sexta-feira, 13 de setembro de 2013

BRASIL É CÚMPLICE DO MIGUEL RELVAS - QUE VERGONHA!

BRASIL-DIZ-ME COM QUEM ANDAS E DIR-TE-EI QUE ÉS.

DEVIAM PROIBIR ESTE HOMEM DE ENTRAR NO VOSSO PAÍS.

OIÇAM A INDIGNAÇÃO DOS MANIFESTANTES

MIGUEL RELVAS NÃO REPRESENTA O POVO PORTUGUÊS


A INDÚSTRIA DOS INCÊNDIOS EM PORTUGAL

Texto de José Gomes Ferreira:
 
A Industria dos incêndios


A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria
dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.

Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas.

Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos:

1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?
Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências?

Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair?
Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis?


Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo?

2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios...

3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei.

4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre.



5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade.

Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime...

Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado. Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal?

Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país.

Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime.

Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:

1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar.

2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas).

3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores



4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei.

5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível.

6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios.

Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África. Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo.

 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

SÍRIA - A GUERRA E OS MASSACRES

Caros amigos,



Há poucas semanas, as crianças nesta foto foram assassinadas com gás enquanto dormiam. Existe uma maneira pacífica de por um fim a estes massacres: o Irã e os EUA precisam sentar-se à mesa de negociações e reunir os dois lados do conflito para chegar a um cessar-fogo. Pela primeira vez, dois presidentes estão mostrando que um diálogo é possível. Vamos dizer a eles que o mundo deseja o começo das negociações que podem salvar vidas já! Assine:

Assine a petição
Há poucas semanas, as crianças nesta foto foram assassinadas com gás enquanto dormiam, mas parece que o mundo as esqueceu e se perdeu em um debate entre um ataque aéreo dos EUA na Síria ou fazer nada. Agora há um lampejo de esperança de um fim pacífico para estes massacres.

A guerra sangrenta na Síria tem sido fortalecida pela rivalidade entre o Irã, o principal apoiador de Assad, e os EUA e seus aliados. Mas esse abominável ataque com armas químicas mudou o discurso deles: o novo presidente do Irã condenou o uso de gás e Obama sinalizou que trabalharia com "qualquer um" para solucionar o conflito. Vamos convocar com urgência ambos os líderes para sentar à mesa de negociações e reunir os dois lados do conflito antes que mais vidas sejam perdidas.

Neste exato momento, os tambores da guerra estão soando para a Síria, mas se muitos de nós garantirmos que Hassan Rouhani, presidente do Irã, e Obama saibam que o mundo quer uma diplomacia ousada, podemos acabar com esse pesadelo para milhares de crianças sírias, aterrorizadas pela ameaça de novos ataques de gás. Não temos tempo a perder. Clique agora para juntar-se ao nosso apelo urgente -- quando atingirmos um milhão de assinaturas, entregaremos esta petição diretamente aos dois presidentes:

http://www.avaaz.org/po/solution_for_syria_loc/?btwOQeb&v=29019

A guerra na Síria é uma das mais brutais da nossa geração e o ataque com armas químicas contra civis inocentes é o pior que o mundo já viu nos últimos 30 anos. O mundo tem a obrigação de proteger a população síria do extermínio, mas por dois anos a comunidade internacional ficou vergonhosamente emperrada e fracassou nessa tarefa. Agora, apesar das provas contundentes de que as forças de Assad estão por trás do ataque, os apoiadores da Síria semearam dúvidas quanto a isso e, cautelosa quanto à guerra, a comunidade internacional se mostra insegura quanto a uma intervenção humanitária. Estas negociações são uma nova chance para por um fim ao derramamento de sangue.

Sempre se acreditou que os Estados Unidos nunca iriam querer dialogar com o Irã e que o Irã nunca iria ajudar os EUA a resolver a crise na Síria, mas atualmente há indícios de mudanças e esperança. O presidente Obama pode até lançar um ataque aéreo, mas ele não possui o apoio para declarar guerra e está buscando uma solução de longo prazo. 130 membros do Congresso americano estão pedindo que Obama converse com o Irã. E o apoio de pessoas de todo o mundo a esta saída diplomática pode levá-lo a estabelecer um diálogo.

