Bento Kangamba (Angola) processado por trafico sexual no Brasil
Fonte: Jornal Estado de S. Paulo
A Polícia Federal brasileira acusou Bento Kangamba, general e empresário angolano casado com uma sobrinha do presidente de Angola, de chefiar esquema internacional de tráfico de mulheres do Brasil para África do Sul, Portugal, Angola e Áustria.
Segundo a imprensa local, numa Operação denominada «Garina», deflagrada nessa quinta-feira, 24, a Polícia Federal do Brasil pediu e a Justiça concedeu a prisão do general Bento dos Santos Kangamba, caso ele desembarque no Brasil, e incluiu seu nome e o de um comparsa na lista de procurados da Interpol.
Chamado de "tio Bento" ou "tio Chico" pelos integrantes da quadrilha, o general é casado com uma filha de Avelino dos Santos, irmão do presidente.
Presidente do grupo Kabuscorp, um complexo industrial com sede em Angola, o general também é influente no mundo dos negócios. Kangamba é o maior patrocinador do Vitória Sport Clube, da primeira divisão de Portugal, e tem, ainda, um time de futebol no país africano. Duas atividades usadas na lavagem de dinheiro do crime organizado.
O Jornal Estado de S. Paulo apurou que o braço do esquema do general no Brasil é Wellington Eduardo Santos de Sousa, que a PF identificou nos relatórios de inteligência como Latino, um ex-pagodeiro da banda Desejos.
Em um ano de investigação, a PF descobriu que a quadrilha aliciava mulheres em casas noturnas paulistanas no bairro de Indianópolis, zona sul de São Paulo, mediante promessa de pagamento de US$ 10 mil para se prostituírem pelo período de uma semana para clientes de elevado poder econômico. Modelos de capas de revistas masculinas e que participavam de programas de TV receberam até US$ 100 mil para se relacionar sexualmente com o general.
Há fortes indícios de que parte das vítimas foi privada temporariamente de sua liberdade no exterior e obrigada a manter relações sexuais sem preservativos com clientes estrangeiros. Para essas vítimas, os criminosos ofereciam um falso coquetel de drogas antiaids. Foram cumpridos ontem 16 mandados judiciais: 5 de prisão e 11 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, São Bernardo, Cotia e Guarulhos. A PF apreendeu 11 carros de luxo, 23 passaportes, 9 cópias de passaportes, 14 pedidos de visto para Angola, moeda estrangeira e drogas.
Luxo. Segundo a PF, a organização movimentou US$ 45 milhões com o tráfico internacional de mulheres desde 2007. O enriquecimento da família do presidente de Angola tem sido noticiado em todo o mundo. A filha do presidente, Isabel dos Santos, foi apontada pela revista americana Forbes como a mulher mais rica e poderosa da África. A revista noticiou que a fortuna tem origem em corrupção: ela fica com uma parte de empresas que querem estabelecer-se em Angola e recebe comissão em troca da assinatura do pai numa lei ou decreto.
Em julho, a imprensa de Portugal noticiou que Kangamba comprou uma casa de 12 milhões nos arredores de Madri, no mesmo condomínio em que mora o jogador Cristiano Ronaldo. O nome da operação, Garina, significa menina na gíria de Angola. A Embaixada de Angola no Brasil foi procurada, mas não respondeu à ligação. / COLABORARAM FÁBIO FABRINI E BERNARDO CARAM
25 Outubro de 2013 | 18h25 - Actualizado em 25 Outubro de 2013 | 18h25
25 Outubro de 2013 | 18h25 - Actualizado em 25 Outubro de 2013 | 18h25
Bento Kangamba desmente envolvimento em tráfico de mulheres
Luanda - O empresário angolano Bento dos Santos ?Kangamba? desmentiu nesta sexta-feira, em Luanda, a notícia posta a circular na imprensa brasileira e nas redes sociais, segundo a qual a Polícia Federal Brasileira acusa-o de chefiar um esquema internacional de tráfico de mulheres do Brasil para a África do Sul, Portugal, Angola e Áustria.
De acordo com fonte oficial, o empresário afirmou que "nunca recebeu qualquer notificação policial sobre os alegados casos de tráfico e jamais manteve quaisquer contactos nesse sentido com cidadãos dos países mencionados".
Sublinhou que "nunca deslocou-se à República Federal do Brasil".
Segundo o empresário, acrescenta a fonte oficial, "facilmente se depreende, pelo teor das notícias, que a intenção de citar o seu nome visa atingir e caluniar outras personalidades" do Estado Angolano.
Sublinhou que "nunca deslocou-se à República Federal do Brasil".
Segundo o empresário, acrescenta a fonte oficial, "facilmente se depreende, pelo teor das notícias, que a intenção de citar o seu nome visa atingir e caluniar outras personalidades" do Estado Angolano.
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