segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Comentário sobre a "Especiaria"

(Fenda da Tundavala, Lubango- Huíla)

A Especiaria é uma obra daquelas que se lêem de um fôlego. Depois é para reler com calma, saboreando.

A forma de comunicação é rica e perfeita, conseguindo contagiar o leitor com a intensidade de emoções das personagens.

A linguagem é caracterizada pela densidade e diversidade do vocabulário, por um manejo adequado do léxico Português.

A enredo está urdido de maneira engenhosa, com constante chamada a um passado em que prevaleciam as quimeras e ambições individuais ( ainda que tendo tido como resultante uma mutação Histórica colectiva).

O veneziano Mancini, como todos os outros que partiram para distantes Continentes, seguiu em busca da fortuna. Neste caso ser-lhe-ia trazida pelo "o elixir da juventude". Acabou por embrenhar-se em Reinos longínquos, que entretanto se viam invadidos por forças dominadoras. Ao contrário, o jovem Benguela não sonha com a fortuna. Sonha com o "elixir da justiça". Sonha com as utopias de um futuro colectivo novo.

O autor dá-nos em "A Especiaria" a pedra-de-toque para a qualidade do que ultrapassa a mesquinha redoma de interesses do quotidiano.

Vale a pena!

Maria José Rodrigues

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