Ahmadinejad, o ex-presidente do Irã, gastou bilhões com o envio de dinheiro e armas para o regime de Assad. Mas agora o novo presidente, Hassan Rouhani, foi eleito com a promessa de estabelecer vínculos com o Ocidente e é a favor de um acordo político com a oposição síria. O ataque químico está desgastando o apoio do público iraniano ao Assad, despertando memórias dolorosas do ataque de gás do Iraque contra o Irã no início dos anos 80 e fontes internas afirmam que há uma pressão crescente para que o apoio do Irã a Assad seja repensado. Este pode ser o ponto crítico para levar Rouhani à mesa de negociações.

O diálogo não vai fazer com que os horrores parem da noite para o dia, mas não existe uma solução rápida e fácil. Precisamos urgentemente começar um processo que pode por um fim ao assassinato de crianças inocentes e unir a população mundial, ao invés de nos afastarmos uns dos outros ainda mais. Vamos fazer com que os EUA e o Irã comecem o diálogo agora:

http://www.avaaz.org/po/solution_for_syria_loc/?btwOQeb&v=29019

Em Genebra, um roteiro para o processo de paz na Síria já foi iniciado, mas esta é a primeira vez em que há vontade política para deixar de lado todas as diferenças e sentar-se à mesa de negociações. O Irã é o único país no mundo com influência suficiente sobre a Síria para levar a ditadura ao diálogo. A Rússia, outro país que é um aliado essencial do regime de Assad, também disse estar disposta a discutir soluções diplomáticas. E os EUA, com seus aliados no Oriente Médio, pode convencer a oposição síria a juntar-se às negociações.

Foi preciso o horror da Segunda Guerra Mundial para que a ONU e a Declaração Universal dos Direitos Humanos surgissem. Talvez o horror na Síria possa finalmente levar os EUA e o Irã, com seus presidentes moderados, a dialogar sobre suas diferenças de longa data e construir as fundações para uma paz mais duradoura para a Síria e para a região, com consequências para uma série de questões globais, da proliferação de armas nucleares à paz entre Israel e Palestina. A nossa comunidade tem apoiado o povo sírio desde o começo. Agora, mais do que nunca, eles precisam de nós. Vamos dar o nosso melhor.

Com esperança,

Alice, Luis, Ian, Emily, Bissan, Antonia, Ricken, Lisa, Mais e toda a equipe da Avaaz

PS: Muitas campanhas da Avaaz foram criadas por membros da nossa comunidade! Crie agora a sua campanha sobre qualquer tema - local, nacional ou global: http://www.avaaz.org/po/petition/start_a_petition/?bgMYedb&v=23917


Mais informações:

Síria oferece oportunidade para negociações entre EUA e Irã (em inglês)(Al Monitor)
http://www.al-monitor.com/pulse/originals/2013/08/syria-opportunity-iran-us-talks.html

Rouhani reconhece que armas químicas levaram a mortes na Síria (em inglês) (Reuters)
http://www.reuters.com/article/2013/08/24/us-syria-crisis-iran-idUSBRE97N06P20130824

Preocupação com Irã pode levar EUA a intervir na Síria (WSJ)
http://online.wsj.com/article/SB10001424127887323906804579037513562370886.html

EUA planejam ataque de três dias contra a Síria, segundo jornal (RFI)
http://www.portugues.rfi.fr/mundo/20130908-estados-unidos-planejam-ataque-de-tres-dias-contra-siria-segundo-jornal

Cúpula termina com G20 dividido sobre ataque à Síria (DW)
http://www.dw.de/c%C3%BApula-termina-com-g20-dividido-sobre-ataque-%C3%A0-s%C3%ADria/a-17072426

Resistência a ataque cresce e Obama marca anúncio sobre Síria para 3ª-feira (Estadão)
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,resistencia-a-ataque-cresce-e-obama-marca-anuncio-sobre-siria-para-3-feira-,1072094,0.htm

Não, o Irã não precisa de Assad (em inglês)(The Atlantic)
http://www.theatlantic.com/international/archive/2013/09/no-iran-doesn-t-need-assad/279340/
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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O AVIÃO QUE DESCEU NO RIO HUDSON


Lembram-se
do avião
que desceu no
Rio Hudson?
Então vejam
este espectáculo
da técnica de hoje.
Flight 1549 3D
Reconstruction,
Hudson River Ditching
 Jan 15, 2009.
É impressionante
como se consegue
 dar tamanho realismo
com os dados
registados nas
caixas de voo.
 
