Luísa Figueiredo vence Installation Grant da EMBO 2010-12-06
Por Marlene Moura
A Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO) anunciou a eleição de seis novos membros e a portuguesa Luísa Figueiredo, do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, é um deles – vencendo uma Installation Grant da EMBO.
Depois do Prémio Crioestaminal, a investigadora é galardoada com este prestigiante título que se traduz num total de 150 mil euros, atribuídos durante três anos, com a possibilidade de uma extensão de 100 mil euros para mais dois anos, a ser aplicado na investigação que a cientista coordena na unidade de Genética Molecular de Parasitas.
“Fiquei muito contente não só com o valor do projecto, como é de esperar, mas também por poder adquirir equipamentos que permitirão realizar experiências mais audazes e, evidentemente, por poder fazer parte da EMBO – que é uma associação de grande prestígio e integra os cientistas mais conceituados, ou seja, um conjunto de pessoas que fazem investigação de ponta a nível europeu”, exclamou a investigadora do IMM ao «Ciência Hoje».Luísa Figueiredo passará também a integrar o EMBO Young Investigator Programme, uma rede de jovens cientistas que fomenta e apoia colaborações científicas entre os membros, e à qual já pertencem outros investigadores do IMM, como Bruno Silva Santos (primeiro português a vencer uma Installation Grant em 2006 e recentemente eleito Young Investigator da EMBO) e o também subdirector do jornal «Ciência Hoje», Tiago Outeiro (vencedor de uma Installation Grant em 2008).
O trabalho de Luísa Figueiredo cruza dois campos de investigação: o da parasitologia e o da epigenética. A equipa liderada pela investigadora utiliza técnicas de biologia molecular e celular para estudar os mecanismos que controlam os genes necessários à virulência do parasita responsável pela Doença do Sono, o Trypanosoma brucei. Este é um trabalho de investigação básica que visa ajudar à compreensão dos mecanismos que controlam a virulência de parasitas nocivos aos seres humanos, como o parasita da Doença do Sono. Os resultados poderão permitir que, no futuro, se identifiquem potenciais alvos terapêuticos contra este parasita.
Segundo a investigadora, “o objectivo é perceber como é que este parasita consegue ‘fugir’ às defesas imunitárias” – resiste no organismo humano por estar revestido de capas compostas por proteínas, e que vai trocando periodicamente. “Perceber a genética e identificar os factores que controlam a mudança de capa abre portas para conseguirmos chegar aos alvos terapêuticos”, explica ainda. O financiamento irá permitir maior investimento no projecto.
Luísa Figueiredo
Luísa Figueiredo é Bioquímica e licenciou-se na Universidade do Porto. Posteriormente, realizou o doutoramento no Instituto Pasteur, em Paris, onde estudou a importância dos telómeros no parasita da malária. O seu pós-doutoramento foi desenvolvido no laboratório de George Cross na Rockefeller University em Nova Iorque, onde estudou o parasita tripanossoma Africano, que causa a Doença do Sono. A sua investigação focou-se no papel das modificações de histonas e dos telómeros na regulação de genes essenciais à virulência do parasita.
Em 2010, Luísa Figueiredo regressou a Portugal graças ao Programa Ciência da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). O seu jovem grupo, constituído por quatro pessoas, tem como objectivo estudar os mecanismos moleculares que controlam a variação antigénica e foi já distinguido com financiamento europeu Marie Curie, da FCT, da Fundação Calouste de Gulbenkian, do Prémio Crioestaminal e agora da EMBO.
“A EMBO é uma das organizações científicas mais prestigiantes da Europa e pertencer a esta associação é uma grande honra e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. Esta bolsa é uma recompensa pelo meu trabalho passado e uma aposta nos projectos futuros da minha equipa", continuou. Para Luísa Figueiredo, este tipo de iniciativa só prova que "podemos fazer ciência em Portugal ao nível de qualquer outro país e que as instituições europeias mostram que acreditam nisso".
