sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

E AINDA TEM GENTE QUE DIZ QUE PORTUGUÊS TEM BAIXA PRODUTIVIDADE!

Aposentado de 90 anos tem três mulheres, 69 filhos e 100 netos no RN
Luiz Costa filho de Português de Mirandela teve 17 filhos com atual mulher e outros 13 filhos com a sogra.
Não contente, casou também com a cunhada, com quem teve 15 herdeiros.
Glauco Araújo Do G1, em São Paulo

Luiz Costa de Oliveira, 90 anos, com as três mulheres, na frente de casa, em Campo Grande. Da esquerrda para direita; Ozelita Francisca, 58 anos, Maria Francisca, 69 anos; e Francisca Maria, 89 anos (Foto: Júnior Liberato/Arquivo Pessoal)

O aposentado Luiz Costa de Oliveira, 90 anos, é viúvo do primeiro casamento, o que lhe rendeu cuidar sozinho de 17 filhos em uma casa humilde no sertão de Campo Grande (RN). Paquerador nato, ele não deixou, como gosta de dizer, a "peteca cair" e se casou novamente, por três vezes. O detalhe é que ele não ficou viúvo outra vez e nem se separou das primeiras esposas. Hoje, ele mora com três mulheres, a segunda companheira, a sogra e sua cunhada. Com elas, Oliveira teve 45 filhos.

Paquerador e insaciável, o aposentado ainda conseguiu arrumar tempo para mais três mulheres, todas relações que considera extraconjugais, que resultaram em outros sete filhos. Somando a prole de cada um dos relacionamento, ele construiu uma família (ou famílias) com 69 filhos, 100 netos e 60 bisnetos.
A primeira mulher da história de vida de Oliveira se chamava Francisca. "Deus quis levá-la e assim foi, mas me deixou 17 filhos". O tempo passou e ele conheceu outra Francisca, por quem se apaixonou, era Maria Francisca da Silva, hoje com 69 anos. "Com esta tive mais 17 filhos."

O terceiro relacionamento de Oliveira começou quando sua sogra passou a frequentar sua casa diariamente para cuidar de Maria Francisca em suas gestações. "A gente foi se conhecendo melhor e tive mais 13 filhos", disse ele.

Por causa das gestações de sua sogra, que se transformou em esposa, a nora Ozelita Francisca da Silva, 58 anos, passou a frequentar a casa de Oliveira também. Desta vez, os cuidados eram direcionados para sua sogra-esposa. "Fizemos 15 filhos".
Dos filhos de Oliveira, apenas 31 estão vivos.

Ciúmes de "mãe e filhas"
Semana passada, as filhas estavam brigadas com a mãe. As três estavam com ciúmes do marido, o mesmo das três. "A gente vive aqui na minha casa. A minha casa é pequena, com quarto, sala, cozinha e banheiro. Não tem muito conforto, mas dá pra fazer amor. Quando eu faço amor é sempre na mesma casa, no mesmo quarto.", disse Oliveira.

Além dos filhos com as três atuais mulheres e da falecida Francisca, Oliveira disse que a fama de "bom homem" atrai a atenção de outras mulheres. "A gente passa e as mulheres ficam olhando. Não sou assim bonito como dizem, mas tenho minhas qualidades."

O aposentado revelou ao G1 o segredo para tanta vitalidade. "Não bebo, não fumo, me alimento bem e durmo melhor ainda". Oliveira não quis explicar como faz para se dividir entre as três mulheres na mesma casa. "Tem espaço pra todas. Pra fazer amor não tem hora e nem lugar. basta querer."
Oliveira disse que sabe o nome de todos os 69 filhos, mas que tem horas que a memória não ajuda. "Se eu vejo pessoalmente eu sei quem é a mãe e nome vem na cabeça."

Os 100 netos já é uma operação mais complicada para Oliveira lembrar o nome de todos. "É muita gente, mas é gostoso. O nome deles quem sabe são os pais."

Os sete filhos que teve com outras três mulheres, em relacionamentos extraconjugais, Oliveira não tem tanto contato. "Eu sei onde moram, onde estão as mães, mas não temos o convívio".

E ainda tem gente que diz que português tem baixa produtividade?!

CRISTINA BRANCO - ÁGUA E MEL

EÇA DE QUEIROZ SEMPRE ACTUAL: A CIÊNCIA DE GOVERNAR


Eça de Queirós sempre actual
“Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição”
“Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.
A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas Vvontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos;ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali
com dor e com raiva.
À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.”

Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora” (1867)

A AGENDA DOS MOTINS MILITARES


A agenda dos 'motins militares'

por JORGE SILVA PAULO*03 Fevereiro

Têm surgido nos media declarações de militares reformados sugerindo a iminência de motins militares. Tiveram origem em posições políticas opostas, e que nada devem à moderação. É bom que o centro, pelo seu silêncio, não deixe os extremos monopolizar o espaço mediático.

Que os militares na reserva (fora da efetividade de serviço) e na reforma se exprimam nos media, é um exercício normal de direitos numa sociedade livre. Nuns casos, merece ser discutido; noutros, é de ignorar. É assim em todos os domínios; é normal em liberdade.

Já é reprovável pretender dar a ideia de que as Forças Armadas seguem as suas teses. As Forças Armadas são representadas pelas chefias institucionais e pelo Governo, que têm, e bem, desvalorizado essas declarações. Mas, sobretudo, porque sugerem antes uma confusão (interpretação benigna) ou uma manipulação (interpretação não benigna).

É sabido que se encontram mais facilmente culpas nos outros do que em nós: nunca somos bons juízes em causa própria. E é mais fácil apontar emotiva e publicamente aos outros (sobretudo, ao Governo...) o que - segundo os nossos interesses - serão as suas falhas. Proclamar uma posição moralmente superior de uma corporação é ousado; ela tem de estar numa posição invulnerável.

A prudente análise ética levará antes a assumir que "todos" podem ter "razão": cada lado pode guiar-se por códigos morais, e até moralidades, distintas - sem o saberem, quiçá, porque nem querem saber.

Sendo mais concreto, concordo com a Constituição e a lei, em que os militares no ativo numa situação de crise, como a que Portugal vive, têm dois deveres especiais: serem exemplares no respeito da ordem constitucional, não sobrevalorizarem os seus interesses pessoais e não usarem a sua posição para os prosseguirem.

Primeiro, de facto, a ordem constitucional não está em perigo.

Segundo, os militares não têm uma alternativa melhor para oferecer ao País. Nem têm de ter.