 

ALMOÇOS GRÁTIS?



Almoços grátis?

A actual maioria PSD /CDS prepara-se para reduzir em 10% os montantes de todas as pensões do sector público. A medida, que estará inserida no tão propalado corte de quatro mil milhões de euros nas despesas do Estado (montante posteriormente reduzido para dois mil milhões), constitui um acto brutal contra quem trabalhou e descontou durante o período da vida activa e que, chegado à velhice, acaba sendo alvo de um verdadeiro assalto aos seus rendimentos. 
Não está só em causa o princípio republicano da solidariedade, um dos valores matriciais de qualquer República Democrática (cfr. Artigo 1.o da Constituição). 
O que esta maioria se prepara para fazer constitui a negação dos mais elementares princípios do direito.

Com essa medida, o PSD e o CDS retiram a milhares de idosos as condições de dignidade para o fim das suas vidas, pois com esse corte muitos idosos terão de reduzir ou eliminar despesas pessoais absolutamente essenciais à sua existência, tais como alimentação e medicamentos. 
Mas, com tal medida, o PSD e o CDS violam também, de forma acintosa, o contrato de cidadania que o Estado havia celebrado com os seus servidores, mediante o qual estes teriam, no fim da sua carreira contributiva, direito a uma pensão proporcional às respectivas contribuições. 
O PSD e o CDS, chegados ao poder, não só violam todas as promessas eleitorais que lhes permitiram precisamente alcançar o poder, fazendo justamente aquilo que em campanha eleitoral garantiram que nunca fariam, mas violam ainda as mais basilares regras jurídicas, já que, com uma pusilanimidade estonteante, rasgam os contratos vitalícios que o Estado havia celebrado. 
Tudo sem qualquer culpa dos prejudicados, com a excepção, porventura, de terem permitido que pessoas sem palavra e sem honradez política chegassem ao poder.
Mas, ao mesmo tempo que se preparam para cortar impiedosamente nas pensões dos aposentados, incluindo daqueles que auferem apenas algumas centenas de euros mensais, o PSD e o CDS propõem-se, com a mesma insensibilidade, isentar desses cortes magistrados e diplomatas, muitos dos quais auferem pensões superiores a cinco mil euros mensais. 
Trata-se da consagração, na nossa República Democrática, de um privilégio de casta que, numa sociedade decente, deveria envergonhar tanto quem o concede como quem o recebe. 
Um privilégio que, no caso dos magistrados, acrescerá a muitos outros verdadeiramente escandalosos, como subsídios de habitação a quem vive em casa própria, isenções de impostos, etc. 
Mas, como a cultura dos nossos magistrados é a de quem se julga acima dos simples mortais, tudo o que sabe a privilégios é sempre bem-vindo para eles. 
Porém, como não há almoços grátis, a prebenda que o PSD e o CDS se preparam para oferecer aos magistrados deve ter, obviamente, por detrás, negociatas malcheirosas. 
Para além de poder constituir um aliciamento por parte de quem não tem a consciência tranquila e procura favores ou indulgências judiciais, ela não pode deixar de ser encarada como um prémio pelo contributo que os magistrados deram para desgastar o Governo anterior com processos vergonhosos, assim contribuindo também para antecipar a chegada ao poder do PSD e do CDS. 
Mas, por outro lado, ela surge não muito tempo depois de um dirigente do sindicato dos juízes ter insinuado publicamente que se os juízes portugueses tivessem de suportar os sacrifícios da crise como todos os outros cidadãos, eles poderiam deixar de ser independentes e, provavelmente - pensámos todos nós - corromper-se-iam e (pelo menos alguns) passariam a vender sentenças.
É claro que agora não faltarão os habituais magistrados papagaios tentando justificar essa ignomínia com os mais estúpidos argumentos (lembram-se daquele em que, além das férias de Natal e da Páscoa, se justificava a existência de dois meses de férias no verão para os magistrados trabalharem?). 
Mas isso só demonstra a conta em que eles têm os cidadãos desta República. Por mim, repito: nestas coisas (como em muitas outras da vida), não há almoços grátis, só faltando apurar o que os magistrados, sobretudo os juízes, darão em troca ao PSD e ao CDS, além do que já deram no passado recente.
In JN, 12.08.13

