quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A RAIZ DO PROBLEMA É A OBEDIÊNCIA


Howard Zinn foi um historiador, cientista político, activista e dramaturgo americano. É mais conhecido como autor do livro
«A People's History of the United States», que vendeu mais de um milhão de cópias desde que foi lançado em 1980.
Nasceu em 24 de Agosto de 1922 em Brooklyn, Nova Iorque e faleceu em 27 de Janeiro de 2010 em Santa Mónica, Califórnia.
  E como é actual o seguinte texto que ele escreveu (Cfr. Disobedience and Democracy: Nine Falacies on Law and Order, South End Press, 1968) :   "A desobediência civil não é o nosso problema. O nosso problema é a obediência civil.
 O nosso problema é que pessoas por todo o mundo têm obedecido às ordens de líderes e milhões têm morrido por causa dessa obediência. O nosso problema é que as pessoas são obedientes por todo o mundo face à pobreza, fome, estupidez, guerra e crueldade. O nosso problema é que as pessoas são obedientes enquanto as cadeias se enchem de pequenos ladrões e os grandes ladrões governam o país.
É esse o nosso problema."

Howard Zinn
 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A FAMÍLIA DE MANDELA - NEM SEMPRE OS HERDEIROS TÊM A GRANDEZA DOS PROGENITORES

Família Mandela começa a se desentender em pleno funeral

Um jornal sul-africano diz que parentes expulsaram Mandla Mandela - o neto mais velho do ex-presidente e herdeiro do título de seu clã - da fazenda da família em Qunu. Os familiares de Nelson Mandela começaram a disputar ferozmente o acesso a sua fazenda enquanto milhares de pessoas desfilavam diante do caixão do Prémio Nobel da Paz, informou a imprensa sul-africana ontem terça-feira. O jornal The Times assinalou que membros da família expulsaram Mandla Mandela - o neto mais velho do ex-presidente e herdeiro do título de seu clã - da fazenda familiar no povoado de Qunu, na província do Cabo Oriental, onde o herói da luta contra o apartheid foi sepultado no domingo. O jornal indicou ainda que as fechaduras da casa de Mandela foram trocadas pouco depois da chegada de sua filha mais velha, Makaziwe, na quinta-feira, uma semana depois da morte do ex-presidente e três dias antes do funeral. A água e a eletricidade foram desconectadas na véspera do solene enterro de Estado em Qunu. Aparentemente, Makaziwe se encarregou dos preparativos do funeral mesmo quando Mandla era o rosto público da família, permanecendo junto ao caixão, enquanto era exposto no Union Buildings de Pretória na semana passada. Durante os últimos meses de vida de Madiba, as batalhes entre seus parentes sobre o uso do nome Mandela para vender qualquer tipo de produto, de garrafas de vinho a objetos de arte chegaram a ofuscar o legado do grande estadista. George Bizos, confidente e advogado de Nelson Mandela, disse na semana passada que o conteúdo de seu testamento será divulgado no momento apropriado, acrescentando que se tratava de "um documento sagrado".

   8 MAPUTO: Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2013 - jornalesquento@gmail.com
        Para todo mundo: http://www.jornalesquento.no.comunidades.net

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

BOM NATAL A TODOS OS MEUS AMIGOS

              
                     CLICA                                                                                                                         

ROBERT MUGABE

Robert Mugabe
________________________________



Robert Mugabe, presidente do Zimbabwe, disse ontem no funeral de Mandela:



- "Eu gostaria que os povos de África me tratassem precisamente como
trataram Nelson Mandela”.



Morgan Tsvangirai, um dos mais ferrenhos líderes da oposição no
Zimbabwe, respondeu prontamente:



- “Mas que ideia fantástica! Comecemos pelos 27 anos na prisão!”

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

NESTE NATAL...

                                    NESTE NATAL

                           OFEREÇA A SI MESMO

                             E AOS SEUS AMIGOS


                     UM LIVRO INQUIETANTE:

           TAMBWE-A UNHA DO LEÃO



                                  UM ROMANCE DE ANTÓNIO OLIVEIRA CASTRO

                            EDITADO PELA GRADIVA


                                                     ENCOMENDE
                                              NA SUA LIVRARIA

                                            OU PEÇA DIRECTAMENTE
                                          
                                                  PARA A EDITORA

                                                           GRADIVA

                                             http://www.gradiva.pt
  

HUMOR EM TEMPO DE CRISE

Vá lá para animar o pessoal:

O poder de um beijo


Vinha pela estrada uma caravana de motociclistas fortes, bigodudos, em suas poderosas motos, quando de repente eles vêem uma garota a ponto de saltar de uma ponte  num rio.

