terça-feira, 10 de agosto de 2010

A ESCRAVA AISHA E A LEI ISLÂMICA



Ela é capa da "Time". O cabelo negro e espesso meio coberto por um véu, os olhos sem brilho, a boca fechada.
...A razão que a fez ascender àquele quadro de honra é evidente. A rapariga não tem nariz. Tem um buraco com uma cicatriz violácea. Se tirasse o véu, repararíamos que não tem orelhas. AISHA, 18 anos, mutilada pelos talibãs por ter fugido da casa do marido e dos sogros que a maltratavam. AISHA, a escrava, se não fugisse acabaria morta de pancada.
Foi apanhada pelos homens e julgada pelo "crime". O "comandante" achou que era uma boa altura para fazer de AISHA um exemplo. O cunhado manietou-a e o marido pegou numa faca e cortou-lhe o nariz e as orelhas. Deixaram-na num dos flancos da montanha, para morrer. AISHA desmaiou e acordou coberta de sangue. Está agora num abrigo para mulheres, um esconderijo secreto em Cabul. E prepara-se para partir para os Estados Unidos. Cirurgiões plásticos vão tentar reconstruir-lhe o rosto.
De que falamos quando falamos em sair do Afeganistão? Se Cabul não fosse o que é, um protectorado em relativa segurança, AISHA e muitas mulheres como ela estariam condenadas ao esquecimento depois de serem torturadas e mortas, ou emparedadas vivas atrás da burqa. Não tenhamos dúvida de que se os americanos e ingleses retirarem do país, o massacre e a guerra civil seguir-se-ão e a história repetir-se-á como tragédia.
...Obama, já se percebeu, não sabe o que fazer. E a doutrina persuasiva do general Petreus não obterá resultados duráveis. Exércitos não constroem nações e o Afeganistão... não é uma nação, um país e muito menos uma democracia.
A única solução seria política...cada dia mais remota e com uma retirada militar em massa, as mulheres do Afeganistão estão condenadas à morte. E o Afeganistão com elas.
(excertos de um texto de Clara Ferreira Alves publicado na revista Única de 7/08/2010)

1 comentário:

SUSANE disse...

A VOÇÊ QUERIDA AISHA !

É com muito carinho que venho por meio dessa manifestar a minha profunda tristeza com o ser humano chamado homem,devia ser seu protetor e não agressor, deveria ser seu amado e não seu espancador, deveria ser sua força que a ampara em momentos tristes e discordias e não seu único inimigo, somos frágeis somos pequenas somos a maioria si a maioria, mas ainda somos tratadas como peças de um dominó, cada uma com suas qualidades e força somos VASOS MAIS FRACOS fomos feitas para amar e ser amadas nos apaixonarmos e casarmos e nao sermos vendidas e leiloadas como gado, você minha amiga é a mulher mais corajosa que ja ouvi falar e não se esqueça somos um exército somos a maioria se um dia quizermos o mundo será nosso, por enquanto deixamos nas mãos dos bárbaros e alguns justos decidirem por nós.
É com muito carinho e afeto que desejo a ti uma bela vida nova aqui do outro lado do mundo seja nos EUA ou não você sempre será vitoriosa que teu DEUS TE ILUMINE E TE PROTEJA ...
sem mais palavras saio.
SUSANE VERNETTI DA SILVA SCHNEID
RIO GRANDE DO SUL