OS NOMES DO MAL

Os nomes do mal
por VIRIATO SOROMENHO-MARQUES

DIÁRIO DE NOTÍCIAS DE 5-04-2012

Já o disse aqui muitas vezes. A crise europeia tem a sua raiz principal nos erros sistémicos da construção da União Económica e Monetária. Isso não absolve, contudo, as culpas próprias que levaram o país a ser um dos elos mais fracos da Zona Euro, caindo nas malhas da "ajuda externa". Na verdade, ao longo das últimas décadas, Portugal enveredou por um estilo de governação absolutamente irresponsável. O objetivo principal era o de iludir a disciplina do Pacto de Estabilidade e Crescimento (1997), que funcionaria como a carta condicional para a permanência na Zona Euro. Os governos transformaram a engenharia financeira numa arte de fuga. Primeiro, ao controlo das instâncias europeias, sobretudo em matéria de défice. Depois, como é costume, a mentira acabou por enredar os seus próprios promotores numa vertigem desmedida. O caso das parcerias público-privadas (PPP) é o modelo acabado desse abismo financeiro. Através dessas parcerias, o país endividou-se para as próximas gerações, ainda por cima em muitas obras de interesse duvidoso. O Tribunal de Contas, e a própria Assembleia da República, foram afastados das suas funções constitucionais de inspeção e controlo, através de complexas e dispendiosas armadilhas contratuais, em que o Estado foi sempre lesado. Os dinheiros públicos - estamos a falar de dezenas de milhares de milhões de euros - e os direitos dos nossos filhos foram trocados pelo prato de lentilhas das vantagens económicas de uns, e do "sucesso" eleitoral de outros. Não sei se haverá condições para apurar a responsabilidade penal disseminada na densa teia das PPP. Mas é bom que a Assembleia da República investigue no que lhe compete. Só poderemos progredir na nossa cultura política quando olharmos de frente o mal sem medo de o nomear.

A POLÍTICA DE MENTIRA DO GOVERNO: "DIZ HOJE UMA COISA E AMANHÃ FAZ OUTRA"


O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, criticou quarta-feira a “política de mentira” do Governo, do “diz hoje uma coisa e amanhã faz outra”, numa reacção às declarações do primeiro-ministro sobre os subsídios de Natal e de férias.

Nesta quarta-feira, em entrevista à Rádio Renascença, Pedro Passos Coelho afirmou que os subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores do Estado, das empresas públicas e dos pensionistas, que foram suspensos, serão repostos gradualmente a partir de 2015, argumentando que o programa de ajuda externa a Portugal decorre até 2014 e tem uma base anual.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, disse que Pedro Passos Coelho “omitiu a abordagem desse assunto” na reunião que ambos tiveram em São Bento, que precedeu a entrevista à Renascença, e criticou a “política de mentira, de tentativa de enganar o povo português” do Governo.

“O que é mais grave é o facto de estarmos a ser confrontados com uma política em que o primeiro-ministro diz hoje uma coisa e amanhã faz outra”, apontou, lembrando que Passos Coelho admitiu “excepcionalmente” cortes nos subsídios em 2012 e 2013 e agora afirma que “eventualmente” os subsídios serão repostos em 2015.

Para Arménio Carlos, as declarações do primeiro-ministro revelam que “não há confiança rigorosamente nenhuma” de que as medidas de austeridade “tenham sucesso”, estando, ao invés, “condenadas ao fracasso”.

Na entrevista à Rádio Renascença, Pedro Passos Coelho referiu que o Governo pretende “repor gradualmente”, a partir de 2015, os subsídios de Natal e de férias da função pública e dos pensionistas, porque “dificilmente o Estado conseguiria encaixar num ano a reposição de todo esse benefício”.

Horas antes, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, garantira, no Parlamento, que a suspensão dos subsídios de férias e Natal é temporária e só durará durante a vigência do programa acordado com a ‘troika’ internacional (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).

