trabalhos.
“Respeito a liberdade de manifestação e de expressão, mas ela também tem que ser um valor respeitado por vós”, argumentou o secretário de Estado. Sem convencer os manifestantes, que voltariam a clamar “Governo para a rua”. Foi então que Sérgio Monteiro abandonou a sala.
ANGOLA - CONVERSAS DO "27 DE MAIO" PARA O JANGO, JÁ!
Conversas do «27 de Maio» imediatamente para o jango!
Por Celso Malavoloneke
Trinta e seis anos se passaram desde que aconteceu o que, hoje por hoje, já é unanimemente aceite como um dos maiores massacres da Angola Independente, curiosamente, apenas dois anitos depois do «11 de Novembro» de 1975. Por causa de divergências ideológicas no seio do MPLA, então Partido-Estado, milhares de pessoas foram mortas, grande parte delas sem certificado de óbito nem local conhecido de enterro. O que, no contexto africano «que estamos com ele», significa dizer que a pessoa não morreu. Ou se morreu, o seu espírito anda vagueando por aí, importunando os sonhos dos seus descendentes, no clamor por um competente «komba», para que as cinzas do óbito voem para o reino dos ancestrais…
Ano sim, ano também, desde 1990, quando o país se abriu aos ventos da democracia, é sempre a mesma coisa. Os descendentes dos mortos e desaparecidos clamam pelas cinzas e paradeiro de parentes, que só o muito tempo mesmo desde a tragédia – e um ou outro boato nunca confirmado – vai insinuando cada vez mais insistente que a vida que o coração reclama é mesmo vida de um morto. Enquanto a vozinha da esperança, cada vez mais ténue, vai insistindo num milagre, sempre possível, que traga com vida o parente há tanto desaparecido. E assim, em milhares de famílias nesta angustiante situação, ninguém ousa chamar o ausente de «falecido». Fica-se pelo meio-termo mais prudente de «desaparecido».
Nem os ensaios algo tímidos das autoridades – afinal ainda as mesmas – de mea culpa embrulhada numa retórica propagandística que torna tudo mais ininteligível – qual mulher apanhada em adultério que desconsegue confessar em linguagem terra-a-terra que andou a se deitar por aí – nem as homenagens póstumas cozinhadas algures em «ga-binetes de pensologia» e nunca conversadas por ninguém; muito menos as conversas de quintais no funje de sábado, depois de uns tintóis a mais essas muito menos), logram desfazer esta angústia que só não resvala em revolta porque há feridas mais recentes por sarar e lembranças «mais piores» por esquecer. Até quando este status quo se vai manter é a questão que fica para gerações menos acoitadas e por isso mais afoitas responderem. Mas, para as quais já houve um aviso: quando o «27» aconteceu, elas sequer haviam nascido, pelo que o que têm a fazer é calar a boca.
Como se a trágica herança tivesse mais ou menos donos nesta «comunidade mwangolénica»; como se os herdeiros directos ou indirectos dos perecidos e perecedores tivessem tempo ou pachorra para prestar atenção a discurso tão esfarrapado…
Por isso, o Semanário Angolense decidiu trazer à ribalta, como nos outros anos – ano sim, ano também – este amargo pendente, cujo «ciclo cíclico» já há muito aconselha uma nova abordagem. Dez anos depois do calar das armas e dois ciclos eleitorais já completados depois disso, o SA propõe um olhar com os olhos de ver a «velha mas sempre nova» questão do «27 de Maio».
E a proposta, desta vez, é que olhemos para a tragédia do ponto de vista do futuro e não do passado. Por outras palavras, não nos desgastemos mais com pensamentos sobre quem matou e quem morreu. Como matou e como morreu. Como podia ter morto e não matou. Como podia ter morrido e sobreviveu.
Em vez disso, propomos uma visão centrada no futuro, pois o passado é passado e não volta mais, como diria o poeta. Como deveremos fazer para que as feridas se sarem. Para que os ódios se esbatam. Para que os ressentimentos desapareçam e com eles as sedes de vingança. Para que
os herdeiros dos mortos, feridos e desaparecidos possam dormir em paz, sem serem importunados por pesadelos de mortos em busca dos seus óbitos ou de lembranças manchadas de dor e de sangue. Numa palavra, enviar o «27 de Maio» para o jango das conversas, para que resolvamos aí o «prubulêma». E quanto mais cedo isso acontecer, maiores serão os ganhos.
