Nada explica que num país onde 50% do Orçamento do Estado vem dos doadores - o G19, que inclui os países nórdicos, o Reino Unido, o Canadá, a Espanha, a Itália e Portugal - a administração faça gastos ostensivos. O chefe de Estado de Moçambique, para se deslocar 20 quilómetros, para o outro lado da baía, aluga seis helicópteros a 2 mil dólares à hora cada.
É, pois, natural que o povo moçambicano, que um dia acreditou nos nacionalistas da Frelimo, na sua luta contra o colonialismo português para o libertar da miséria e opressão, sintam na pele que pouca coisa tenha mudado. Nacionalistas e Colonizadores confundem-se. A luta, afinal, é de classes. De pobres contra aqueles que se apoderaram do poder para benefício próprio.
Não basta dar dinheiro para promover o desenvolvimento das nações pobres. Os países doadores, por mais que isso custe aos pruridos de soberania das elites corruptas, têm o direito de fiscalizar o modo como esse dinheiro é investido. A não ser que, na ausência de regras, na indefinição, doadores e beneficiários, todos, lucrem com o negócio. A verdade é que Moçambique, um pais cheio de recursos, continua um dos mais pobres do planeta. O povo ainda não sentiu as vantagens das ajudas do G19 mas as ruas estão cheias de Jaguares, Ferraris e Hummer`s.
Revoluções, precisam-se!
(AOC)
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