HISTÓRIA DE NAVEGADORES - AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES EM PORTUGAL

HISTÓRIA DE NAVEGADORES

* Navegavam há meses, mas os marujos não tomavam banho nem trocavam de roupa. O que não era novidade naquela época,  e como tal o navio “fedia”!
* O Capitão chamou o Imediato: Sr. Manuel, o navio “fede”, mande os homens trocarem de roupa! - Muito bem Sr. Capitão e parte para reunir os seus homens: - Marinheiros, o Capitão diz que o barco cheira mal e manda que todos trocarem de roupa. - Manuel troque a camisa com João, José troque a sua com Pedro, Joaquim troque a sua com Alfredo... e assim sucessivamente. Quando todos tinham feito as devidas trocas, o Imediato vai ter com o Capitão e diz: - Sr. Capitão, já todos trocaram de roupa.
* O Capitão respira fundo e visivelmente aliviado, manda prosseguir a viagem.

É MAIS OU MENOS ISSO QUE VAI ACONTECER EM PORTUGAL NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

FACTOS DA HISTÓRIA PORTUGUESA-sentença do ano de 1587 - Trancoso - Bahia

  

SENTENÇA PROFERIDA EM 1587 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO  
(Autos arquivados na Torre do Tombo(*), armário 5, maço 7). 
 (*)Torre do Tombo é o local onde se guardam todos os documentos antigos e está situada em Lisboa, junto à Cidade Universitária.  
 
"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido:
com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos;
de cinco irmãs teve dezoito filhas;
de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas;
de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas;
de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas;
dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas.
Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".
Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres.
Acusam-lhe ainda dois ajudantes de missa, infantes menores  que lhe foram obrigados a servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do malfadado prior.
              Agora vem o inesperado:
"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1587, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de Salvador como col aborador de povoamento português. El-rei ordena ainda guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo". 

A QUESTÃO DE GIBRALTAR



Gibraltar é um território britânico ultramarino localizado no extremo sul da Península Ibérica. Corresponde a uma pequena península, com uma estreita fronteira terrestre a norte, é limitado, dos outros lados, pelo Mar Mediterrâneo, Estreito de Gibraltar e Baía de Gibraltar, já no Atlântico. A Espanha mantém a reivindicação sobre o Rochedo, o que é totalmente rejeitado pela população gibraltina1 2 .
O nome Gibraltar origina-se na expressão árabe jabal al-Tariq (ﺨﺒﻝﻄﺭﻕ) que significa "montanha do Tarique". A montanha, um promontório militarmente estratégico na entrada do mar Mediterrâneo, guarnece o estreito oceânico que separa a África do continente europeu. O nome é uma homenagem ao general muçulmano Tariq ibn Ziyad que no ano de 711 d.C. aí desembarcou, iniciando a conquista do reino visigótico.
Antes foi chamado pelos fenícios de Calpe, uma das Colunas de Hércules. Popularmente, Gibraltar é chamada de "Gib" ou "The Rock" (o Rochedo).

