quarta-feira, 25 de agosto de 2010

UMA NOVA ESTRELA DE NEUTRÕES


CIENTISTAS CIDADÃOS

Um casal norte-americano da pacata cidade de Ames, Iowa, e um alemão que trabalha na universidade de Mainz acabam de descobrir uma nova estrela de neutrões...Nenhum deles é sequer cientista...O que os três têm em comum é terem computadores à sua disposição e terem aderido a um programa de computação partilhada em que se inscreveram 250 mil voluntários de 192 países.

Esse programa, Einstein@home, é organizado pela Universidade de Wisconsin, em Milwaukee, e pelo Instituto Max Plank, em Hanôver.
...Os dados enviados aos voluntários são sinais de ondas hertzianas provenientes de várias áreas do céu. Para descobrir um pulsar, que é uma estrela de neutrões que roda sobre si própria lançando para o espaço feixes de ondas, é preciso analisar os sinais rádio recolhidos ao longo dos dias e verificar se, em alguns pontos do céu, há sinais que se repetem com regularidade.
...Chegar a esta descoberta parece simples: basta analisar os sinais vindos daquele ponto determinado do espaço. O que acontece é que há tantos dados e provenientes de tantos pontos do espaço que é necessário um poder de computação gigantesco para os analisar. Daí o interesse da computação partilhada, com muitos milhares de voluntários do mundo inteiro.
...Hoje, se o leitor quiser também descobrir um pulsar ou colocar o seu computador ao serviço da ciência, basta-lhe ir ao sítio boinc.berkeley.edu e descarregar o programa apropriado. Pode contribuir para cálculos sobre o clima, tentar descobrir sinais inteligentes extraterrestres, e pode encontrar uma estrela de neutrões.
(Excerto de um texto de Nuno Crato publicado no jornal Expresso de 21 de Agosto de 2010)

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