EMBO Installation Grants
Por Marlene Moura
A Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO) anunciou a eleição de seis novos membros e a portuguesa Luísa Figueiredo, do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, é um deles – vencendo uma Installation Grant da EMBO.
Depois do Prémio Crioestaminal, a investigadora é galardoada com este prestigiante título que se traduz num total de 150 mil euros, atribuídos durante três anos, com a possibilidade de uma extensão de 100 mil euros para mais dois anos, a ser aplicado na investigação que a cientista coordena na unidade de Genética Molecular de Parasitas.
“Fiquei muito contente não só com o valor do projecto, como é de esperar, mas também por poder adquirir equipamentos que permitirão realizar experiências mais audazes e, evidentemente, por poder fazer parte da EMBO – que é uma associação de grande prestígio e integra os cientistas mais conceituados, ou seja, um conjunto de pessoas que fazem investigação de ponta a nível europeu”, exclamou a investigadora do IMM ao «Ciência Hoje».Luísa Figueiredo passará também a integrar o EMBO Young Investigator Programme, uma rede de jovens cientistas que fomenta e apoia colaborações científicas entre os membros, e à qual já pertencem outros investigadores do IMM, como Bruno Silva Santos (primeiro português a vencer uma Installation Grant em 2006 e recentemente eleito Young Investigator da EMBO) e o também subdirector do jornal «Ciência Hoje», Tiago Outeiro (vencedor de uma Installation Grant em 2008).
O trabalho de Luísa Figueiredo cruza dois campos de investigação: o da parasitologia e o da epigenética. A equipa liderada pela investigadora utiliza técnicas de biologia molecular e celular para estudar os mecanismos que controlam os genes necessários à virulência do parasita responsável pela Doença do Sono, o Trypanosoma brucei. Este é um trabalho de investigação básica que visa ajudar à compreensão dos mecanismos que controlam a virulência de parasitas nocivos aos seres humanos, como o parasita da Doença do Sono. Os resultados poderão permitir que, no futuro, se identifiquem potenciais alvos terapêuticos contra este parasita.
Segundo a investigadora, “o objectivo é perceber como é que este parasita consegue ‘fugir’ às defesas imunitárias” – resiste no organismo humano por estar revestido de capas compostas por proteínas, e que vai trocando periodicamente. “Perceber a genética e identificar os factores que controlam a mudança de capa abre portas para conseguirmos chegar aos alvos terapêuticos”, explica ainda. O financiamento irá permitir maior investimento no projecto.
Luísa Figueiredo
Luísa Figueiredo é Bioquímica e licenciou-se na Universidade do Porto. Posteriormente, realizou o doutoramento no Instituto Pasteur, em Paris, onde estudou a importância dos telómeros no parasita da malária. O seu pós-doutoramento foi desenvolvido no laboratório de George Cross na Rockefeller University em Nova Iorque, onde estudou o parasita tripanossoma Africano, que causa a Doença do Sono. A sua investigação focou-se no papel das modificações de histonas e dos telómeros na regulação de genes essenciais à virulência do parasita.
Em 2010, Luísa Figueiredo regressou a Portugal graças ao Programa Ciência da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). O seu jovem grupo, constituído por quatro pessoas, tem como objectivo estudar os mecanismos moleculares que controlam a variação antigénica e foi já distinguido com financiamento europeu Marie Curie, da FCT, da Fundação Calouste de Gulbenkian, do Prémio Crioestaminal e agora da EMBO.
“A EMBO é uma das organizações científicas mais prestigiantes da Europa e pertencer a esta associação é uma grande honra e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. Esta bolsa é uma recompensa pelo meu trabalho passado e uma aposta nos projectos futuros da minha equipa", continuou. Para Luísa Figueiredo, este tipo de iniciativa só prova que "podemos fazer ciência em Portugal ao nível de qualquer outro país e que as instituições europeias mostram que acreditam nisso".
EMBO Installation Grants
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