quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

HUMOR DE ANGOLA EM TEMPO DE CRISE


Entrevista de emprego de Mano Mingo

Mano Mingo tava desempregado há meses.
Com a resistência q só os angolanos têm Mano Mingo foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista.

Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou:

- Qual foi seu último salário?
- 30 mil Kwanzas, respondeu Mano Mingo.
- Pois se o Senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês!
- Aká.... Jura?
- Que carro o Senhor tem?
- Eu tinha um carro de mão aonde punha legumes pra vender na zunga, mas tambem era alugado!
- Pois se o senhor trabalhar connosco terá um VX para si e um Vera Cruz para sua esposa, novos a estalar!

- Aiwéééé minha vida....Jura?
- O senhor viaja muito para o exterior?
- Quer dizer já fui até M'bula tumba, visitar uns parentes...
- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Dubai, China, Nova Iorque, etc.
- Adjiiiiiiiii num fala mais....Jura só?

- E lhe digo mais.... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho q falar com meu Sócio. Mas já esta praticamente garantido. Se até amanhã (6ª feira) a meia-noite o senhor NÃO receber uma carta nossa a cancelar, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu lhe disse.
Então já sabe: se NÃO receber carta até a meia-noite de amanhã, o emprego é seu!

Mano Mingo saiu do escritório fraco das pernas mas feliz, apanhou um taxi com os ultimos 100 Kz e foi pra casa.

Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar, mas tambem previniu-se e amarrou capim e colocou na esquina da rua que dava pra casa dele para que não aparecesse nenhuma maldita carta.

Sexta-feira dia do homem mais feliz não poderia haver.

E Mano Mingo ganhou coragem e reuniu a família e contou a nova.

Convocou o bairro todo para uma sentada comemorativa à base de muito cabrité´, fino e música de kilape.

Sexta a tarde já tinha 2 barris de fino aberto.

Às 21 horas a festa fervia.

O Dj estava a pôr todas ketas fixe, o povo dançava (era do cambua, era tudo...), a bebida era bar aberto....

22 horas, a mulher do Mano Mingo ( Fatita) aflita, já achava que tudo era um exagero, e perguntava se a carta chegar...

A vizinha Matilde gostosa lá do bairo (mais conhecida por Beyoncé), interesseira dum raio bixa, já dançava do cambua só pro Mano Mingo.

E o Dj tocava (grandas cassetes sim senhora pá...)!

E as pipas abriam, uma atrás da outra!

O povo cantava "deixa a vida me levar... vida leva eu... (tava lhes kuiááááá malé)!

23 horas, Mano Mingo já era o papoite do bairro, pois tudo seria pago com os 10 mil doláres....

E a mulher ( Fatita) já não se aguentava, tava aflita, uns coxe alegre e já descabelada (quer dizer já com a peruca de lado)...

Às 23h50 minutos... Vira na esquina, fazendo jogo de luzes, um Corolla amarelo da DHL...

Ewéééééé, era a carta!

O amistoso (festa) parou!

O Dj parou a música!

O homem do cabrité apagou o carvão!

A vizinha Matilde (bixa dum raio) afastou-se!

Tia Fatita peidou!

Todos se perguntavam, e agora?
" Coitado do Mano Mingo!" Era a frase mais ouvida.

- O sr. das pipas já bebado exclamou, "eu então quero o meu kumbú"


O Corolla amarelo parou!

Sai um kta kilombo e se dirigiu ao Mano Mingo:

- Senhor Domingos Makubikua? (nome do Mano Mingo)

- Si, si....simmm, só, só eu simmm...


Fatita lhe empurrou para frente e disse " agora fala bixo de merda, não finge que és gago eu te avisei..."

A multidão não resistiu....

Ewééééééééé, bandeiraaaaa!!!!!!!!!!!

E o kilombo do Corolla diz:

- Tenho uma carta muito importante para o senhor...

Mano Mingo não acreditava...

Pegou na carta, a tremer, levantou a cabeça e olhou para todos....

Silêncio total.

Não se ouvia sequer um mosquito, até o trânsito de repente àquela hora engarrafou à espera da notícia...!

Mano Mingo respirou fundo e abriu a carta a tremer, enquanto uma lágrima escorregava no canto do olho....

Olhou de novo para o povo e tirou a carta do envelope, abriu e começou a ler em silêncio....

O povo todo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:

- E agora? Quem vai pagar os kilapes?

Mano Mingo recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que olhava pra ele, tipo novela da Globo...

Foi então que Mano Mingo, recomposto, abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico.

- É a minha mãe q morreeeeuuu!

- É a minha mãe q mãe morreeeeuuuéééééééé!!!!!!!

Pode continuar a festaaaaaaaaa...

Sobe o som, abrem o bar…
E o povo gritou, ehhhhhhhh vivaaaa....

VIVAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Hihihihihihi.... sempre a rir.... hihihihihi.....

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