Eles param e o líder deles, particularmente corpulento e de aspecto rude, salta,se dirige a ela e pergunta:
- Que diabos você está fazendo??

- Vou me suicidar-- Responde suavemente a delicada garota com a voz cadenciada e ameaçando pular.

O motociclista pensa por alguns segundos e finalmente diz:
- Bom, antes de saltar, por que não me dá um beijo?

Ela acena com a cabeça, bota de lado os cabelos compridos encaracolados e dá um beijo longo e apaixonado na boca do motociclista parrudo.

Depois desta intensa experiência, a gangue de motoqueiros aplaude, o líder recupera o fôlego, alisa a barba e admite:
- Este foi o melhor beijo que me deram na vida. É um talento que se perderá caso você se suicide. Por que quer morrer?

- Meus pais não gostam que eu me vista de mulher!!!

(não me lembro se o caso terminou classificado como homicídio ou suicídio

PADRE ANTÓNIO VIEIRA - SERMÃO DO BOM LADRÃO

"Sermão do Bom Ladrão" de Padre António Vieira



 "Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas. 
Os ladrões que mais merecem este título são aqueles a quem os Reis encomendam os exércitos e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos. 
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo. 
Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam."


(Padre António Vieira)


 

UM DIA A GENTE PERDE A PACIÊNCIA!!!


Carta de um cliente!
(Esta carta foi direccionada ao banco BES, porém devido à criatividade com que foi redigida, deveria ser direccionada a todas as instituições financeiras.)  

Exmos. Senhores Administradores do BES  
Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. Rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.  
Funcionaria desta forma: todos os senhores e todos os usuários pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer outro produto adquirido (um pão, um remédio, uns litro de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.  
Que tal?  
Pois, ontem saí do BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.  
Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como todo e qualquer outro serviço. Além disso impõe-se taxas de. Uma 'taxa de acesso ao pão', outra 'taxa por guardar pão quente' e ainda uma 'taxa de abertura da padaria'. Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.  
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.  
Financiei um carro, ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobram-me preços de mercado, assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.  
Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.  
Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobram-me uma 'taxa de abertura de crédito'-equivalente àquela hipotética 'taxa de acesso ao pão', que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar  
Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobram-me uma  'taxa de abertura de conta'.  
Como só é possível fazer negócios  com os senhores depois de abrir uma conta, essa 'taxa de abertura de conta' se assemelharia a uma 'taxa de abertura de padaria', pois só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.  

Antigamente os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como 'Papagaios'. Para gerir o 'papagaio', alguns gerentes sem escrúpulos cobravam 'por fora', o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora, ao contrário de 'por fora' temos muitos 'por dentro'.  
Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR 'para manutenção da conta' - semelhante àquela 'taxa de existência da padaria na esquina da rua'.  
A surpresa não acabou. Descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela 'taxa por guardar o pão quente'.  
Mas os senhores são insaciáveis.  
A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde  sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.  
Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de v/. Banco.  
Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?  
Depois de eu pagar as taxas correspondentes talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc., etc., etc. e que apesar de lamentarem muito e de nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto pela lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso, como sei também que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.  
Sei que são legais, mas também sei que são imorais. Por mais que  estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.  
Um diaa gente perde a pachorra!!!
 

OS IMPOSTOS SÃO SÓ PARA OS OUTROS?

*OS IMPOSTOS SÃO SÓ PARA OS OUTROS ?*


O relatório tem como título “Avoiding Tax in Times of Austerity” e como
pós-título “Energias de Portugal (EDP) and the Role of the Netherlands in
Tax Avoidance in Europe”, foi publicado há dias e já deu origem a várias
notícias de jornal. O seu autor é a SOMO, uma organização holandesa sem
fins lucrativos, dedicada ao estudo do desenvolvimento sustentável e que há
40 anos monitoriza o funcionamento das multinacionais e o impacto da sua
acção no desenvolvimento económico, no ambiente e nos direitos humanos.

