se não fosse engenheiro, diria que a expressão...
Papá Peter publicou no grupo Plataforma231.net
17 de Abril de 2012
Se não fosse engenheiro diria que a expressão "engenharia fiscal" pode parecer uma metáfora quando de facto é uma expressão literalmente correcta; uma realidade desde sempre, quer na fiscalidade quer na economia. Tudo isto é estudado e controlável.
De facto, alguns dos princípios mais utilizados em engenharia, com base na matemática e física aplicada, principalmente o estudo de sistemas dinâmicos - estudo das reacções a determinadas acções provocadas em sistemas diversos e alteração das variáveis de forma a obter ou controlar o efeito pretendido - foram largamente estudados de forma a obter os diversos modelos económicos e fiscais actualmente conhecidos.
O grande problema é que os largos estudos por trás dos modelos foram numa dada altura financiados e publicitados, através de grandes nomes da economia (que depois eram laureados com Nobel, para lhes dar maior credibilidade) por quem detinha o capital sendo que o objectivo dos mesmos estudos era conhecer profundamente as variáveis para que, exercendo poder político sobre as mesmas, se poderia controlar efectivamente os efeitos na economia.
Conclusão: Esta ideia que depois nos venderam, que os mercados é que mandam e que a economia é imprevisível, é tudo treta, porque o que acontece, é que, sim, a muito curto prazo, as flutuações que se verificam, são as flutuações normais diárias, mensais, etc... no entanto, a longo prazo, tudo o que ronda a economia é perfeitamente controlável e logo previsível. No entanto, se tudo fosse previsível o sistema económico seria estável, e daí, pouco interessante para a especulação, e logo a economia conforme a conhecemos perderia sentido e passaria a funcionar conforme os princípios com que foi fundada (optimização dos recursos para benefício da população e não dos lucros). A palavra chave é INSTABILIDADE, porque so0quanto maior a instabilidade num sistema de natureza social, mais espaço existe para a corrupção, a incerteza, a desigualdade, para a mentira.
Daí, que quem defende a regulação dos mercados, nada mais está a defender, do que aquilo que se faz e sempre fez em engenharia, que é modelar e controlar as variáveis, de forma que os sistemas sejam tendencialmente estáveis. Um bom exemplo que é perfeitamente entendido por todos, é a utilização de molas e amortecedores no automóvel. A mola tem a função de manter a altura do carro ao solo mais ou menos constante e de forma suave e o amortecedor tem a função de reduzir significativamente a vibração do automóvel devido às irregularidades do piso. Da mesma forma se pode modelar a economia em função dos objectivos ou das necessidades através de impostos, taxas, lei, regulação.
A economia faz parte da sociedade, e se a sociedade de rege por leis, a economia não pode fugir às leis como se não fizesse parte da sociedade ou como se nada tivesse a ver com as pessoas e é isso que têm tentado defender: Que a economia deve ser livre e os mercados devem funcionar livremente porque só assim se atingirá o perfeito funcionamento da sociedade - GRANDE FALÁCIA. Qualquer engenheiro percebe esta falácia se estudou sistemas dinâmicos...
Sem comentários:
Enviar um comentário