sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A CULPA DO DÉFICE É DE PAULO PORTAS


É interessante escutar os políticos quando vão para a oposição. De execráveis e incompetentes ministros, tornam-se, de um momento para o outro, como um qualquer competente "Dr.Karamba", em promitentes salvadores da pátria. Do seu catálogo constam soluções milagrosas para tudo, soluções que não utilizaram quando estiveram no poder.
Em malabarismos de linguagem, com despudorada demagogia, culpam os outros de todos os males que atingem o país. Como conseguem tal milagre? De um modo muito simples.
Sem vergonha, sem carácter, os políticos na oposição confiam, quando mentem, na memória curta do povo, na credulidade do português num qualquer que lhes prometa sorte no amor, eterna potência sexual, desvio do mau olhado, promoção no trabalho,euromilhões. Basta, diz o curandeiro, trazer a cueca da mulher amada, ou seja, colocar a cruzinha no lugar certo no dia do voto.
A oposição sabe que os portugueses continuam à espera de um D. Sebatião ao virar da esquina e que qualquer pantomineiro bem vestido e bem falante pode passar pelo messias da restauração da abundância.
Não contam, os políticos, com o papel esclarecedor da imprensa (um dia destes ainda censuram os jornais). Não resisto, por isso, em transcrever uma notícia publicada na revista Visão de 5 de Agosto:
"A chegada a Portugal do Tridente (o primeiro de dois submarinos encomendados em 2004 pelo então ministro da Defesa, Paulo Portas) não arrumou a polémica. É que os 1026 milhões de euros que ambos os submersíveis vão custar ao Estado terão um impacto directo na vida dos portugueses. Segundo as regras comunitárias, o efeito do primeiro navio, avaliado em mais de 500 milhões de euros, sentir-se-á já no défice orçamental de 2011 (e o do segundo no ano seguinte). Na opinião de alguns economistas, trata-se de um custo que anulará o efeito das medidas de austeridade impostas ao País, obrigando a outro agravamento da carga fiscal ou mais cortes na despesa pública para conter o défice. Mas os problemas não se ficam pela contabilidade, pois há dois processos a decorrerem nos tribunais. Numa há acusações de falsificação de documentos e burla, noutro investigam-se suspeitas de corrupção e branqueamento de dinheiro."

1 comentário:

Miguel F. Carvalho disse...

estranho muito esse senhor não estar na barra dos tribunais ainda...

Toda a história dos submarinos (e comissões pagas...) + venda de patentes de armas ao preço da chuva + milhares de fotocópias de documentos secretos do Ministério da Defesa...e depois aparece sempre com o arauto dos valores...