História

 
Uma força anglo-neerlandesa liderada por Sir George Rooke apoderou-se de Gibraltar em 1704. O território foi cedido à Grã-Bretanha pela Espanha no Tratado de Utrecht em 1713, como parte do pagamento da Guerra da Sucessão Espanhola. Nesse tratado, Espanha cedeu à Inglaterra "… a total propriedade da cidade e castelo de Gibraltar, junto com o porto, fortificações e fortes … para sempre, sem qualquer exceção ou impedimento."3
Apesar de tudo, o tratado de cessão estipula que nenhum comércio por terra entre Gibraltar e a Espanha deve ocorrer, exceto para provisões em caso de emergência se Gibraltar não conseguir ser abastecida por mar. Uma condição especial nesse tratado é que "nenhuma permissão deve ser dada sob qualquer pretexto, tanto a judeus quanto a mouros, para morarem ou terem residência na dita cidade de Gibraltar". Esta restrição foi rapidamente ignorada, e por muitos anos tanto judeus quanto árabes moraram pacificamente em Gibraltar. Numa cláusula de reversão, se a coroa britânica quiser abandonar Gibraltar, deve oferece-la primeiro à Espanha.
Nos tempos de Franco, as fronteiras do "rochedo" estiveram encerradas, dificultando a vida aos seus 30 mil habitantes. A passagem de pessoas e bens voltou a ser possível em 1985.
Num referendo de 1967, a população de Gibraltar ignorou a pressão espanhola e votou maciçamente por permanecer uma dependência britânica. Mais recentemente, num segundo referendo que ocorreu em novembro de 2002, 99% dos votantes rejeitaram qualquer proposta de partilha de soberania entre o Reino Unido e a Espanha. No entanto, os gibraltinos têm buscado um status mais avançado e um relacionamento com o Reino Unido que reflita o presente nível de auto-governo. Uma nova constituição para o território foi submetida a aprovação.
Em julho de 2009 o ministro dos Negócios Estrangeiros de Madrid, Miguel Ángel Moratinos, fez uma visita histórica a Gibraltar, a primeira vez em 300 anos que um ministro espanhol visitou o "rochedo", não deixando, contudo, de reclamar a soberania de Espanha.

Gibraltar é um dos territórios britânicos ultramarinos, e o poder executivo de Gibraltar é partilhado pelo Governador, designado pelo monarca do Reino Unido, e pelo seu governo autónomo, presidido por um Ministro Principal. Desde a adopção das cartas constitucionais de 1969 e de 2006, este último desenvolveu a sua autonomia em diversos aspectos, embora os assuntos de defesa, relações externas, segurança interna e finanças sejam competências reservadas ao Governador de Gibraltar.

A questão da soberania é um dos temas dominantes da política de Gibraltar. Os dois partidos políticos principais, o social-democrata (Gibraltar Social Democrats, GSD) e o trabalhista (Gibraltar Socialist Labour Party, GSLP) centram o seu discurso neste capítulo em oposição a qualquer transferência de soberania para a Espanha, cujos governos têm tradicionalmente solicitado a retrocessão do território. Por seu lado, a posição mantida pelo governo britânico, de não optar por nenhuma mudança sem o consentimento do povo de Gibraltar, foi flexibilizada após as negociações de 2002, ao aceitar o principio de soberania conjunta com Espanha. No entanto, os partidos políticos locais, com o apoio da oposição britânica, opuseram-se fortemente a este acordo, reclamando em seu lugar a autodeterminação da península e instando o Governo a realizar uma consulta semelhante à que fora formulada em 1967.

O referendo de 2002 tinha a pergunta "Aprova o principio de que o Reino Unido e Espanha partilhem a soberania de Gibraltar?", à qual só se podia responder afirmativa ou negativamente, foi seguido por cerca de 88% do censo, e resultou num apoio da opção de recusa por 99% dos participantes, enquanto apenas 187 cidadãos apoiaram a proposta.
Em 30 de Novembro de 2006, um referendo foi feito para que os gibraltinos votassem sobre uma constituição. 60,4% de participação conduziu a 60,24% de votos a aprovar a constituição e 37,75% contra, sendo os restantes brancos ou nulos. A aceitação de uma constituição foi apoiada pelo "Chief Minister", Peter Caruana, como passo importante para o desenvolvimento político de Gibraltar.

ESPANHA CONTINUA A SER COLONIALISTA

A QUESTÃO DE OLIVENÇA


UMA VISÃO PORTUGUESA 
   por Carlos Luna
 
 
 
Falar de Olivença é falar de algo que dói. O Português, em geral,   teme a Espanha e desconfia das intenções desta em relação a Portugal. Olivença é a expressão mais sentida desses receios.

Os disparates não tardam.
 
Muita gente crê que Olivença foi  trocada por Campo Maior. Isso é uma falsidade histórica alimentada  pela Ditadura. Olivença e outras localidades passaram para Portugal  em 1297 pelo Tratado de Alcañices. Outros povoados passaram então para Castela-Leão.
   
