segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

ESPANHA, MARIANO RAJOY E LUÍS BÁRCENAS

Ui, apanharam o guarda-livros!


por FERREIRA FERNANDESHoje11 comentários
DIÁRIO DE NOTÍCIAS



Espanha está mal consigo própria, os seus dirigentes (desta vez, da direita) foram apanhados mais uma vez com a mão no "sobre". Em castelhano "sobre" é envelope, apreciado pelos corruptos, que não gostam do dinheiro à vista. Desta vez, os investigadores caçaram o homem central. Nem ministro nem líder partidário, mas muito mais: caiu o guarda-livros. Ninguém mais letal do que o homem das contas quando o segredo do negócio é não contar nada. Ora, Luis Bárcenas, desde 1990 a 2008 gerente e tesoureiro do PP, pôs-se a falar da forma mais perigosa que um guarda-livros pode falar: com cadernos aos quadradinhos e números... O jornal El País apanhou a referida arma, onde Bárcenas anotava, vindo de empresários, dinheiro proibido pelas leis do financiamento de partidos, e também pagamentos aparentemente não declarados a dirigentes. Ontem, a edição online do jornal permitia, pondo-se o nome de um dirigente, que se conhecesse a sua conta-corrente. O líder Mariano Rajoy, atual primeiro-ministro, foi o mais procurado, e lá aparece o seu envelope mensal. A oposição pediu a demissão de Rajoy e este já prometeu mostrar as suas declarações de rendimentos (o que convence pouco porque a dúvida não está nos rendimentos declarados mas nos outros). A verdade é que o político espanhol do momento não é um político, mas sim o contabilista Bárcenas. Jake Guzik também nunca andava armado, mas era um chefão, bastava-lhe ser o guarda-livros de Al Capone.

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