sexta-feira, 13 de junho de 2008

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Lançamento em Setúbal ...(continua)

No museu de arqueologia e etnografia de Setúbal (dia 31 de Maio).
A apresentação do livro em Setúbal esteve a cargo da Drª Joaquina Soares, directora do museu.









Crónica

Crónica de João Reis Ribeiro,que em princípio vai sair na edição do "Correio de Setúbal",do próximo sábado (14/6/08),sobre o Livro, A Especiaria.

Futebol – Anda o país eufórico com o futebol europeu, um contentamento que surgiu antes de o campeonato começar, veiculado pela sobrevalorização que os media fizeram deste produto, acompanhando autocarros, entrevistando o cidadão comum, entrando nas vidas dos desportistas, fazendo-nos crer que estamos todos numa grande casa, num enorme estádio, numa descomunal festa. A grande moda, já retomada de edições anteriores, é a dos ecrãs gigantes, posicionados onde seja possível, desde jardins a esplanadas de cafés, numa tentativa de alargar o relvado (melhor: as bancadas) até qualquer ponto do planeta, por mais esconso que seja. Os resultados da Selecção têm ajudado. No momento em que escrevo, já dois jogos passaram, ambos com resultado favorável à equipa lusa.
Por outro lado, não menor auxílio tem vindo da imagem do Portugal além-fronteiras, com a televisão a explorar até ao limite a família emigrante. Mas, subitamente, a alegria tingiu-se: o seleccionador que levou o país à estima da sua bandeira, que conduziu a Selecção, de há uns anos para cá, às marcas positivas da auto-estima, que tem tido apoiantes e também quem o queira denegrir, que ora foi bestial ora foi transformado em besta… o seleccionador Scolari vai deixar o lugar e partir para o voo inglês do Chelsea, onde já esteve Mourinho.
Durante uns tempos, vamos ouvir os lamentos por esta partida, sentimento que legitimará a bem portuguesa saudade. Mas a festa do futebol é mesmo assim. Tem que haver episódios fortes e marcantes para que a telenovela prossiga. Mesmo para que haja coisas (inofensivas) para se opinar. A passagem de Scolari pelo futebol português foi positiva e gostaria que Portugal saísse deste europeu como vencedor, não só porque a empreitada ficaria completa (e uma obra destas é sempre o ponto de partida para outros destinos e Portugal precisa de ter pontos desses), mas também porque seria um bom final para o treinador brasileiro por cá. Só isto. O resto… não merece mais do que esse estatuto.
Anti-epopeia – A paragem dos transportes pesados ao longo de três dias foi o início da anti-epopeia, a contrariar os momentos da festa excessiva. Todos ficámos preocupados com o que poderia vir a faltar, é certo. Mas também se viu que esta foi uma manifestação que não esconde um mal-estar mais denso que alastra no país real, bem distante daquele que a política tem pintado e de que se tem afastado. A energia que vai para o futebol será muito diferente da que anima a contestação?
Ler uma especiaria – Teve apresentação pública em Setúbal há duas semanas, mas já fora apresentado em Lisboa. É um romance que se constrói entre um Portugal do século XVI e uma Angola do século XX, que vive entre a Inquisição, os naufrágios, a procura e as revoluções. É um texto que alicia e que se lê com gosto: pela narrativa poderosa; pelos retratos das situações; pela capacidade de um narrador visitar os tempos e os sítios da diversidade histórica; pela adjectivação intensa e plural; pelas personagens fortes e sujeitas à aventura do sim e do não da vida; pelo confronto entre a vida e a morte, num jogo em que figuras como Mancini e Benguela estão sempre a resvalar; pelo humor, às vezes assumido, por vezes sugerido; pelo sentido ético e pelas verdades que atravessam os tempos. Falo de “A Especiaria” (Lisboa: Guerra e Paz, 2008), título de António Oliveira e Castro, bancário aposentado, fixado em Setúbal, verdadeiro contador e construtor de histórias. Vale bem a leitura.

João Reis Ribeiro

domingo, 8 de junho de 2008

Desenhos aguarelados que acompanharam o lançamento em Setúbal

Aguarelas de Nuno David
(clicar nas fotos )