quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Adivinha da semana



Parecem pássaros
mas não são aves.
Trepam aos candeeiros
e não são répteis.
Empoleiram-se nas árvores
e não cantam.
Agarram-se às paredes
e não são osgas.
Penduram-se
olhando-nos do alto
e não são símios.
Prometem o paraíso
e não são deuses.
Mentem
e ninguém os corrige.
Esvoaçam ao vento e à chuva
em determinada época da vida
mas não batem a asa.
Ali ficam
mudos
feios
tristes
ao ritmo do tempo
persistentes
sem assustarem quem passa.
Multicolores
não têm penas
nem sabem a fruta.
O que será?

AOC

Responda a esta adivinha no espaço reservado a comentários e ganhe um prémio fabuloso. Oferecemos uma semana de serviço cívico, numa cidade à sua escolha, para, depois das eleições poder limpar as ruas, as praças e as rotundas, da propaganda que as suja.

2 comentários:

Anónimo disse...

Só pode tratar-se do lixo deixado por todos aqueles que sazonalmente prometem tudo e nada dão. E o interessante é que até aqueles que aparentemente "lutam" mais pelas questões ecológicas são tão “iguais” aos outros... Devem ter interiorizado a máxima "todos diferentes, todos iguais" e aqui querem ser mais iguais que diferentes...

Quanto ao prémio, sugiro que seja ofertado aos cabeças de lista (eles merecem!) para, que à frente dos seus seguidores, dêem inicio à “limpeza” pós eleitoral, ou a democracia é só para os varredores de rua???? BEM PAGOS!!!!???!!!

Anónimo disse...

Bem o prémio é genial, tão genial que imediatamente pensei: se ganhar, ofereço-o ao presidente da junta de freguesia!

Na realidade o poema, de forma jocosa, mas séria, foca um grave problema cíclico. Ciclíco e por vezes caricato, se avaliarmos o conteúdo das frases e até, a postura teatral das personagens, que embelezam ou assustam o mais distraído dos traseuntes. Isto para não falar nos lugares estratégicos de colocação, por vezes cativos, mas tecnicamente definidos: o tronco de uma árvore onde o Bobby costuma ir libertar as suas necessidades, o poste de electricidade junto ao caixote do lixo do bairro, a parede lateral de um prédio, etc, etc, etc. Tacitamente estudados! Tão estudados que, mesmo desviando o olhar, somos obrigados a ver e a ler.
O pior, é que para além dos pseudo Picassos ou Mirós eleitoralistas que proliferam ´até na mais recôndita aldeia, tentando esclarecer, positivamente(???),o comum cidadão; das toneladas de papel de desbotado que começa por deixar transparecer o lado menos colorido dos candidatos, todos nós acabamos por pagar ciclicamente e caricatamente os exageros e os gastos descomedidos durante os períodos eleitorais!
E ainda dizem que estamos em crise!
Como diria Fernado Pessa: E esta, hem?"