Depois, há quem afirme que Olivença é tipicamente espanhola e os seus habitantes puros espanhóis. Evidentemente que, face às autoridades espanholas, isso assim será. Contudo, consultar uma  lista telefónica e ler a enorme quantidade de apelido portugueses em  Olivença, ou ir à localidade e encontrar quase só monumentos  portugueses construídos entre os Séculos XIII e XVIII, não contribuem para convencer um Português. Pelo contrário, convence-se  que algo, nessa história, não bate certo.
   
Impressiona o esforço de alguns para inventar uma Olivença na História de Espanha. Ora, ela não existiu a não ser em conflitos na História da maior Nação ibérica. Toda a História de Olivença faz  parte da História de Portugal, nas suas glórias e fraquezas.
 
 
Olivença e o oliventino são, em Espanha, segundo uma visão portuguesa, uma presa de guerra. Claro que um oliventino não é discriminado. Mas sabe-se que já o foi e, de qualquer forma, o que  é actualmente, não o pode transformar num descendente de antigos  espanhóis, porque ele é e sempre, um descendente de Portugueses.

Diz-se que o Português falado em Olivença é um "chaporreo", um  mau português. Só que, como essa forma de falar é comum a meio  milhão de portugueses do Alentejo, está-se a chamar errada à maneira  de falar de muita gente. Em Portugal, não se fala só Português de  Lisboa!
 
Ouve-se que em Espanha se vive melhor e que o oliventino não quer ir de cavalo para burro. Esse argumento, para além de ser uma  forma interesseira de patriotismo, não tem em linha de conta que as  situações económicas de Portugal e Espanha têm variado ao longo dos  séculos e que ninguém sabe, dentro de vinte ou trinta anos, como  estará esse equilíbrio. E não digam a um português que a Espanha,   sendo maior, tem mais desenvolvimento! A Suíça, a Holanda, a Bélgica, a Áustria, são países menores que Portugal mas mais avançados do que a Espanha. Também esta, um pouco maior que o Japão, está bem atrás deste!
 

Entre outros argumentos, diz-se que em 1815 as poucas linhas  dedicadas pelas grandes potências à questão de Olivença não obrigam  claramente a Espanha a devolver o Território. Só que as poucas  linhas dão, inicialmente, razão a um outro documento, onde se conclui ser ilegal a ocupação espanhola. Só a leitura completa dos  documentos permite compreender o alcance das tais poucas linhas. E, não esqueçamos, a Espanha assinou as resoluções de então, ainda que  só em 1817 por causa de questões italianas.

Talvez o que mais indignação cause em muitos portugueses sejam os  argumentos simplistas, quase primitivos, e a dualidade de critérios usados por alguns estudiosos e políticos espanhóis. Vejamos alguns.

Ouve-se dizer que Olivença é espanhola porque fica na margem  esquerda do Guadiana. Ora, também o ficam as localidades portuguesas de Mourão, Moura, Serpa, e Barrancos e isso não constitui óbice a que sejam reconhecidamente portuguesas. Por outro lado, sendo este  argumento simplista, é tentador fazer um pouco de humor e lembrar  que ficam na margem direita do rio em questão (e, portanto, pela lógica apresentada de que a Portugal cabe só a margem direita do Guadiana) muitas localidades espanholas. Mérida, por exemplo. Levar  este raciocínio às últimas consequências poderá levar a conclusões  absolutamente hilariantes.

Também se diz que Olivença era um enclave português em terra espanhola esquecendo-se que há outros territórios em igual situação. Barrancos, vila Portuguesa, ou Cedillo ou Baroncelli,  vilas espanholas. Além disso, como um enclave muitas vezes subentende um enclave correspondente do lado contrário, resta provar se Olivença era um enclave português ou se, em alternativa, eram Alconchel e Cheles um enclave espanhol entre as localidades portuguesas de Olivença e Barrancos. Será que as fronteiras entre Portugal e Espanha deveriam ser traçadas em linha recta? Ou, se os  enclaves devem ser eliminados, o que vai suceder à catalã Llívia,  encravada no Rossilhão francês? Como é possível, com seriedade, aceitar argumentos destes?

Discutir problemas com alguma racionalidade é uma coisa. Outra  coisa é troçar da inteligência de cada um.
 
