sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CRISE? O DESLUMBRAMENTO DO PODER


Desde que tomou posse, em 26 de Outubro do ano passado, o primeiro-ministro português, José Sócrates, nomeou 71 pessoas para o seu gabinete. Só motoristas foram 20. A lei diz que apenas o primeiro-ministro e o seu chefe de gabinete têm direito a viatura para uso pessoal, conduzido por um funcionário. É lícito concluir, por isso, que 20 motoristas vão apenas servir aquelas duas pessoas, ou seja, não chegam a trabalhar um dia por semana.
Em 2011 Sócrates prevê gastar 159.400 euros em combustíveis e lubrificantes, qualquer coisa como 436,70 euros por dia. Ou seja, o homem não trabalha, passeia, faz mais de 3.000 quilómetros por dia. Impossível! Com tantos dias no Parlamento a aturar a Oposição, tanta viagem de avião pela Europa, só se fosse omnipresente. Por isso, conclui-se, alguém anda a roubar combustível ao primeiro-ministr0.
Sabia, votante miserável, que há 448 automóveis na presidência do Conselho de Ministros? Não sabia e não quer saber? O problema é essa sua indiferença! Mas é você que paga todos estes luxos! Para que servem tantos carros? Para os ociosos andarem de "cú tremido".
No Reino Unido o Governo impôs restrições. Quase todos os ministros perderam o direito a motorista e a viatura exclusiva, vão de viatura particular para os seus ministérios. Além disso o governo britânico vai reduzir as despesas do Cabinet Office em 25%(Mas compreende-se, o reino Unido está em crise profundo, quase em coma, Portugal não!).
Só para telemóveis sócrates tem disponível 177.000 euros e para despesas de alojamento 135.000 euros. A tudo isto há a acrescentar 101.000 para refeições, a afronta de 276 euros diários para encher o bandulho quando se discutem cêntimos para o rendimento mínimo . Ou primeiro-ministro come caviar e bebe espumante francês, ou anda muita gente a levar comida para casa!
Em material de escritório Sócrates espera gastar 29.000 euros. Compreende-se que assim seja, a vizinhança e o restante pessoal também têm escritórios em casa e filhos em idade escolar.
Em ofertas, o chefe do des-Governo vai gastar, em 2011, 18.000 euros. Esta não consigo entender: sempre ouvi dizer que os pobres recebem esmola, não oferecem presentes.
Para comemorar os primeiros 100 dias de governo (Comemorar o quê? Desgraças? Parecia-me melhor que tivessem dito "chorar" os primeiros 100 dias do governo) Sócrates gastou aos contribuintes portugueses 9.107 euros. Logo de seguida, não contente com o deslize para um défice mais profundo, ao apresentar a Agenda Digital no CCB, gastou mais 17.727 euros (Isto faz-me lembrar o velho hino da Mocidade Portuguesa, "Lá vamos, cantando e rindo, levados, levados sim ...).
Em plena crise Sócrates gastou, a cuidar do jardim da sua residência oficial, 33.950 euros (Não seria preferível transformar aquilo num montado com porco preto? Sempre haveria a possibilidade de vender chouriços aos espanhóis).
Saberão os portugueses quanto custa o primeiro-ministro ao Estado em flores? 1.204 euros por semana, ou seja, a miserável quantia de 63.000 euros anuais. Sem dinheiro para comer, sem reformas decentes, sem subsídio de desemprego, o povo pimba pede-lhe, "iluminado dirigente", "camarada amado", "político omnipotente","querido líder Kim Sócrates", que substitua as flores naturais por flores de plástico. As lojas dos chineses vendem-nas baratas e bem bonitas.
São Bento, só em despesas de pessoal, custará ao exaurido e bronco povo 2,67 milhões de euros.
Mas Portugal não está em crise! Essa é uma ideia dos pessimistas, dos velhos do Restelo, uma invenção da oposição, má vontade dos mercados internacionais, inveja daqueles que também gostariam de "mamar na porca da política".
Em crise está Espanha, que nem sequer pode pagar salários decentes aos seus dirigentes, que gasta menos com a sua monarquia que nós gastamos com a presidência da República. José Luís Zapatero, presidente do Governo de Espanha, que governa um país cinco vezes maior que Portugal, ganha menos 20.000 euros por ano que Sócrates, ou seja, Sócrates receberá 95.886 euros em 2011, enquanto Zapatero 78.184 euros brutos. Enquanto em Espanha os salários dos políticos foram cortados em 15%, em Portugal, depois de muitas pressões, levaram um pequeno aperto de 5%.
Crise?
Sabia, português distraído, que aos 448 automóveis da presidência do Conselho de Ministros, Sócrates vai somar mais 1? Então fique a saber e depois vá votar nas próximas eleições. Pelo menos vote em branco, caramba! Pois é, o exaurido cofre público acabou de comprar um Mercedes S 450 blindado, no valor de 134 mil euros, para transportar Durão Barroso durante os dois dias da cimeira da Nato em Lisboa. Se o ex-camarada MRPP, arrependido dirigente maoísta, agora alto militante europeu, tem medo, que compre um cão, ou, em caso de força maior, que alugue uma Chaimite ao exército; já deram provas em cenário de guerra e estão mais que pagas.
Claro que tudo isto é possível porque não vivemos num país mas num acampamento de ciganos, no sentido metafórico do termo.
Mas não pense, caro leitor, que Pedro Passos Coelho será melhor primeiro-ministro que Sócrates. Os vícios são os mesmos, não nos iludamos a cada eleição. As clientelas saltam, consoante o poder muda, de um lado para o outro. Precisam de sobreviver. A corrupção coabita com a política, é inevitável ao jogo do poder, venha ele donde vier. Olhe para trás e veja por onde andou o poder nestes 30 anos, pelas mãos, alternadamente, de socialistas e sociais-democratas. Foram eles que montaram a máquima gigante que sorve a riqueza produzida pelo povo trabalhador, que criaram o polvo que corrompe ministros e empresários para se alimentar. Foram eles, socialistas e sociais-democratas, que atolaram o país na pobreza, que destruíram Portugal. A crise apenas veio apressar o desastre.
As promessas de renovação, as soluções milagrosas do PSD, são apenas estratégias da ambição! Já não há solução neste quadro político!
Por isso, quando nos pedem sacrifícios e assistimos aos desmandos sem pudor do poder, às injustiças e sobranceria das elites, apetece-nos tudo menos diálogo. Percebo agora porque a alguns povos não resta outro caminho que não seja o beco da violência.
AOC

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