Terceiro, não se podem proclamar, coletivamente, hoje, aqui, como "reserva moral da nação"; as pretensões de fim da suspensão das promoções, dos subsídios e da fragmentação de hospitais militares e a aquisição de mais equipamentos sofisticados (cuja lógica não seja partilhada por todo o país) tornam improvável que, pelo menos hoje, quem defende aquelas medidas tenha valores morais mais elevados do que os políticos.

Quarto, como grupo social, os militares (pelo menos, os oficiais) estão longe de estar entre os portugueses mais desfavorecidos. Isso recomenda recato e apela ao espírito de sacrifício, que alguns reclamam ser apanágio dos militares, mas que parecem achar depender do "receber".

Por fim, não me parece que as Forças Armadas tenham estado muito disponíveis para atender ao que a nação tem pedido. Por exemplo, os meios que as Forças Armadas têm pretendido adquirir seguem uma lógica que poucos portugueses fora do meio militar entendem. Dou apenas um exemplo: ouvem-se populares e dirigentes do Estado a defender uma guarda costeira portuguesa, a que a Marinha se submeta, mas a Marinha tem-se oposto a tal submissão. É isso que revelam a campanha e o slogan do "duplo uso". Poderia dar exemplos nos outros ramos, que convergiriam genericamente num esforço de sobrevivência de um modelo que não querem ver mudado.

Enfim, a probabilidade de haver motins militares nunca é zero. E pode ter aumentado com esta crise. Mas as posições públicas e manifestações de alguns militares não revelam a necessária superioridade moral para eles terem eco. A impressão que fica é que há outra agenda, em ambos os extremos, que visa incitar os mais exaltados a fazer algo que só prejudica Portugal. Atiram gasolina para a fogueira, para depois virem dizer que avisaram que a madeira era explosiva.

*Capitão de Mar e Guerra (na reserva)

DN - Agenda dos motins militares - Resposta

Aconselho-vos a lerem primeiro o artigo do DN, acima, para melhor perceberem o alcance desta resposta magnífica de um tal José Botelho (Carvalho Araújo?), que deve actualmente ser um jovem CMG no activo.
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Silva Paulo,
Camarada,

Há dois tipos de militares: os que sempre se sacrificaram na sua profissão aos interesses do país e da instituição, de forma humilde; e os outros, inconsequentes, ou ao serviço do próprio umbigo e da sua
agenda própria. Quando escreves um artigo como o que acabaste de publicar no DN assumes necessariamente, pelos recados que dás, uma posição de superioridade que não é compatível com o que fizeste ao serviço da Marinha. Isto para ser directo e sem rodeios. Quanto à essência do artigo temos a dizer-te o seguinte:
Relativamente à Defesa da Constituição e do compromisso que assumimos de defender por via dela o regime democrático, não aceitamos qualquer recado teu, QUEM TE JULGAS TU? Temos a certeza que não te encontraremos na barreira daqueles que não se importam de dar a vida, um dia, para defender a nossa democracia, a nossa pátria, se assim for necessário, sem retóricas, sem medos e sem desculpas. Mas daí a criticar, e a passar de forma pública um ralhete ao genuíno descontentamento daqueles que servem actualmente nas Forças Armadas vai um grande passo que, como afirmas, tem que ser dado por alguém com um estatuto ético-moral acima de qualquer nota. E neste caso, a nota
nunca é a opinião do próprio sobre si mesmo.

Quanto ao Duplo uso, acho que estás muito confuso e parece-me que, como nunca andaste no mar (nós pelo menos não nos lembramos de te ver lá; talvez só de vez em quando na vedeta), tens dificuldade em perceber.

A Marinha é de Guerra, é essa a natureza, é essa a forma como estão definidas as Forças Armadas na Constituição, é esse o entendimento comum do cidadão. Consequentemente a sua missão primordial é estar apta a defender o país em termos latos mas também e se necessário em termos restritos. Claro está que numa visão economicista (eu diria mais, estreitamente contabilística das Forças Armadas), elas são uma despesa que não gera por natureza benefício económico. Assim, em razão desta motivação contabilística, ficam as Forças Armadas reféns das mais variadas investidas, muitas vezes da própria classe política dirigente, por vezes mal informada por tipos como tu, com uma visão
estratégica limitada e uma incompreensão crónica pela instituição militar (no que os militares também têm a sua quota de responsabilidade).

No actual estado do País, um punhado de espertos, grupo a que pertences (pois existem em todos os tempos e em todas as épocas de dificuldades, surfando na crista da confusão para se arvorarem em
arautos da transformação, sem serem responsabilizados pelos seus actos e afirmações), vêm advogar um sentido de utilidade imediata para as Forças Armadas, não relevando a essência destas. Essa essência está no potencial de combate, e na sua importância na dissuasão e na afirmação dos interesses nacionais em tempo de paz e no contexto das alianças militares. Em último caso, são estas que nos protegem e garantem a nossa sobrevivência enquanto nação, como o instrumento crucial de defesa colectiva. Não pensamos como tu, que há que demostrar ao público a sua utilidade imediata destruindo se necessário a sua coesão organizativa, material e pessoal, ora transformando o Exército em bombeiros e guardas florestais, a Marinha em guarda costeira e em nadadores salvadores e a Força Aérea num destacamento aéreo de combate aos incêndios e transporte de VIPs. Somos visceralmente contra esta visão redutora e essa sim claramente anticonstitucional. Já que falamos do primado da lei, se a classe dirigente quer fechar as Forças Armadas, que o faça com a maioria de 2/3 que a Constituição exige e de forma transparente ao cidadão nacional, e não por via da suborçamentação crónica, de reestruturações sucessivas que nos entretêm e não nos permitem fixar um rumo e cumprir com a função para a qual existimos.
Ninguém neste Mundo poderá afirmar com elevada certeza ou probabilidade o que o futuro nos reserva. Basta olhar para a situação económica e financeira internacional para vermos que o que ontem nos parecia uma certeza absoluta e insofismável passou a ser fluído e quiçá quimérico. As únicas certezas são a imprevisibilidade e a incerteza. As Forças Armadas são por isso o seguro de vida da nação, enquanto Estado independente. Concretizam de forma clara enquanto emanação de um vontade férrea do Portugueses no contexto Internacional, o próprio exercício da soberania sobre o que com muito custo, sacrifícios que tu e gente como tu nunca entenderão de vidas humanas, se construiu nos últimos nove século e que se chama Portugal.
Quando se pedem novos sacrifícios às Forças Armadas, é preciso lembrar que a elas sempre foram pedidos de forma constante ao longo dos últimos 25 anos, e elas sempre corresponderam, mesmo em período de vacas gordas. Essa retórica é por isso claramente demagógica, porque o exemplo tem que começar por cima, por quem dirige e está investido desse poder por sufrágio democrático. E o que se vê é uma sociedade corporativa, minada, e onde medram todo o tipo de interesses. É esta política de duplo critério que mais revolta os militares, pois sentimo-nos sempre tratados como cidadãos de segunda prioridade, com uma profissão que na retórica demagógica é importante, atente-se aos
discursos oficiais, mas que é desprezada na realidade pelo poder político instituído e pela corporação dos interesses instalados e companhia Lda que como lobos esfaimados atacam o Estado. São esses
interesses a principal causa do aumento descontrolado das despesas, só assim se compreende as ruinosas PPP - Parceria Público Privadas, as finanças regionais e locais fora de qualquer controlo (pois como sustentam as bases partidárias não dá jeito mexer nelas), um sistema de justiça mastodôntico que retira ao cidadão o direito à justiça e a própria crença neste, que prejudica a economia, etc. Foi assim que nas décadas de 1990 a 2010 este país desperdiçou uma oportunidade única de se renovar e actualizar, tornando-se competitivo e produtivo, o que nos conduziu ao estado actual.
Por isso quando vens engordar a retórica popular anti militar queremos lembrar-te do seguinte:

· Que prestas um mau serviço à Nação pelo combustível que atiras sobre uma fogueira de interesses ínvios que tem por alvo as Forças Armadas;
· Que estás na tua reserva (a ganhar o ordenado em casa sem prestar serviço) confortável, aos 48 anos de idade, e a gozar das "regalias" que criticas e sem nunca te teres sacrificado (que eu saiba) a sério pelo teu país;
· Que pelos vistos nunca te perguntaste se o que ganhas é justo. A nós que aqui continuamos no activo, a remuneração de que auferimos não nos pesa na consciência; se calhar não é o teu caso;
· Que na reserva ganhas mais que nós no activo, que devemos ser burros, pois isso é coisa que te faz confusão no teu cínico e invertebrado ser, que alguém prefira continuar ao serviço do que ir para casa aos 48 anos usufruir dos tais direitos que agora vens atacar, sempre com a pena afiada do economista douto autoproclamado;
· Que o que me parece que te motiva é um protagonismo espúrio e inconsequente que diz muito de ti, mas que não surpreende quem te conheça.
Por fim queremos partilhar contigo a nossa visão da Marinha de duplo uso: é uma Marinha de Guerra que em tempo de paz também executa as funções de Guarda Costeira com as sinergias e poupanças que daí se podem retirar, mas nunca a inversão desta ordem pelas razões acima referidas. Apreciaríamos ver essas tuas afirmações sobre a Marinha e o Duplo Uso fundamentada de forma séria, e não no tom de atoarda gratuita que sempre foi teu apanágio.
Para acabar, ocorre-nos transcrever-te um pequeno trecho da "Antígona" de Sófocles, que a nosso ver te assenta como uma luva: "Porque quem julga que é o único que pensa bem, ou que tem uma língua ou um espírito como mais ninguém, esse, quando posto a nu, vê-se que é oco".
Cumprimentos,
Zé Botelho

PERDER OS TRÊS

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

É JÁ AMANHÃ - APARECE!

CÂMARA MUNICIPAL DE PALMELA - CONVITE


A CÂMARA MUNICIPAL DE PALMELA E O AUTOR
CONVIDAM-NO
PARA A APRESENTAÇÃO DO LIVRO
TAMBWE - A UNHA DO LEÃO
A SESSÃO TERÁ LUGAR NO DIA 17 DE FEVEREIRO,
ÀS 21 HORAS,
NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE PALMELA,
NO LARGO DE S. JOÃO Nº6
EM PALMELA
O LIVRO SERÁ APRESENTADO PELA
DRª ANITA VILAR.
VIAGEM MUSICAL COM O SAXOFONISTA
RAFAEL LOPES.
LEITURA DE EXCERTOS DO LIVRO POR
CECÍLIA NUNES.
EXPOSIÇÃO DAS ILUSTRAÇÕES
DO PINTOR
NUNO DAVID

EXCERTOS DO CAPÍTULO 7 DO LIVRO "TAMBWE-A UNHA DO LEÃO"

[.........]