Alguns exemplos de dualidade de critérios? Também os há. Diz-se,  por exemplo, que o tempo resolveu o problema, desde 1801 até hoje. Como pode um português levar isto a sério, sabendo que Espanha reclama Gibraltar, ocupada desde 1704? Estamos claramente diante de uma dualidade de critérios... acrescendo ainda que, considerando o tempo como legitimador de ocupações, correremos o risco de assistir a anexações por todo esse mundo fora, bastando apenas que a anexação se prolongue no tempo para a tornar legal. Que campo favorável fica assim aberto a todos os imperialismos deste planeta!!!
   
O plebiscito em Olivença é muitas vezes proposto para resolver a  questão. Aparentemente democrático, não o é porque se verificaram  cerca de 170 anos de colonialismo. Até à década de 1930, Portugal propôs plebiscitos em Olivença. O Estado espanhol nem sequer resposta dava. Entretanto, uma educação exclusivamente espanhola moldava as mentalidades. Na época franquista, ser pró-português era  inviável. Em mais de cem anos, castrou-se cultural, histórica e linguisticamente um povo ao ponto de membros deste povo se  envergonharem de si mesmos e da língua ancestral. Actualmente,   depois da castelhanização desenfreada de muitos e muitos anos, já se  considera aceitável o plebiscito. É evidente que, sem um período de  informação/formação de algumas dezenas de anos e sem estarem claramente garantidos os níveis de vida e Assistência Social adquiridos entretanto pelas populações, um plebiscito não pode ser  considerado válido.
 

Mas ainda há mais! Ouçamos Abel Matutes (Ministro espanhol dos  Assuntos Exteriores), a propósito de Gibraltar, em 26 de Setembro de  1997, não esquecendo que naquela colónia britânica 99% da população votou por continuar a ser governada por Londres:
 
Gibraltar é uma  situação colonial por resolver (...); supõe um atentado contra a integridade territorial espanhola e não lhe é aplicável o Direito à  Autodeterminação (...). O Território de Gibraltar era parte integrante de Espanha (...). (Prometo aos gibraltinos...)...uma oferta muito generosa que, depois da integração de Gibraltar em  Espanha, permitiria aos actuais habitantes desta colónia conservar,   nos aspectos fundamentais, a sua actual situação económica e jurídica.
 
Note-se ainda que, se a anexação de Gibraltar foi e  infelizmente, mais ou menos legal, Olivença é vista como estando ilegalmente ocupada desde 1807, ou 1815-1817. Todas as  administrações em Olivença desde, pelo menos, 1817, são consideradas  pelo Estado Português como ilegais!

As palavras de Abel Matutes deixam muitos portugueses estupefactos pois está-se perante o que consideram uma escandalosa,   quase hipócrita, dualidade de critérios. Penso que não será preciso explicar detalhadamente porquê...
 

QUALIFICAÇÃO PARA O MUNDIAL NO BRASIL - PORTUGAL VENCE A IRLANDA DO NORTE POR 4-2


Portugal venceu hoje na Irlanda do Norte, por 4-2, e conservou a liderança do Grupo F de qualificação para o Mundial de futebol de 2014, num jogo em que Cristiano Ronaldo se tornou o segundo melhor marcador da seleção lusa.
Com três golos no Windsor Park, em Belfast, o avançado português passou a somar 43 ao serviço da seleção A e ultrapassou os 41 do "rei" Eusébio, ficando somente a quatro do recorde de Pauleta, também já retirado, e autor de 47 golos.
Ronaldo fez os últimos três golos de Portugal (68, 77 e 83 minutos) e deu a volta ao marcador, depois de McAuley (36) e Ward (52) terem marcado para a Irlanda do Norte, anulando o tento inaugural de Bruno Alves.
A seleção portuguesa foi para o intervalo reduzida a 10 unidades, por expulsão de Hélder Postiga, aos 43 minutos, a punir um encosto de cabeça no defesa em McAuley, mas, na segunda parte, as contas equilibraram-se, já que o árbitro holandês Danny Makkelie mostrou o segundo amarelo a Brunt (61) e vermelho direto a Lafferty (81), este mesmo antes de Ronaldo completar o "hat-trick".
Com este triunfo, Portugal manteve o comando do Grupo F, com dois pontos de vantagem sobre a Rússia, que hoje derrotou o Luxemburgo, por 4-1, mas tem menos um jogo disputado.