Está previsto que os cortes nos 13.º e 14.º meses se prolonguem até ao final da vigência do programa de assistência financeira a Portugal, que tem a duração de três anos.

As declarações de Passos Coelho e de Vítor Gaspar ocorreram depois de, na terça-feira, a Comissão Europeia ter admitido a possibilidade de os cortes nos subsídios de Natal e de férias assumirem um carácter permanente, embora ressalvando que tal cenário ainda não fora discutido.

JORNAL PÚBICO DE 05-04-2012

BENFICA QUEIXA-SE DA ARBITRAGEM NOS JOGOS COM O CHELSEA


Luís Filipe Vieira classificou o jogo da segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, que o Benfica perdeu com o Chelsea (2-1), como “um escândalo” e prometeu protestar junto da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

“Contrariamente ao que as pessoas diziam, pensámos que íamos eliminar o Chelsea. Tanto lá [em Lisboa] como cá não nos permitirem eliminar o Chelsea. O Benfica foi a melhor equipa e merecia passar, mas além dos factores estranhos que nos prejudicaram gravemente, faltou-nos a pontinha de sorte”, defendeu o presidente benfiquista.

Luís Filipe Vieira considerou que a arbitragem do esloveno Damir Skomina atingiu o ponto de “escândalo”.

“Havemos de voltar aqui [à Champions]. A UEFA e o Platini vão ver outra vez o Benfica nas noites europeias”, prometeu, garantindo que o Benfica foi “condicionado” pelos amarelos mostrados e pela expulsão de Maxi Pereira.

No entanto, as queixas benfiquistas estendem-se também ao jogo da primeira mão, com o máximo responsável do clube da Luz a considerar “revoltante” o lance de Lisboa, “em que só a equipa de arbitragem não viu um penalti” de Terry.

Vieira defendeu ainda que o futebol português é “muito pequenino” e prometeu apresentar queixa à FPF: “O Benfica junto da federação alguma coisa vai fazer. Agora não sei se a federação tem força para conseguir alguma coisa. É tão evidente que isto hoje é um negócio e que não havia vontade que o Benfica passasse”.

O presidente do Benfica considerou ainda que “alguma coisa se passou” para a sua equipa ser afastada das meias-finais com o Barcelona, referindo que agora cabe à FPF reagir.

Elogiando o carácter dos jogadores, Vieira teve ainda oportunidade de desmentir a notícia de que Jorge Jesus será afastado do comando técnico se as “águias” não conquistarem o campeonato.

“Não pode haver fundamento. Tudo o que se possa dizer é para prejudicar, mas já estamos habituados. É um treinador identificado com a equipa e a estrutura está identificada com o treinador. Penso que ele não vai morrer, por isso o que vai suceder é que tem mais um ano de contrato para cumprir”, garantiu.

Sobre o jogo de segunda-feira, com o Sporting, da 26.ª jornada da Liga portuguesa de futebol, Vieira disse ser apenas “mais um jogo”.

“Não é por ser o Sporting que é difícil. Mas de certeza que nos vamos empenhar, de certeza que vai ser um grande espectáculo e penso que as três equipas têm de estar à altura desse espectáculo”, concluiu.

JORNAL PÚBLICO DE 05-04-2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

JOSÉ MOURINHO E O "EL PAÍS"