NASCI NUM LUGAR ESTRANHO.
TÃO ESTRANHO QUE NUNCA O CONSEGUI IDENTIFICAR NO MAPA.
VOLÁTIL COMO A ARAGEM, TORNAVA-SE INACESSÍVEL AOS AMBICIOSOS QUE LHE QUERIAM CONHECER OS SEGREDOS[...]
LUGAR ASSIM, FICAVA EM PALCO NENHUM. APENAS ALI CONSEGUIAM CHEGAR AQUELES QUE SE ESQUECIAM DO TEMPO, AQUELES QUE OLHAVAM A ALMA COMO SE LESSEM UM LIVRO ABERTO[...]
TODOS OS HABITANTES DO ESTRANHO LUGAR ONDE NASCI ERAM SERES NEM BRANCOS, NEM NEGROS, MAS DE PELE FRESCA GRAÇAS AO VENTO DA MONTANHA QUE CERCAVA A ALDEIA COM UM ANEL DE ROCHAS E MISTÉRIO[...]
LUGAR ESTRANHO, ESTE, EM QUE PESSOAS E NATUREZA SE HARMONIZAVAM COMO SE FOSSEM UM SÓ, MIMETISMO SALVADOR QUE OS PROTEGIA DA DEVASSA DOS PREDADORES[…] ÀS ESTRADAS ANTIGAS A PERSISTÊNCIA DOS DIAS DISFARÇAVA-LHES A SINUOSIDADE DO CORPO, ÀS PONTES IMPROVISADAS A IRA DO TEMPO ROUBAVA-LHES A UTILIDADE[...]
LUGAR ESTRANHO, ESTE, ONDE NASCI. BASTAVA A MÃO BENFAZEJA DA CHUVA TÉPIDA SOBRE O CORPO SENSUAL PARA QUE AS CHAGAS ESCAVADAS NA TERRA CICATRIZASSEM.
LUGAR ESTRANHO, ESTE, EM QUE NASCI; AS MULHERES, OS HOMENS, AS CRIANÇAS, RIAM-SE POR TUDO E POR NADA: DO VOO DO PÁSSARO, DO UIVO DO CÃO, DO RASTEJAR DA COBRA[...]
LUGAR ESTRANHO ONDE AS PESSOAS ERAM FELIZES SEM O SABEREM[...]
NASCI NUM LUGAR ASSIM, NUM RECANTO ESCONDIDO DA TERRA, TÃO BELO QUE AINDA HOJE SINTO, DURANTE O SONO, QUANDO FAÇO AMOR, O VENTO SECO E FRESCO NASCIDO NAS GRUTAS ONDE OS ANTEPASSADOS ADORMECIAM PARA SEMPRE[...]
À NOITE, ILUMINADOS PELO DIA DA LUA[…] EM SILÊNCIO[…] SUBÍAMOS POR VEREDAS PENDURADAS SOBRE PRECIPÍCIOS ATÉ ÀS GRUTAS ONDE O VENTO NASCIA[...] ERA UM MOMENTO DE MAGIA. TODOS SABÍAMOS O QUE IA ACONTECER[...] A GRUTA TRANSFIGURAVA-SE. A UMA SUCESSÃO DE ESTRONDOS, PROVOCADOS PELA ABRUPTA ABERTURA DAS PORTINHOLAS DOS NICHOS, LIBERTANDO AS ALMAS ADORMECIDAS, SUCEDIA UMA DANÇA DE FOGOS-FÁTUOS[...] O CULTO, A FESTA, O CERIMONIAL, DURAVA O TEMPO NECESSÁRIO À ALIMENTAÇÃO E LIBAÇÃO DAS EXIGENTES E INQUIETAS DIVINDADES FAMILIARES[...]
TUDO ERA DIFERENTE, EXTRAVAGANTE, NA REALIDADE DA TERRA ONDE NASCI. AS MULHERES ESPERAVAM-NOS, ESCONDIDAS ENTRE A VEGETAÇÃO LUXURIANTE.IMPOSSÍVEL RECUSAR[...] ARRASTAVAM A DOCILIDADE DO MACHO EXCITADO PARA A SOMBRA DAS ÁRVORES, ESFREGAVAM-LHE O CORPO COM ERVAS DE CHEIRO SULFUROSO, SECAVAM-NO COM TERRA E APODERAVAM-SE DO CORPO COMO O DEMÓNIO SE APODERA DAS ALMAS DESAVINDAS. FINDA A ORGIA, OS CORPOS DEAMBULAVAM PELAS SENDAS DA FLORESTA DURANTE DIAS, COMO SE ESTIVESSEM EMBRIAGADOS, EM DIRECÇÃO ÀS ÁGUAS DOS RIOS QUE LHES ARREFECIAM O ÂNIMO E A LOUCURA DOS MÚSCULOS INCANDESCENTES[...]
QUANDO NASCI, A ALDEIA INTEIRA FOI VER-ME[...] NUM CERIMONIAL PREPARADO EM SEGREDO, ESCONDERAM-ME NUM CÍRCULO DE GENTE QUE CANTAVA E BESUNTARAM-ME O CORPO COM ÓLEOS DE JIBÓIA PARA O PROTEGER DAS DOENÇAS[…] SOB A LÍNGUA, QUE ANSIAVA POR UM POUCO DE LEITE, DEPOSITARAM CRISTAIS DE GIRASSONDE QUE ME TORNARAM, PARA SEMPRE, ROBUSTO[...] FANTASIA DO PRINCÍPIO DO MUNDO[...]
ERA UM LUGAR ESTRANHO, ESTE, ONDE NASCI; SEM LEI QUE NÃO FOSSE A DOS SENTIDOS, SEM AUTORIDADE QUE NÃO FOSSE A QUE EMANAVA DA MAGIA DOS ESPÍRITOS DOS ANTEPASSADOS[...] UM LUGAR DE FANTASIA, SEM HORAS NEM TEMPO[...]
EM TERRA ASSIM, TODOS ÉRAMOS FEITICEIROS.

(EXCERTOS DO CAPÍTULO 7 – A ALDEIA DOS HOMENS MÁGICOS – DO ROMANCE TAMBWE-A UNHA DO LEÃO)
Nesta hora (BLOGUE)
Escrever porque sim. Dizer. Neste tempo e nesta hora. Sobre os momentos e sobre as coisas que os fazem. Contacto: joaoreisribeiro@netvisao.pt

António Oliveira e Castro: "Tambwe" ou o mundo pelos olhos de Eugénio

O mais recente romance de António Oliveira e Castro, Tambwe – A unha do leão (Lisboa: Gradiva, 2011), com ilustrações de Nuno David, é uma história que prende o leitor ao trajecto de uma personagem como Eugénio, figura que, ora procura a morte, ora assume o seu trajecto sozinho, ora peregrina até às raízes. A história é intensa e o leitor é convidado a passar por paisagens diversas, europeias (Portugal, França) ou africanas (Angola), por corredores diversificados de uma sociedade que nem sempre se rege pelos melhores princípios, convivendo com figuras da baixa política, com revolucionários, com mercenários, e tendo momentos de paragem, também fortes, em pensares de tempos de solidão ou em reflexão com figuras que constroem e se alojam na identidade.
É uma história dramática, em que o narrador dialoga com o leitor, tentando convencê-lo da verosimilhança das situações e levando-o a pensar a actualidade, o papel da política, o encaminhamento do mundo, o ser cidadão. É uma história dolorosa, com desvios e demandas, mortes e utopias, caos e ordem, poesia e horror, em que a liberdade e a prisão coexistem e a fragilidade do mundo e dos sistemas é posta à prova. É a história de uma solidão sempre e sempre testada, numa fuga ao tormento.
Sublinhados
Palavras – “As palavras, por maior que seja o seu conteúdo, não têm peso, sustentam-se de aparentes levezas, da aragem dos êxtases.”
Mistério – “Nem sempre o universo do homem se pode resumir ao encontro com a razão, na equação entram outras incógnitas, indecifráveis e misteriosas.”
Faltas – “O que mais há na terra é paisagem e o que mais falta é o amor.”
Escrever – “Nenhum escritor escreve sobre acontecimentos insignificantes, procura sempre o lado sombrio, sujo, sanguinolento, colérico e escondido do Homem; descreve os campos de batalha onde se fuzilam os inocentes e assinam acordos de paz com os generais; o artífice da palavra relata, com a emoção de que é capaz, a loucura dos heróis, o medo dos cobardes; leva-nos até aos que jazem, na agonia da morte, debruçados sobre a terra que lhes escuta o lamento; faz-nos tropeçar nos corpos dilacerados que se espalham sobre os degraus dos edifícios em ruínas.”
Amor – “O amor é um fenómeno muito mais complexo que a morte; enquanto um regenera, o outro remete para o esquecimento.”
Vida – “Mesmo a vida mais verdadeira não passa do resultado do acaso, a que só a fé dos homens confere normalidade.”
Gerações – “O mundo acaba apenas para velhos que já não são capazes de se transformar, continua para os jovens generosos e sonhadores, que precisam de mudança.”
Futuro – “Nada, nada mesmo, obedece à lógica; apenas a aventura, o perigo, o risco, o sucesso imprevisto comandam o futuro.”
Castigo – “Os castigos são sempre subjectivos. Dependem de quem está no poder. Herói se vencer, traidor se for derrotado.”
História – “A história despreza os seus actores, reescreve-lhes o drama a seu bel-prazer; a qualquer instante pode matar num jogo de contradições, de paradoxos, de ironias, de injustiças; oportunista, caminha sobre uma estrada de cadáveres.”
Guerra – “A guerra não distingue os homens; tanto se lhe dá que sejam honestos ou assassinos, jovens ou velhos, pouco lhe importa que se encontrem exaustos ou frescos. Aliás, a violência tem especial predilecção pelos mais incautos, pelos mais fracos.”
Actor – “Apenas quando encarnam personagens que um qualquer dramaturgo inventou, os actores são belos, sedutores, insuspeitos, assim que abandonam o palco e a ribalta regressam à miserável condição humana que os agasalha.”
Pátria – “Para que precisamos de nações? Os cidadãos precisam é de paz!”
Povo – “A história dos povos tem as suas regras, o seu tempo lento, mas as mudanças são muito mais definitivas quando a violência da guerra se torna conselheira da razão e das emoções.”
Trincheira – “Nas trincheiras, sempre morreram os jovens crédulos, cadáveres condecorados com a crueldade do martírio. Indiferentes à hecatombe, os proprietários da pátria, latifúndio com milhares de hectares, que fazem crer ser também nossa, oferecem-nos o privilégio de lhes amanharmos o solo, de lhes produzirmos a riqueza.”
Horizonte – “A dimensão dos homens vê-se para onde olham, se para o umbigo, se para a montanha.”
Ambição – “Os homens, quando guiados apenas pela ambição, perdem a noção da realidade, escutam o umbigo quando tudo à volta se desmorona.”

