Freitas do Amaral É “provável” que Cavaco dissolva o Parlamento
António Freitas de Sousa
16/01/13 08:38
Jornal Económico
O ex-líder do CDS afirmou que só a substituição de Miguel Relvas e Vítor Gaspar pode dar um novo fôlego à coligação PSD/CDS.
Diogo Freitas do Amaral, antigo líder do CDS e ministro do Partido Socialista, considera "provável" que o Presidente da República, Cavaco Silva, "dissolva o Parlamento" e, nesse quadro, provoque eleições antecipadas - como forma de combater aquilo que considera ser a deriva do actual Governo para políticas que o país já não tem possibilidade de aguentar.
Se o país avançar "para uma situação social grave, eu vejo que o Presidente da República Cavaco Silva - como qualquer outro - a dizer antes eleições que uma situação social explosiva (...) ou em que o poder caia na rua", explicou Freitas do Amaral, numa entrevista à TVI. O ex-candidato à Presidência da República em 1986 afirmou que qualquer destas situações "podem ocorrer este ano" - que, aliás, comparou aos piores alguma vez vividos no conjunto da Europa na sua história mais recente.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de um dos governos de José Sócrates (em 2005) afirmou contudo considerar que "o Partidos Socialista não está preparado" para enfrentar eleições antecipadas".
Por outro lado - e sabendo que "há casamentos de conveniência que duram uma vida inteira" - Freitas do Amaral mostrou muitas reservas em relação à capacidade de Pedro Passos Coelho (PSD) e Paulo Portas (CDS) manterem activa e dinâmica a coligação parlamentar que sustenta o Governo: "o CDS quer sair mas não pode, o PSD quer governar sozinho mas não pode e então mantêm esta fachada mas tratando-se o pior possível".
"Uma remodelação governamental só teria o efeito [de salvar a coligação] se, para além de Miguel Relvas - que obviamente já deveria ter saído há muito tempo - se fosse substituído o ministro das Finanças por alguém que tivesse uma visão mais humanista" da sociedade.
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