O português é a língua da maioria da população de Portugal,[20] Brasil,[21] São Tomé e Príncipe (95%)[22] e Angola.[23] Apesar de apenas 6,5 por cento da população seja de falantes nativos do português em Moçambique, o idioma é falado por cerca de 39,6% dos moçambicanos de acordo com o censo de 1997.[24] A língua também é falada por 11,5% da população da Guiné-Bissau.[25] Não existem dados disponíveis relativos a Cabo Verde, mas quase toda a população é bilíngue, sendo a população monolíngue falante do crioulo cabo-verdiano.
Há também significativas comunidades de imigrantes falantes do português em muitos países como Andorra (15,4%),[26] Austrália,[27] Bermuda,[28] Canadá (0,72% ou 219.275 pessoas segundo o censo de 2006,[29] mas entre 400.000 e 500.000 de acordo com Nancy Gomes),[30] Curaçao, França,[31] Japão,[32] Jersey,[33] Luxemburgo (9%),[20] Namíbia,[34] Paraguai (10,7% ou 636.000 pessoas),[35] África do Sul,[36] Suíça (196 mil cidadãos em 2008),[37] Venezuela (1 a 2% ou 254.000 a 480.000 pessoas)[38] e nos Estados Unidos (0,24% da população ou 687.126 falantes de acordo com o American Community Survey de 2007),[39] principalmente em Nova Jersey,[40] Nova York[41] e Rhode Island.[42]
Em algumas partes do que era a Índia Portuguesa, como Goa[43] e Damão e Diu,[44] a língua ainda é falada.
Idioma oficial
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa[4] (sigla CPLP) consiste nos oito países independentes que têm o português como língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.[4]
Guiné Equatorial fez um pedido formal de adesão plena à CPLP em junho de 2010 e deve adicionar o português como terceira língua oficial (ao lado do espanhol e francês) já que esta é uma das condições para entrar no grupo.
O português é também uma das línguas oficiais da região administrativa especial chinesa de Macau (ao lado do chinês) e de várias organizações internacionais, como o Mercosul,[45] Organização dos Estados Ibero-Americanos,[46] a União de Nações Sul-Americanas,[47] a Organização dos Estados Americanos,[48] a União Africana[49] e da União Europeia.[50]
Português como língua estrangeira
O ensino obrigatório do português nos currículos escolares é observado no Uruguai[51] e na Argentina.[52] Outros países onde o português é ensinado em escolas ou onde seu ensino está sendo introduzido agora incluem Venezuela,[53] Zâmbia,[54] Congo,[55] Senegal,[55] Namíbia,[55] Suazilândia,[55] Costa do Marfim[55] e África do Sul.[55]
Futuro
Segundo estimativas da UNESCO, o português e o espanhol são os idiomas que mais crescem entre as línguas europeias após o inglês e o idioma que tem o maior potencial de crescimento como língua internacional na África Austral e na América do Sul.[56] Espera-se que os países africanos falantes da língua portuguesa tenham uma população combinada de 83 milhões de pessoas até 2050. No total, os países de língua portuguesa terão 335 milhões de pessoas até o mesmo ano.[56]
Desde 1991, quando o Brasil assinou no mercado econômico do Mercosul com outros países sul-americanos, como Argentina, Uruguai e Paraguai, tem havido um aumento no interesse pelo estudo do português nas nações da América do Sul. O peso demográfico do Brasil no continente continuará a reforçar a presença do idioma na região.
Embora no início do século XXI, depois de Macau ter sido cedida à China, o uso de português estivesse em declínio na Ásia, está novamente se tornando uma língua relativamente popular por lá, principalmente por causa do aumento dos laços diplomáticos e financeiros chineses com os países de língua portuguesa.[57]
Visibilidade na ONU
Existe um número crescente de pessoas que falam português, na mídia e na internet, que estão apresentando tal situação à CPLP e outras organizações para a realização de um debate na comunidade lusófona, com o objetivo de apresentar uma petição para tornar o português uma das línguas oficiais das Nações Unidas.