EÇA DE QUEIROZ ACTUAL 139 ANOS DEPOIS


1872 Portugal e a Grécia 2011139 anos depois … !!!

Eça de Queirós escreveu em 1872

"Nós estamos num estado comparável apenas à Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade
política, a mesma trapalhada económica, a mesmo baixeza de carácter, a mesma decadência
de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua
decadência progressiva, poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a
Grécia e Portugal"
(in As Farpas)

SERÁ QUE TENHO UM DEPUTADO EM CASA?


Será que é uma mera coincidência? Estava eu a pensar...
O meu cão não faz nada em média 20 horas por dia.
Tem toda a comida preparada.
Pode comer qualquer coisa que lhe apeteça.
A comida é-lhe dada sem custo.
Vai ao veterinário uma vez ao ano, ou quando necessário, sempre que algum mal lhe aparece, e não paga nada por isso e nada lhe é pedido. Mora numa zona central, com boa vizinhança e numa casa que é muito maior do que ele necessita, mas não precisa limpar nada.
Se fizer porcaria, alguém limpa.
Escolhe os melhores lugares da casa para fazer a sua soneca e recebe essas acomodações completamente grátis.
Vive que nem um rei e sem que isso lhe acarrete qualquer despesa extra.
Todos os seus custos são pagos por outras pessoas que têm de sair de casa para ganhar a vida, todos os dias.
Eu estive a pensar sobre isto e, de repente, concluí: P*** que o pariu!!!... O meu cão é deputado!!!..."

A TECNOLOGIA E O FUTURO


TUDO INDICA QUE SERÁ ASSIM: TECNOLOGIA DE PONTA
: Clique na palavra abaixo:

HOLOCAUSTO ESPANHOL - baltazar garzón



O JUÍS BALTAZAR GARZÓN

Ontem, em Espanha, a cúpula judicial do país defendeu a decisão que condenou Garzón. "A decisão termina um processo transparente e os ataques pessoais e institucionais à actuação do tribunal não procede", disse uma porta-voz do Conselho-Geral do Poder Judiciário.

Garzón foi condenado por ter ordenado escutas para investigar um caso de corrupção envolvendo o Partido Popular (PP), atualmente no poder. Entidades de defesa de direitos humanos e partidos de esquerda consideraram que a decisão tem base ideológica.

TÉCNICAS PARA ENGANAR O GOVERNO E RECEBER AJUDA

UNIVERSOS PARALELOS

DIREITO DE RESISTÊNCIA


ARTIGO 21º
DA CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA

É SEMPRE BOM RECORDAR AQUELES QUE TÃO CARINHOSAMENTE NOS GOVERNAM!

A SUBLEVAÇÃO POPULAR DA MARIA DA FONTE - (CONTINUAÇÃO E FIM DE UM TEXTO PUBLICADO EM 30-01-2012)


A Convenção de Gramido e as suas consequências
A Convenção de Gramido, assinada a 29 de Junho de 1847, na Casa Branca do lugar de Gramido, em Valbom, Gondomar, pôs fim à insurreição da Patuleia. A Convenção do Gramido tem o seguinte articulado:

Tenente General D. Manoel de la Concha, Conde de Cancellada, e o Coronel Buenaga como representantes da Espanha, o Coronel Wilde como representante da Grã-Bretanha, o Marquês de Loulé, par do reino, e o General César de Vasconcelos, como representantes da Junta Provisória, reunidos em Gramido com o fim de concertar as necessárias medidas para dar pacífico cumprimento às resoluções das Potências Aliadas, concordaram em que a cidade do Porto se submeteria à obediência do Governo de Sua Majestade Fidelíssima [a Rainha de Portugal] com as condições estabelecidas nos 8 artigos que vão escritos no fim da acta. (...)
Artigo 1.º — O fiel, e exacto cumprimento dos 4 artigos da mediação incluídos no Protocolo de 21 de Maio deste ano é garantido pelos Governos Aliados.
Artigo 2. º— As tropas de Sua Majestade Católica [a rainha de Espanha] exclusivamente ocuparão desde o dia 30 de Junho a cidade do Porto, Vila Nova de Gaia, e todos os fortes, e redutos de um e outro lado do rio enquanto a tranquilidade não estiver completamente estabelecida sem receio de que possa ser alterada pela sua ausência, ficando na Cidade do Porto uma forte guarnição das forças Aliadas enquanto estas se conservarem em Portugal. No mesmo tempo o Castelo da Foz será ocupado por forças inglesas, e no Douro estacionarão alguns vasos de Guerra das potências Aliadas.
Artigo 3.º — A época da entrada das tropas Portuguesas na Cidade do Porto será marcada pelas potências Aliadas.
Artigo 4.º — A propriedade e segurança dos habitantes da Cidade do Porto, e de todos os Portugueses em geral, ficam confiados à honra, protecção e garantia das potências Aliadas.
Artigo 5.º — As forças do exército de Sua Majestade Católica receberão as armas dos corpos de linha e voluntários que obedecem à Junta entregando-se guia ou passaporte gratuito às pessoas que tiverem de sair do Porto para as terras da sua residência, e dando-se baixa aos soldados de linha que tiverem completado o tempo de serviço, e aos que se alistaram durante esta luta para servirem só até à sua conclusão.
Artigo 6.º — O Exército da Junta será tratado com todas as honras da guerra sendo conservadas aos oficiais as espadas e cavalos de propriedade sua.
Artigo 7.º — Conceder-se-ão passaportes a qualquer pessoa, que deseje sair do Reino podendo voltar a ele quando lhe convenha.
Artigo 8.º — As três potências Aliadas empregarão os seus esforços para com o Governo de Sua Majestade Fidelíssima a fim de melhorar a condição dos oficiais do antigo exército realista
— (...) — Gramido, 29 de Junho de 1847.