Feita a proposta, convidamos os leitores a acompanharem-nos neste dossier, que talvez possa ser o primeiro (?) passo da caminhada rumo à cartase que se impõe, para se exorcisar os demónios que persistem à volta do «27 de Maio». A unidade da Nação assim o exige. ■
segunda-feira, 3 de junho de 2013
ENRICO LETTA DÁ LIÇÕES AO PRIMEIRO-MINISTRO PASSOS COELHO
Colega italiano dá lição a Passos
No sábado, um leitor do italiano La Stampa, Antonio Cascia, publicou uma
carta de despedida a um jovem amigo, que emigrava por não ter trabalho. Ontem,
no mesmo jornal, o primeiro-ministro Enrico Letta pedia desculpa ao "amigo do
Antonio". Claro, caímos na tentação de comparar o incómodo do líder italiano com
as declarações infelizes de Passos sobre o mesmo assunto. Este, logo depois de
ser eleito, disse aos jovens portugueses para sair da sua "zona de conforto",
convidando-os a emigrar, como um gerente de restaurante diz "estamos cheios" a
clientes supérfluos. Se, sim, emigrar pode ser uma solução, não pode ser
incentivada por um líder político. Como ontem o italiano Letta disse, o papel do
político é outro: "(...) o nosso primeiro, irrenunciável, objetivo será
simbolicamente pôr o amigo de Antonio nas condições de escolher ir embora ou
ficar." De conselhos sobre soluções naturais, como emigrar ou respirar, os
portugueses não precisam, está-lhes no ADN. "Ide embora" pode ser desculpa de
restaurador, mas em político é sacudir o capote. E, já agora, há que dizer que
as vítimas principais desta história são capazes de não ser aqueles que partem.
Os peritos em emigração são unânimes em reconhecer que os que partem são os
melhores. Mas desta vez não são os mais fortes da aldeia, é mesmo a elite do
País que emigra, os jovens mais sábios e preparados. Por cá vai ficando uma zona
de desconforto que nos vai ser insuportável.
BERTOLD BRECHT ADAPTADO À ACTUAL SITUAÇÃO EM PORTUGAL - JÁ É TARDE!
Versão antiga adaptada à Versão actual
Bertold Brecht em versão adaptada
Bertold Brecht em versão original
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo
Bertold Brecht em versão adaptada
Primeiro levaram os subsídios aos funcionários públicos
Mas não me importei com isso
trabalho no sector privado
Em seguida acabaram com o serviço de saúde
Mas não me importei com isso
tenho um seguro privado
Depois tiraram as bolsas de estudo
Mas não me importei com isso
os meus filhos estudam num colégio particular
Depois levaram os salários aos trabalhadores do privado
Mas como eu sou profissional liberal
Também não me importei
Agora destruíram toda a economia e fiquei sem trabalho
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo
Bertold Brecht em versão adaptada
Primeiro levaram os subsídios aos funcionários públicos
Mas não me importei com isso
trabalho no sector privado
Em seguida acabaram com o serviço de saúde
Mas não me importei com isso
tenho um seguro privado
Depois tiraram as bolsas de estudo
Mas não me importei com isso
os meus filhos estudam num colégio particular
Depois levaram os salários aos trabalhadores do privado
Mas como eu sou profissional liberal
Também não me importei
Agora destruíram toda a economia e fiquei sem trabalho
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo
Autor(a): Mação 2013 , publicado à(s)
ISTO É UM ASSALTO-NA CULSETE-SETÚBAL
Caríssimas/os,
Terça-feira, dia 4, às 21:30, temos sessão na Culsete.
Trata-se da apresentação do livro Isto é um Assalto, de Francisco Louçã.
Apareçam. Contamos convosco.
E, por favor, divulguem este convite junto dos vossos amigos.
Então até terça-feira,
Fátima Ribeiro de Medeiros
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