E tu em que comentador votas?
IN DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Tornou-se o coroar de progressão na carreira de um político: militante,
deputado, ministro e, enfim, comentador político televisivo! Três ex-líderes do
PSD, um do PS e um do BE acabam de se juntar a um outro ex-líder
social-democrata - o professor Marcelo, o indestronável Ferguson do comentário
-, num vendaval de contratações. Antigamente a glória era chegar a comendador;
agora, a comentador. Passa-se de uma consonante sonora (d) para uma surda (t), o
que para quem se quer fazer ouvir me parece despromoção. Acresce que nisto de
juntar política e televisão não se pode ficar a meio caminho. Como um dia disse
Emídio Rangel, uma televisão pode vender um Presidente. Disse "uma televisão",
não "um comentário televisivo". Ponham os olhos em Berlusconi que para chegar lá
comprou a emissora, o que não o fez uma respeitada "Sua Eminenza", fê-lo uma
poderosa "Sua Emitenza"... Já critiquei a moda pela minha ótica de consumidor: a
atual política informativa das Tvs com um político comentador político - dar
altifalante a alguém que faz de conta que comenta de fora, quando é parte
interessadíssima - é uma fraude (e ainda por cima com a caução de um
jornalista/virador, que só está no palco para mudar as páginas da partitura do
artista.) Volto à crítica, por generosidade para com comentadores: se a intenção
é política (e é), não é só perda de tempo, é despromoção. O político é aquele
que ganha a outro. A falar sozinho não vai lá.
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