A guerra civil, que tanto assustara a rainha, terminava assim e apesar do discurso pacificador que manteve, D. Maria II ficou deveras ressentida com os vencidos, aos quais nem sempre mostrou a clemência que se poderia esperar, sendo nisso acompanhada pelos principais líderes vencedores.
Em resultado dessa atitude, em breve resultaram perseguições sobre os vencidos, as quais criaram um novo clima de instabilidade que inevitavelmente conduziria a nova revolta, que estalaria em 1851, e que ficaria conhecida por Regeneração.
A revolução da Maria da Fonte foi um dos episódios marcantes da história política de Portugal no século XIX. Foi nesse movimento que muito se salientaram homens, que depois se tornariam muito populares, como os dois irmãos Passos (José da Silva Passos e Manuel da Silva Passos), Rodrigo da Fonseca Magalhães, José Estêvão Coelho de Magalhães, Manuel de Jesus Coelho e outros. Tais figuras marcariam a política do quarto de século seguinte.
O Hino da Maria da Fonte
Durante a Revolução da Maria da Fonte, o maestro Angelo Frondoni compôs um hino popular que ficou conhecido pelo nome de Hino da Maria da Fonte ou Hino do Minho, obra que respira entusiasmo belicoso e que por muito tempo foi o canto de guerra do Partido Progressista.
Ainda hoje, o Hino da Maria da Fonte continua a ser a música com que se saúdam os ministros portugueses, sendo utilizado em cerimónias cívicas e militares.
A letra é a seguinte:

“Viva a Maria da Fonte
A cavalo e sem cair
Com a corneta na boca
A tocar a reunir
Eia avante, portugueses
Eia avante, não temer
Pela santa liberdade
Triunfar ou perecer!(refrão)
Lá raiou a liberdade
Que a nação há-de aditar
Glória ao Minho, que primeiro
O seu grito fez soar!
Essa mulher lá do Minho
Que da foice fez espada
Há-de ter na lusa história
Uma página dourada!”
— Hino da Maria da Fonte

Referências
Bonifácio, Maria de Fátima, História da Guerra Civil da Patuleia 1846-1847, Editorial Estampa, Lisboa, 1993 (ISBN 9723309270)
Capela, José Viriato; Borralheiro, Rogério, A Revolução do Minho de 1846 e as reformas da administração. In: CONGRESSO DA MARIA DA FONTE, 150 ANOS, Póvoa de Lanhoso, 1996, História da Coragem Feita com Coração: Actas. Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal, 1996, pp. 169-184.
Castelo Branco, Camilo, Maria da Fonte, Lisboa, Ulmeiro, 1986 (Com prefácio de Hélia Correia. Desta obra existem múltiplas edições).
Coelho, José Abílio, Algumas notas sobre a revolução das mulheres de Fontarcada. In: CONGRESSO DA MARIA DA FONTE, 150 ANOS, Póvoa de Lanhoso, 1996, História da Coragem Feita com Coração: Actas. Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal, 1996, pp. 263-269.
Gomes, João Augusto Marques, História da Revolução da Maria da Fonte, na colecção Biblioteca do Povo e das Escolas, (n.º 167), Lisboa.

HOMO SAPIENS

GARDA - ILHA AZUL

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

OPINIÃO - FIM DO EURO - RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS


Fim do euro, recomendações práticas

Informação – por Pedro Braz Teixeira.

A saída do euro pode ocorrer de forma muito caótica, podendo levar ao colapso temporário do sistema de pagamentos e de distribuição.

O risco de saída de Portugal do euro tem associados múltiplos riscos, dos quais gostaria de salientar três:
o risco do colapso temporário do sistema de pagamentos, o risco do colapso temporário do sistema de distribuição de produtos e o risco de perda – definitiva – de valor de inúmeros ativos (depósitos à ordem e a prazo, obrigações, ações e imobiliário, entre outros).
Considero que todos os portugueses devem “subscrever” seguros contra estes riscos, tal como fazem um seguro contra o incêndio da sua própria casa. Quando se compra este seguro, o que nos move não é a expectativa de que a nossa casa sofra um incêndio nos meses seguintes, um acontecimento com uma probabilidade muito baixa, mas sim a perda gigantesca que sofreríamos se a nossa habitação ardesse.

Quais são as consequências imediatas de Portugal sair do euro?
A nova moeda portuguesa (o luso?) sofreria uma desvalorização face ao euro de, pelo menos, 20%. Todos os depósitos bancários seriam imediatamente transformados em lusos, perdendo, pelo menos, 20% em valor. Todos os depósitos ficariam imediatamente indisponíveis durante algum tempo (dias? semanas?) e não haveria notas e moedas de lusos, porque o nosso governo e o Banco de Portugal não consideram necessário estarmos preparados para essa eventualidade.

O mais provável é que a saída do euro fosse anunciada numa sexta-feira à tarde, havendo apenas o fim de semana para tratar da mudança de moeda. Logo, na sexta-feira os bancos retirariam todas as notas de euros das máquinas de Multibanco e quem não tivesse euros em casa ou na carteira ficaria sem qualquer meio de pagamento.

Durante algumas semanas (ou mais tempo) teríamos um colapso do sistema de pagamentos e, provavelmente, também um corte nos fornecimentos. As mercearias e os supermercados ficariam incapazes de se reabastecer, devido às dificuldades associadas à troca de moeda.

