segunda-feira, 24 de outubro de 2011

OS PORTUGUESES NO MUNDO - LUSOTOPIA DE CARLOS FONTES

Uma Viagem pelo Mundo em Português


Milhões de portugueses (exploradores, marinheiros ou simples emigrantes) ao longo dos séculos tem percorrido o mundo, estabelecendo-se nos seus lugares mais recônditos. Descubra um pouco desta história fantástica de um povo que fez do mundo a sua pátria de eleição.

Carlos Fontes


Caravela. Navio português (séc.XV)

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África do Sul
Os primeiros europeus a chegarem à África do Sul foram os portugueses (séc.XV). Ao longo dos séculos os seus barcos faziam aqui escala a caminho da Oriente (India, Macau, Timor, etc), mas também de Moçambique. Atestando a sua presença diversas Regiões e localidades continuam a possuir nomes portugueses (Cabo, Natal, etc). Esta presença continua ainda a ser muito significativa.


Alemanha
As ligações entre Portugal e a Alemanha são muito profundas e remontam à Idade Média, muitos séculos antes da unificação deste país (século XIX). Entre as imperatrizes da Alemanha contam-se duas portuguesas: Dona Leonor (1434-1467), casada com o imperador Frederico III , e no século XVI, Isabel de Portugal casada com o imperador Carlos V. As ligações entre a realeza dos dois países prolongou-se até ao século XX.


América Latina
Em Portugal, tem-se ignorado de forma sistemática a contribuição decisiva de inúmeros portugueses que participaram na conquista e construção do Império Espanhol, e depois no processo de independência das suas colónias.

A história de países como o Peru, Uruguai, Paraguai, Argentina, Equador, Bolívia, Colombia, México, Cuba entre outros, são inexplicáveis se não tivermos em conta a decisiva contribuição dos portugueses para a sua formação.

Andorra
A história deste país, encravado entre a Espanha e a França nos Pirinéus, está de algum modo ligada a Portugal.
Angola
Uma história comum com mais de cinco séculos .

Antilhas
O nome é português e significa antes da Ilha. É o nome que os portugueses do século XV deram às Caraibas (Cuba, Bahamas, Porto Rico, Haiti, etc). Cristovão Colombo foi um dos primeiros a afirmar que os portugueses conheciam a existência destas terras a Ocidente desde meados do século XV, muito antes da descobertas "oficial" da América em 1492. 

Antilhas Holandesas
Conjunto de ilhas holandesas da Caraíbas (Antilhas), entre as quais se destacam as ilhas de Curação (nome português), Aruba, São Martinho, Bonaire, Santo Estáquio e Saba. A presença portuguesa remonta ao século XV. A comunidade portuguesa nestas ilhas era muito numerosa.

Com a primeira expedição da Companhia das Indias Ocidentais, em 1634, chegou à Ilha de Curação o português Samuel Cohen (ou Coheño), interprete de profissão. Quatro anos antes participara na conquista holandesa de Pernanbuco.

A comunidade não tardou a crescer. Fundaram uma sinagoga. No Curação até 1869 todas as cerimónias judaicas eram inteiramente dirigidas em português. O cemitério de Beth Hahaim está repleto de inscrições em português.

A lingua falada pelos indigenas é um crioulo, denominado papiamento, com uma forte influência portuguesa.

Arábia Saudita
Os portugueses chegam à região, o coração do islamismo, no início do século XVI. A muito custo mantiveram durante algumas décadas as seguintes fortelezas: Ilha de Tarut (Al Qatif, 1551 ? ); Catifa (Al Qatif, 1521-1551).

Argélia
As cidades do norte de África, como Argel (Argélia), Tunes (Tunísia),Tripoli (Líbia), Ceuta, Tanger ou Salé (Marrocos) foram até meados do século XIX centros de pirataria e abrigo de corsários. Estes não se limitavam a actuar no Mediterrêneo, mas entravam no Atlântico e atacavam as costas de Portugal, em especial o Algarve e o Alentejo, mas também os Açores e a Madeira.

Argentina
Na 1ª. metade do século XVI, os portugueses, denominaram de Rio da Prata o rio que ali desaguava vindo da Serra da Prata (Colómbia). O nome acabou por se adoptado pelos espanhóis. No século XVI e 1ª. metade do século XVII a maioria da população de Buenos Aires era portuguesa.

Austrália
Os portugueses terão sido os primeiros a chegar à Austrália. A afirmação é cada vez mais consensual. Os argumentos avançados são os seguintes: Na primeira metade do século XVI os navegadores portugueses percorriam não apenas os mares da Austrália, mas estavam firmemente estabelecidos na região, em ilhas como Timor, Solor, etc. Vários achados arquelógicos e tradições orais aborigenes locais apontam para a sua presença ao longo de todo o século XVI. Por último, observando os mapas portugueses do século XVI, aparecem terras com uma configuração semelhante à actual Austrália.

Bahamas (Baamas)
A análise do Mapa de Cantino (1502), permitiu confirmar que os portugueses em finais do século XV tinham uma base na Ilha do Espírito Santo (a actual Ilha de Andros), a oeste do mar de Sargaços. A partir desta Ilha terão explorado e cartografado a Florida, nos actuais EUA, cerca do 12 anos antes do seu alegado descobridor (Juan Ponce de León). Os relatos de Colombo mostram claramente que os indigenas locais já tinham contactado antes de 1492 com europeus (portugueses). Recorde-se que as Antilhas, nas quais se incluem as Bahamas figuram nos mapas portugueses desde o século XV.

