quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

UM VÓMITO


Um vómito - por Francisco Moita Flores

O subsídio de César não foi para os funcionários pobres das ilhas. Foi para aqueles que mais ganham.Carlos César, presidente do Governo Regional dos Açores, tornou-se o ilustrativo exemplo de como a política, quando já se julga que não pode descer mais baixo, ainda tem mais um degrau para descer no mundo da amoralidade. Os subsídios aos funcionários atingidos pelos cortes nos vencimentos, que segundo ele não ultrapassam três milhões de euros, nem chegam a ser uma medida populista.

Atingem um núcleo restrito de técnicos superiores, chefes de divisão, directores e subdirectores, nos quais se incluem naturalmente o contingente dos seus mais leais serviçais políticos. Os 'boys' de César. Não tem a ver com ultraperiferia nem com a atracção de novos quadros, como alguém argumentou, pois não vai surgir desta decisão cesarista um movimento
migratório de quadros técnicos para os Açores. Tem apenas a ver com ambição e perfil de quem nos governa. Tido como um dos eventuais substitutos de Sócrates, o que daqui resulta é que quer atingir Sócrates. Não pela criação de uma política nobre, mas à cotovelada.

O subsídio de César não foi para os funcionários pobres das ilhas. Foi para aqueles que mais ganham, e ao mesmo tempo um valente pontapé no Governo central do seu Partido. Em nome dos Açores? Não. Em nome da Autonomia? Não. Em nome dos interesses estratégicos de César. Um general que não alimenta as tropas corre o risco de deserções.

A sua decisão não foi apenas uma afronta ao Governo da República. É um escárnio sobre os funcionários que nas mesmas condições, em zonas mais pobres do que os Açores, estão comprometidos com o apertar do cinto orçamental. É o desprezo absoluto pela política nacional por troca com os prémios de jogo que decidiu pagar às suas clientelas regionais. Diz que este
ano a massa resulta de umas obra num campo de futebol que não se farão. E para o ano? E para o ano seguinte? É claro que acabarão por pagar aqueles que viram no resto do país os seus salários cortados. Não admira pois que esta mediocridade moral nem consiga receber o apoio do seu Partido.

É levar demasiado longe o caciquismo. Aos limites do vómito. Porém, regozija-se o Bloco de Esquerda, o símbolo maior do refilanço pré-juvenil com e sem causas. E.... *Manuel Alegre! É doloroso ver um candidato a Presidente da República preso a esta imundície moral por necessidade de votos. *Dirão alguns que é coisa menor comparando com os muitos milhões do
BPN e de outros imbróglios afins. Seria verdade se o dinheiro fosse a medida de todas as coisas. Mas não é. A maior das medidas é o sentido de Pátria, assumida com elevada responsabilidade e rigor. E isto César não sabe o que é.

NOTA: O SENTIMENTO DE IMPUNIDADE DOS NOSSOS POLÍTICOS É TAL QUE NÃO SE ASSUSTAM COM OS COMENTÁRIOS DA IMPRENSA, DA OPOSIÇÃO, COM A REVOLTA POPULAR. SABEM QUE, NO DIA DAS ELEIÇÕES, LÁ ESTAREMOS TODOS A SANCIONAR A SUAS TRAPALHADAS E VIGARICES. OS POLÍTICOS SABEM QUE O POVO É COBARDE,QUE SEM LÍDERES CAPAZES DA ESTALADA CONTINUARÁ A APOIÁ-LOS. POR ISSO OS GENERAIS DESTE PAÍS PAGAM BEM AOS SEUS OFICIAIS, CRENTES DE QUE OS SOLDADOS, POR MAIS ATOLADOS QUE ESTEJAM NO SANGUE DAS BATALHAS, CONTINUARÃO A MARCHAR PARA O MATADOURO SEM REFILAR.
PRECISAMOS DE VISIONÁRIOS PARA UM NOVO 25 DE ABRIL. MAS NÃO SE DISTRAIAM DESTA VEZ, JUNTEM OS VAMPIROS TODOS NAQUELA TÃO CELEBRADAS PRAÇA DE TOUROS E APLIQUEM-LHES TRATAMENTO DE CHOQUE.
AOC

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