Estes “seguros” de que falo, contra este cenário catastrófico, não podem ser comprados em nenhuma companhia de seguros, mas podem ser construídos por todos os portugueses, estando ao alcance de todos, adaptados à sua realidade pessoal.

O que recomendo é algo muito simples que – todos – podem fazer. Ter em casa dinheiro vivo num montante da ordem de um mês de rendimento e a despensa cheia para um mês. Esta ideia de um mês de prevenção é indicativa e pode ser adaptada à realidade de cada família.

Não recomendo que façam isso de forma abrupta, mas lentamente e também em função das notícias que forem saindo. De cada vez que levantarem dinheiro, levantem um pouco mais que de costume e guardem a diferença. De cada vez que fizerem compras tragam mais alguns produtos para a despensa de reserva. Aconselho que procurem produtos com fim de validade em 2013 ou posterior, mas, nos casos em que isso não seja possível, vão gastando os produtos de reserva e trocando-os por outros com validade mais tardia. Desta forma, sem qualquer rutura, vão construindo calmamente os vossos seguros contra o fim do euro.

Quanto custará este seguro? Pouquíssimo. Em relação ao dinheiro de reserva, o custo é deixarem de receber os juros de depósito à ordem, que ou são nulos ou são baixíssimos. Em relação aos produtos na despensa de reserva, é dinheiro empatado, que também deixa de render juros insignificantes.

Quais são os benefícios deste seguro? Se o euro acabar em 2012, como prevejo, o dinheiro em casa não se desvaloriza, mas o dinheiro no banco perderá, no mínimo, 20% do seu valor. Além disso terá o benefício de poder fazer pagamentos no período de transição, que se prevê extremamente caótico. A despensa também pode prevenir contra qualquer provável rutura de fornecimentos, garantindo a alimentação essencial no período terrível de transição entre moedas. Parece-me que o benefício de não passar fome é significativo.

E se, por um inverosímil acaso, a crise do euro se resolver em 2012 e chegarmos a 2013 com o euro mais seguro do que nunca? Nesse caso – altamente improvável – a resposta não podia ser mais simples: basta depositar no banco o dinheiro que tem em casa e ir gastando os produtos na despensa à medida das suas necessidades.

Investigador do NECEP da Universidade Católica

MEMÓRIAS AFRICANAS - ENTREVISTA DE PAUILO SALVADOR A GERVÁSIO VIANA

Paulo Salvador, 
entrevista Memórias Africanas
com Gervásio Viana‏

Caro amigo,

Já esta online em www.recordarangola.com a entrevista com Gervásio Viana.

Um homem que andou por Timor, Moçambique e Angola. Tem origens que se
cruzam com o Brasil e Portugal. Esteve ligado às Nações Unidas e FMI.
Esteve na origem da criação da Casa de Angola em Lisboa. Um homem
cujas famílias, Viana e Vilela, têm um longo passado em Angola. Muitas
são as memórias que ele partilha nesta entrevista

--
Paulo Salvador
Jornalista TVI
site : www.recordarangola.com

OPINIÃO - A UNIÃO EUROPEIA ACABOU


Abdul Cadre
abdul.cadre@gmail.com
Vendas Novas, 30 de Janeiro de 2012

A UNIÃO EUROPEIA ACABOU,
A MORTE DO EURO SEGUE DENTRO DE MOMENTOS

A ALEMANHA perdeu a I Guerra, perdeu a II Guerra e está em vantagem nas batalhas que vem travando nesta III Guerra, que pensa ganhar sem recorrer às divisões Panzer, bastando-lhe controlar o marco, que tem a alcunha de Euro, o qual deveria ser de 12 mas é apenas de um. Pode ser que perca outra vez.
A imperatriz do equívoco europeu, que não quero chamar de Mercozy, como muitos vêm fazendo, dado que o Sarkozy, não passando de pau-de-cabeleira, é completamente irrelevante, pois a dita cuja, quando jovem – apenas de idade, pois que de facto já nasceu velha –, tinha por apelido Kasner, não imaginava sequer vir a chamar-se Merkel e o que mais adorava era ir de bandeirinha e farda colegial a preceito dar vivas ao camarada Erich Honecker. O que é certo é que aprendeu a mandar e conseguiu até meter no bolso o camarada Mário, a quem a imprensa chama Barroso, essa figura decorativa do falecido órgão europeu que dava pelo nome de Comissão Europeia. A senhora Merkel manda tanto que basta assobiar e logo os seus onze procuradores – leaders formais dos países do euro – vão saltitantes lamber-lhe as mãos. São bons vassalos. Já nem sequer reúnem para discutir o que quer que seja, vão a despacho em pequenos grupos e voltam contentes para os seus tronos de palha, contentes porque cumprem ordens, comprometidos porque sabem que mentem e iludem os povos que os elegeram. Alguns nem eleitos foram, foi a senhora que os entronizou, a pedido dos mercados.
A senhora diz: o mundo é quadrado. Eles respondem: muito quadrado. E diz mais: os povos do sul são uns calaceiros. Eles respondem: pois são. Um deles até se levanta e promete de olhos postos no chão: nós vamos corrigir isso, vamos acabar com os feriados e pôr os nossos mandriões a trabalhar vinte e quatro horas por dia e, se não chegar, pomo-los a trabalhar também de noite.
Mas há vassalos que não oferecem confiança. Para já, os do protetorado da Grécia. Portugal é lá mais para o ano, não porque o encarregado de negócios não se esforce, mas porque tanta vénia a propósito e a despropósito levanta a suspeitas de pouca competência.
Bom, há que mandar um alemão às direitas, de preferência luterano e ex-comunista, tomar conta das finanças gregas.
É preciso que ninguém suspeite, é preciso que ninguém faça contas, que ninguém perceba que o superavit da Alemanha é precisamente a soma dos deficits dos protetorados.
Como se conseguiu isto? Desmantelaram-se as indústrias, suprimiu-se toda a produção: não se preocupem que a gente é que sabe. E os procuradores diziam: Ámen!
Pois!
A grande divisão Panzer chama-se EURO.
A Europa, como união de estados soberanos, acabou. O Euro acabará quando os povos que estão a ser submetidos á tal de austeridade não puderem empobrecer mais e gritarem: basta!
Como a Europa é um grande elefante, quando cair vai levantar muito pó e derrubar muitas árvores. Se fôssemos prevenidos e inteligentes renunciávamos ao europanzer quanto antes, sem pó, sem buraco na floresta, negociadamente, pacificamente…
Mas olhando para os estrangeirados que se dependuraram nos escaparates políticos – os Relvas, os Gaspar, os Álvaro, os Seguro, os Coelho – pensamos: isto é o mesmo que querer gelo quente.

