domingo, 7 de junho de 2009

COMENTÁRIO SOBRE A ESPECIARIA RETIRADO DO BLOGUE "À MARGEM".


Comentário de um anónimo

Sem tirar o mérito à obra há inverosimilhanças que ñ lhe ficam bem : uma Estalagem sec.XVI k em vez de um comedouro aberto p a rua,o tem no último andar...sem elevador... O nome dos hóspedes escrito na mesa qd só parte do clero e nobreza sabiam escrever...Uma conversa sb Inquisição (quem se atrevia?) entre um veneziano k vem pela 1º vez a Portugal e uma criada analfabeta.Um velho e uma grávida desnutridos k conseguem fazer uma jangada no meio do naufrágio... Troca de correspondência entre Mancini e Ester prisioneira, sendo esta analfabeta...


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Resposta a um anónimo: ."A Especiaria" é uma obra de ficção e neste género até podemos afirmar que o sol é habitado. .De acordo com a publicação da Câmara Municipal de Lisboa, "Lisboa Seiscentista" da autoria de Fernando Castelo Branco, "A Estalagem Nova" existiu no Rossio e não nenhum desprestigiado "comedouro". .Já os romanos, uns séculos antes de Cristo, faziam edifícios de apartamentos com 3,4 e 5 pisos, sem elevador. Mancini era um cidadão estrangeiro, comerciante culto, viajado, destemido, com ideias próprias, contemporâneo dos grandes movimentos sociais da Europa de então, que se achava no direito de comentar a forma como a Inquisição pregava a Fé. Nem todos se acobardam perante o poder e a injustiça, é por essa razão que se fazem revoluções e os cárceres estão cheios. . Quando se trata de sovreviver, sem ajudas divinas ou outras, velhos, novos, grávidas desnutridas, fazem-se jangadas e até coisas impensáveis. Camões, depois da tempestade lhe ter afundado a nau, cego de um olho, nadou até terra com os manuscritos de "Os Lusíadas";mais recentemente, nos Andes, sobreviventes de um acidente aéreo, comeram os cadáveres dos companheiros de infortúnio como forma de resistir. .Há, ainda hoje, muitas ideias preconcebidas sobre o monopólio da cultura pela igreja católica. Isso não é totalmente verdade e essa é uma das razões porque se queimavam judeus (pessoas cultas com escolas particulares onde ensinavam a ler e intrepretar os seus livros sagrados), quem possuisse uma bíblia em casa, quem fosse acusado de bruxaria (não passava, por vezes, de um simples estudioso de plantas para fins medicinais).Em Angola e em Portugal conheci pessoas que, sem nunca terem frequentado a instituição escola, aprenderam a ler e escrever por iniciativa própria(poderia ter sido este o caso de Ester ao conviver com Mancini). PS:O meu obrigado pelos seus comentários ao meu livro, revela que o leu com atenção o que para nós, autores, é sempre motivo de contentamento e aprendizagem.
AOC

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