por Daniel Oliveira
"Ó Manuel, a CGD nunca deu dinheiro, dava prestígio. Quem ia para administrador tinha status. Agora vocês abandalharam o banco todo! Meteram lá o Vara e o Bandeira [presidente do BPN e vice-presidente da CGD]! Abandalharam aquilo tudo! Meteram lá o aparelho que controla os movimentos de crédito da CGD. A Caixa está ao serviço de interesses!" Eduardo Catroga contou, há mais de um ano, que terão sidos estas as palavras que dirigiu a Manuel Pinho quando se falava do antigo ministro da Economia para dirigir o banco do Estado. O cavaquista Eduardo Catroga foi o autor do programa eleitoral do PSD. Um programa que era mau mas que nem sequer foi cumprido.

Celeste Cardona não diz nada há anos. Tornou-se na girl honorária do CDS. Deixa de fazer agora companhia a Nogueira Leite na Caixa Geral de Depósitos, onde chegou sem currículo e com a promessa de uma carreira promissora.
Ilídio Pinho foi patrão de Passos Coelho quando este fazia um intervalo no deserto profissional. Não preciso de dizer mais nada.
A este grupo juntam-se o antigo governador de Macau e ministro da República nos Açores, Rocha Vieira, e o antigo ministro das Finanças, Braga de Macedo, os dois vindos do tempo de Cavaco Silva.
Estas são as pessoas que o governo enfiou na EDP. Foi esta a moeda de troca para vender a parte que era nossa do monopólio energético nacional. Os acionistas escolheram pessoas próximas do poder. Porque é assim, nesta absoluta promiscuidade entre a política e as empresas, que se fazem negócios em Portugal. E depois perguntam: porque não somos competitivos? E sabem como resolver o problema: obrigar os outros a trabalhar meia hora de borla por dia.

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