Em outubro de 2005, durante a convenção internacional do Elos Clube Internacional da Comunidade Lusíada, realizada em Tavira (Portugal), uma petição cujo texto pode ser encontrado na internet com o título "Petição para tornar o idioma português oficial na ONU" foi redigida e aprovada por unanimidade.[58] Rômulo Alexandre Soares, presidente da Câmara Brasil - Portugal, destaca que o posicionamento do Brasil no cenário internacional como uma das potências emergentes do século XXI, pelo tamanho de sua população, e a presença da sua variante do português em todo o mundo, fornece uma justificação legítima para a petição enviada à ONU, e assim tornar o português uma das línguas oficiais da organização.[59] Esta é actualmente uma das causas do Movimento Internacional Lusófono.[60]
Outros fatores desvirtuam esta campanha. Embora o português seja uma língua cada vez mais importante a nível internacional, 4 em cada 5 falantes da língua portuguesa no mundo vivem em apenas um país, o Brasil. Isso ainda é distante da natureza internacional exigida para ser uma língua oficial da ONU. O alemão e o japonês não são línguas oficiais da ONU, por razões semelhantes, apesar de serem as línguas de poderosas economias mundiais.[61]
O português é eclipsado ainda mais na Europa, continente de origem de quatro das seis línguas oficiais da ONU (Inglês, francês, espanhol e russo). No contexto europeu, o português não está sequer entre as dez línguas mais faladas no continente, com um número de falantes comparável ao do búlgaro e tcheco (pt-BR) / checo (pt-PT). [carece de fontes]
Na África, o português é eclipsado como língua franca pelos continentais inglês e francês falados nos países que cercam Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. Finalmente, na Ásia, um continente de várias línguas com centenas de milhões de falantes, a única nação soberana lusófona é Timor-Leste. [carece de fontes]
Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (o português brasileiro e o português europeu). No momento atual, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais (é notado que a inglês têm diferenças de ortografia pontuais mas não ortografias oficiais divergentes). Esta situação deve ser resolvida pelo Acordo Ortográfico de 1990.
A língua portuguesa tem grande variedade de dialectos, muitos deles com uma acentuada diferença lexical em relação ao português padrão seja no Brasil ou em Portugal.[62][63][64] Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialectos.
Os primeiros estudos sobre os dialectos do português europeu começaram a ser registados por Leite de Vasconcelos no começo do século XX.[65][66] Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil. O português africano, em especial o português são-tomense, tem muitas semelhanças com o português do Brasil. Ao mesmo tempo, os dialetos do sul de Portugal (chamados "meridionais") apresentam muitas semelhanças com o falar brasileiro, especialmente, o uso intensivo do gerúndio (e. g. falando, escrevendo, etc.). Na Europa, os dialectos transmontano e alto-minhoto apresentam muitas semelhanças com o galego.[67] Um dialecto já quase desaparecido é o português oliventino ou português alentejano oliventino, falado em Olivença e em Táliga.
Após a independência das antigas colônias africanas, o português padrão de Portugal tem sido o escolhido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português tem apenas dois dialetos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note-se que na língua portuguesa europeia há uma variedade prestigiada que deu origem à norma-padrão: a variedade de Lisboa. No Brasil, a maior quantidade de falantes se encontra na região sudeste do país, essa região foi alvo de intensas emigrações de outras regiões, devido ao seu poder econômico, o Distrito Federal também merece destaque por ter sido alvo de uma migração trabalhista para formação da atual capital do Brasil, por isso há um dialeto próprio no Distrito Federal. Os dialectos europeus e americanos do português apresentam problemas de inteligibilidade mútua (dentro dos dois países), devido, sobretudo, a diferenças fonéticas e lexicais. Nenhum pode, no entanto, ser considerado como intrinsecamente melhor ou mais perfeito do que os outros.
Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indonésia preservaram a sua língua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal. A língua foi muito alterada nessas comunidades e, em muitas, nasceram crioulos de base portuguesa, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de isolamento. Também é percebível uma variedade de palavras originadas do português no tétum. Palavras de origem portuguesa entraram no léxico de várias outras línguas, como o japonês, o suaíli, o indonésio e o malaio.
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