O que diz o relatório? Explica como é que as grandes empresas portuguesas
fogem aos impostos em Portugal criando empresas-fantasma na Holanda
(mailbox companies, assim chamadas por terem pouco mais do que uma caixa de
correio), fazendo passar por elas os seus fluxos financeiros, beneficiando
não só das condições fiscais vantajosas que a Holanda oferece às empresas
estrangeiras, como conseguindo por vezes, como fez a EDP, acordos especiais
com o fisco holandês que lhes garantem uma “dupla não-taxação”. “Dupla não
taxação”? Sim. Estas empresas não pagam ou quase não pagam impostos nem cá
nem lá, graças a uma hábil utilização das leis fiscais, à conivência das
autoridades fiscais holandesas que ganham com o negócio das
empresas-fantasma cerca de mil milhões de euros por ano e, claro, à
benevolência generalizada, em Portugal e na UE, relativamente aos abusos do
grande capital.

A expressão “double non-taxation” aparece 15 vezes nas 30 páginas do
relatório e é o Santo Graal do “planeamento fiscal agressivo” – o eufemismo
utilizado para descrever a fuga, legal ou ilegal, aos impostos.

O relatório da SOMO não tem nenhuma novidade de fundo. Os advogados que
aconselham as empresas sobre as melhores maneiras de fugir aos impostos, os
activistas que combatem a mesma fuga aos impostos, os políticos e os
jornalistas da área conhecem bem esta situação, que é objecto de discussão
em organizações internacionais há anos. Por isso, o relatório foi objecto
de algumas notícias, mas não suscitou a indignação generalizada que teria
sido justa. E, no entanto, esta é uma das razões principais da crise que
vivemos, da desigualdade crescente das nossas sociedades, da erosão da
democracia que todos sentimos. Graças aos buracos nas leis nacionais e às
lacunas nas leis internacionais, as grandes empresas conseguem fugir às
suas obrigações fiscais e defraudar o Estado enquanto usam as
infra–estruturas que os cidadãos pagam com o seu trabalho. A fuga aos
impostos é o roubo por alguns do património de todos.

É por isso que é chocante a mentira que Passos Coelho gosta de repetir
segundo a qual “não há dinheiro”. Não há dinheiro para a Saúde ou para a
Educação. Não há dinheiro para pensionistas ou para desempregados. Não há
dinheiro para as universidades ou para as pequenas empresas. Mas há
dinheiro para compensar a fuga aos impostos das grandes empresas. Mais: os
mesmos políticos que repetem que não há dinheiro são os que nunca levantam
um dedo nos fóruns internacionais para combater a evasão fiscal. E os
empresários que mais falam de patriotismo e que pregam que temos de
trabalhar mais são os mesmos que vivem à conta dos impostos que nos roubam.
Dezanove das empresas do PSI20 têm empresas de fachada na Holanda. E o
Governo adula as grandes empresas que fogem aos impostos enquanto esmifra
os trabalhadores por conta de outrem. Como a famosa milionária americana
Leona Helmsley (que foi presa por fuga ao fisco), o Governo acha que só os
pobres é que devem pagar impostos.

A Comissão Europeia estima que o total perdido devido à fuga aos impostos é
de um milhão de milhões de euros por ano. Quando se olha para o que as
empresas roubam à comunidade através dos seus advogados pagos a peso de
ouro e dos políticos corruptos que metem no bolso, percebe-se de onde vem a
dívida pública. Quando nos roubam, é natural que fiquemos com um défice. Só
a parte legal dessa fuga aos impostos é estimada em 150.000 milhões de
euros. Mais do que o orçamento total da União Europeia.

Não há dinheiro para pagar pensões, quando as grandes empresas dão o golpe
do baú todos os anos, perante o sorriso seráfico de Maria Swap Albuquerque.
A SOMO diz, aliás, a certa altura: “Apenas podemos especular sobre as
razões por que as autoridades fiscais portuguesas não levantam junto das
autoridades fiscais holandesas [a questão da fuga aos impostos das empresas
portuguesas].”

Imagine por um momento que tínhamos um governo honesto, empenhado em fazer
cumprir a lei, em combater este regime de crime social tolerado. Qual seria
a importância da nossa dívida? Seria possível continuar a destruir o Estado
social com o argumento da falta de dinheiro? Seria possível continuar a
vender ao desbarato o património público? Não. É por isso que podemos ter a
certeza de que, com este Governo, a actual situação de saque legal e fuga
das empresas para paraísos fiscais como a Holanda irá continuar.

José Vítor Malheiros – “Público”
-
-