PORTUGAL - REACÇÃO DOS MILITARES AO DISCURSO DO MINISTRO DA DEFESA


Reacção do TGEN Silvestre dos Santos ao discurso de S. Ex.ª o Ministro da Defesa Nacional em 2012FEV01
Ex.º Sr. General Chefe do Gabinete de S. Ex.ª o Ministro da Defesa Nacional, Caro camarada:

Apresento a V. Ex.ª os meus cumprimentos.

Tomo a liberdade de me dirigir a V. Ex.ª para lhe solicitar que transmita a S. Ex.ª o Sr. Ministro a minha indignação relativamente à forma pouco respeitosa e mesmo insultuosa como se referiu às Forças Armadas, aos militares e às suas Associações representativas, no passado dia 1 de Fevereiro. De todos os governantes, o Ministro da tutela era o último que deveria proferir palavras dessa estirpe.

Sou Tenente-General Piloto-Aviador na situação de Reforma, cumpri 41 anos de serviço efectivo e possuo três medalhas de Serviços Distintos (uma delas com palma), duas medalhas de Mérito Militar (1.ª e 2.ª classe) e a medalha de ouro de Comportamento Exemplar. Servi o meu País o melhor que pude e soube, com lealdade e com vocação, sentimentos que S. Ex.ª não hesita em por levianamente em causa. Presentemente, faço parte com muito orgulho, do Conselho Deontológico da Associação de Oficiais das Forças Armadas.

Diz o Sr. Ministro que “a solução está em todos nós. Em cada um de nós”. Não é verdade! A solução está única e exclusivamente na substituição da classe política incompetente que nos tem governado (?) nos últimos 25 anos, e que nos tem levado, de vitória em vitória, até à derrota final! Os comuns cidadãos deste País, nomeadamente os militares, não têm qualquer responsabilidade neste descalabro. Como disse o Sr. Coronel Vasco Lourenço no seu livro, “os militares de Abril fizeram uma coisa muito bonita, mas os políticos encarregaram-se de a estragar…”

Diz também S. Ex.ª que as Forças Armadas estão a ser repensadas e reorganizadas. Ora, se existe algo que num País não pode ser repensado nem modificado quando dá jeito ou à mercê de conjunturas desfavoráveis, são as Forças Armadas, porque serão elas, as mesmas que a classe política vem sistematicamente vilipendiando e ultrajando, a única e última Instituição que defenderá o Estado da desintegração.

Fala o Sr. Ministro de algum descontentamento protagonizado por parte de alguns movimentos associativos. Se S. Ex.ª está convencido que o descontentamento de que fala se limita a “alguns movimentos associativos”, está a cometer um erro de análise muito sério e perigoso, e demonstra o desconhecimento completo do sentir dos homens e mulheres de que é o responsável político. Este descontentamento, que é geral, não tenha dúvida, tem vindo a ser gerado pela incompetência, sobranceria, despudor e, até, ilegalidade com que sucessivos governos têm vindo a tratar as Forças Armadas. É a reacção mais que natural de décadas de desconsiderações e de desprezo por quem (é importante relembrar isto) vos deu de mão beijada a possibilidade de governar este País democraticamente!

As Forças Armadas não querem fazer política! Não queiram os políticos, principalmente os mais responsáveis, “ensinar” aos militares o que é vocação, lealdade, verticalidade e sentido do dever. Mesmo que queiram, não podem fazê-lo, porque não possuem, nem a estatura nem o exemplo necessários para tal.

Quem tem vindo a tentar sistematicamente destruir a vocação e os pilares das Forças Armadas, como o Regulamento de Disciplina Militar, destroçado e adulterado pelo governo anterior? Quem elaborou as leis do Associativismo Militar, para depois não hesitar em ir contra o que lá se estabelece? Quem tem vindo a fazer o “impossível” para transformar os militares em meros funcionários do Estado? Apesar disso, tem alguma missão, qualquer que ela seja, ficado por cumprir?

Fala S. Ex.ª de falta de vocação baseado em que factos? Não aceita S. Ex.ª o “delito de opinião”?
Não são seguramente os militares que estão no sítio errado!

Por tudo o que atrás deixei escrito, sinto-me profundamente ofendido pelas palavras do Sr. Ministro.
Com respeitosos cumprimentos de camaradagem
EDUARDO EUGÉNIO SILVESTRE DOS SANTOS
Tenente-General Piloto-Aviador (Ref.) 000229-B
P.S. – Informo V. Ex.ª que tenho a intenção de tornar público este texto.

PETIÇÃO CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO

Caros Amigos,

Acabei de ler e assinar esta petição online:

«REVOGAÇÃO DO ACORDO ORTOGRÁFICO»

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N18406
Pessoalmente concordo com esta petição e acho que também vais concordar.

Subscreve a petição aqui http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N18406 e divulga-a pelos teus contactos.

VASCO GRAÇA MOURA - O ACORDO/DESACORDO ORTOGRÁFICO


Vasco Graça Moura – hum aucthor distincto e intellectual archaico
Teophilo d’AssumpçãoThomaz era parocho e, em 1912, sem dar satisfacções sôbre a orthographia, prohibiu na sua parochia que a pronuncia do Portuguez modificasse a ethymologia na escripta, decisão de Carolina Michaëlis, Cândido de Figueiredo, Adolfo Coelho, Leite de Vasconcelos e outros.
O parocho defendia o systema de orthographia da monarchia como o chimico defendia os manipulados da pharmacia. As phrases da rhetorica, fructo do seu talento, e as do theatro de que era aucthor, tinham a syntaxe d’esta lingua portugueza em que cantava os psalmos. Elle era hum intellectual distincto, não na arithemetica e na gimnastica, com intrucção para analysar a incoherencia e a differença da orthographia dos scelerados.
Teophilo odiava que o incommodassem com o novo systema de orthographia, abysmo que não approvava. Mandou collocar annuncios nos edificios da parochia a prohibir a nova orthographia e affligia-se com o que succedia nos novos livros.
Teophilo Thomaz foi um Vasco Graça Moura, fructo d’aquelle tempo. Perdia a phleugma e ficava exhausto nos combates mas, prompto, salvava o estylo e os diphthongos, às vezes com uma lagryma propria de quem se offendia com a expressão graphica das novas regras da Esthetica, que causavam damno à lingua portugueza.
Gostava de lyrios e melhorava a psychologia cantando psalmos. O extincto parocho não usou a assignatura archaica em paginas mal escriptas nem foi presidente do CCB.
Nota – Por decisão pessoal o autor do texto não escreveu segundo a Reforma Ortográfica de 1911.