Os ingleses iniciaram a sua fixação no arquipélago no século XVII, a partir das Ilhas Bermudas.

Em 1821os colonos destruiram no delta do rio Braden, perto de Bradenton (Florida (EUA), uma comunidade de escravos denominada "Angola", muitos dos quais conseguiram fugir para as Bahamas onde se fixaram.

Bangladesh
Os portugueses foram os primeiros europeus a estabelecerem-se neste país (século XVI), onde ainda subsistem vários testemunhos.

Bélgica
A Bélgica ainda não existia já os portugueses estavam estabelecidos neste território, onde criaram duas importantes feitorias, primeiro em Bruges (século XV) e depois em Antuérpia (século XVI). Estes contactos revestiram-se de uma enorme importância cultural e comercial não apenas para Portugal e a Flandres, mas também para os povos desta região da Europa.

Bermudas
Embora o conjunto desta ilhas tenham sido descobertas por um espanhol (Juan Bermúdez), a sua colonização esteve a cargo de um português - Fernando Camelo - que, em 1527, foi encarregado de aí fundar uma colónia. Os ingleses chegaram em 1602, e não tardaram a ocupar a ilha. Os portugueses continuam, mas em pequeno número. Em 1849 chegam um importante grupo de madeirenses, logo seguidos de caboverdianos e de açorianos. Actualmente de uma população total de 42.000 habitantes, cerca de 10.000 são Portugueses, sendo 90% destes de origem açoriana.


Barbados
Ilha das Caraíbas descoberta e batizada, em 1536, pelo explorador português Pedro A. Campos. O nome terá derivado do ter então visto figueiras com longas raízes que lhe lembraram "barbas". É um estado independente desde 1966.

Barém
Nesta ilha situada no interior do Golfo Pérsico, construíram os portugueses em meados dos século XVI, uma importante fortaleza - o Forte do Bahrain (Qal’at al-Bahrain), actualmente classificado como Património Mundial. Outra fortaleza portuguesa: Al Muharraq (ilha). Os portugueses dominaram esta posição estratégica entre 1521 e 1602.

Benim (antigo reino de Daomé )
Os portugueses fixaram-se nesta região no século XV, estando a mesma amplamente descrita pelos seus cronistas. Destes intensos contactos surgiu uma espantosa arte luso-africana ainda pouco estudada.

Em 1680, no fundo do golfo de Benin, construíram na cidade de Ajudá (actual Oidah), a Fortaleza de S. João de Ajudá. Tratava-se de um enorme entreposto para o comércio de escravos, marfim e ouro. Mantiveram até 1894 o monopólio do comércio local, quando foram expulsos pelos franceses ocuparam militarmente a região, com excepção da Fortaleza de Ajudá. Em Agosto de 1961 os portugueses foram forçados a abandonar a fortaleza, a qual se encontra hoje classificada pela UNESCO como património da Humanidade.

Entre os muitos portugueses que estiveram ligados a antigo Reino de Daomé, salienta-se a figura do baiano Francisco Félix de Souza (1754?-1849). Estabeleceu-se na Costa dos Escravos (Golfo de Benim) por volta de 1800, tendo casado com uma filha do rei. Em pouco tempo tornou-se num dos maiores comerciantes da costa ocidental de África e provavelmente o maior negreiro da sua época. Exerceu também as funções de guarda-livros de Ajudá. O rei de Daomé concedeu-lhe o título de Chachá I (Xá-Xá). Deixou uma vasta descendência nesta região, ainda hoje é venerado como o fundador de um orgulhoso clã familiar africano (mestiço).

Biafra (Nigéria)
A Nigéria é um país dividido em termos étnicos e religiosos. No norte predominam os muçulmanos e no sul, junto à costa, os cristãos. Esta região costeira era conhecida pelos portugueses, desde o século XV, como a Costa dos Escravos (habitada pelos Yoruba) e Costa da Pimenta (habitada pelos Ibos).

Birmânia
A presença portuguesa foi particularmente forte nesta região nos século XVI e XVII, sobretudo em Pegu. Entre as grandes feitorias que os portugueses tiveram na região, destaca-se a de Serião (1599-1613). Muitas palavras birmanesas são de origem portuguesa: Lelain- Leitão; Tauliya-Toalha; Natatu-Natal; Balon-Bola, Balão, Waranta-Varanda, etc.

Bolívia
O território que hoje constitui a Bolívia foi alvo de contínuos conflitos entre a Espanha e Portugal. Os espanhóis tentarem limitar a expansão do Brasil aos limites definidos no célebre Tratado de Tordesilhas (1494), mas os portugueses rapidamente os ultrapassaram. No princípio do século XVIII estavam solidamente implantados no curso do Amazonas procurando aproximarem-se cada vez das minas de Potasi.

Botswana

Brasil
Uma história comum com mais de cinco séculos.

(SEGUE COM MAIS PAÍSES NOS PRÓXIMOS DIAS)

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