..... Depois dizer-lhe do que me traz aqui: o seu "Tambwe - A Unha do Leão", expectante que fiquei depois de assistir ao lançamento em Setúbal (belíssimo, digo eu!).
Primeiro quero afirmar que não concordo com a classificação de anti-herói atribuída por uma das intervenientes na apresentação do livro.
O Eugénio é um herói, sim, pelo menos para quem saiba, minimamente, o que é o pulsar africano. Um homem que tenha sido tocado e protegido por feiticeiros, tão bem delineados e descritos por si (experiência sua?) só pode ser um herói.
Realço a primeira metade da obra como a minha preferida, onde o fantástico brilha por entre as sombras fugidias da realidade. É ali que reside o feitiço que só africanos, brancos ou negros, podem entender, mesmo que não o saibam explicar, mas que existe.
Rejubilei com a (aparente) desordem da biblioteca do Eugénio, tão mal compreendida pela mulher, Madalena. Vi-me a mim ali reflectido e, quero crer, que o vi a si também.
Muitos parabéns pelo "Tambwe"! É de literatura que se trata, nestes tempos onde ela escasseia, apesar da proliferação de novos autores e novos livros.
E quero terminar com o seu final: é genial a ideia de Eugénio se juntar aos feiticeiros, seus mentores e protectores. O que os verdugos fuzilaram era apenas o corpo físico.
Bem haja pelos momentos de prazer que me trouxe a leitura deste livro. Agora irei debruçar-me sobre "A especiaria". Ambos terão lugar privilegiado na minha biblioteca, onde já vivem, tal qual a aparente confusão da biblioteca do Eugénio, cerca de quinhentos títulos com Angola dentro.
Um abraço fraterno.
Tomás Lima Coelho
http://maedseventosactividades.blogspot.com/2011/12/fotos-do-lancamento-do-livro-tambwe.html