Madrid não é 'El País' de Mourinho
por FERREIRA FERNANDES

Em Madrid vale tudo contra José Mourinho, se calhar tipo execrável, mete o dedo no olho de um adversário e foge, mas o melhor treinador do mundo. Este ano, quando ele pode tornar-se o único a ganhar campeonatos nacionais em quatro países e o único a ganhar a Champions com três equipas diferentes, movem-lhe uma campanha manhosa, em Espanha. Não seria nada de estranho no mundo de futebol, tão marcado pelo clubismo - basta ler as capas dos nossos diários desportivos também tendenciosas. Mas a campanha a que me refiro não vem dos meios afetos ao Barcelona, seu adversário, mas surpreendentemente do diário El País, jornal sério exceto, agora, no noticiário sobre Mourinho. Ler no El País, assinadas por gente que por lá chamam grandes jornalistas desportivos, sucessivas inventonas sobre problemas entre o treinador e os seus jogadores (em textos que muitas vezes roçam a xenofobia antiportuguesa), espicaça-nos o cinismo: sim, filhos, mas digam lá que ala do Real Madrid que Mourinho afastou é que vos alimenta o ódio... Este jornalismo de compadrio é ainda mais extraordinário porque feito contra uma realidade que todos veem (o clube "em crise" está a bater vários recordes, nomeadamente marcando golos como nunca) e que desmente os desonestos. Quando até num caso de sucesso tão notório um bom jornal se permite campanhas destas acabam-se as ilusões: se hay brujas, haverá também, podem crer, megafones para elas.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS 04-04-2012

O GOVERNO NÃO SABE O QUE FAZ


O Governo não sabe o que faz
por BAPTISTA-BASTOS


Tudo é mau em Portugal. A começar pela vida e a continuar no Governo. E desconhece-se quando e onde o mau vai terminar. O desemprego cresce na directa proporção em que os assaltos aumentam. O poder possui uma visão fantasmagórica do que se passa, e inscreveu as suas decisões numa perspectiva de terror. As diferenças com uma espécie particular de totalitarismo são escassas.

Começa a ser cada vez mais nítido: o Governo não sabe o que faz, nem possui nenhuma estratégia de solução dos nossos problemas. E o ministro da Finanças dá sinais enervantes de cansaço, a que muitos qualificados economistas designam de desfasamento com a realidade, e outros, de incompetência. Passos Coelho anunciou uma linha ferroviária europeia, que não vai existir porque sem continuação em Espanha; o governador do Banco de Portugal assevera que vamos precisar de mais "austeridade" e o primeiro-ministro diz que não, antes pelo contrário; uma reunião, anteontem, na Concertação Social traduziu-se numa barafunda atroz, na qual o pobre João Proença, esquemático e atrapalhado, surgiu como uma criatura, manipulada pelas suas próprias ambivalências. Então ele não sabia que, depois de subscrever aquele infausto documento, sobre as leis do trabalho, que outras coacções se lhe seguiriam? Os cortes na Saúde, que deixam sem tratamento doentes oncológicos, e a diminuição de dias nas baixas por doença, são capítulos de um processo de reversão que põe em causa o próprio Estado Social. Quem for cúmplice deste projecto de demolição dificilmente poderá dizer-se respeitador da ética progressista e do humanismo.

Os próprios patrões começam a espavorir-se com as "indecisões" do Governo, que nada faz para realizar uma política de crescimento e de desenvolvimento económicos. Além de tentar ser fiel a uma ideologia que põe a Europa em perigo, este Executivo demonstra o desprezo sem limites pelo cidadão e pelas suas ansiedades. Apesar de aproveitar de dispositivos de coerção quase nunca vistos. Estamos a emigrar em massa, como na década de 60; e a despovoar o País sem dó nem piedade. Estamos, sobretudo, a subverter o próprio conceito de identidade, e obrigados a desfazer-nos da narrativa que nos diferenciou.

O PS, por seu turno, ainda não encontrou o enquadramento ideológico que forneça ao debate público um interesse sobrelevante de questões insignificantes. Seguro entrou na questiúncula provocada pelo Marcelo, que teceu, na TVI, uma teia reticular de intriga, tão ao seu gosto e estilo. E o secretário-geral socialista, em vez que resolver o berbicacho com um displicente: "Não comento o que dizem os comentadores", embrenhou-se em explicações desnecessárias. Logo o Marcelo ameaçou responder, no próximo domingo.

Que interesse tem isto para as pessoas?

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - 04-04-2012

terça-feira, 3 de abril de 2012

OS MISTÉRIOS DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS - O BANCO DO ESTADO


Os mistérios da Caixa Geral de Depósitos
por PEDRO TADEU

No tempo em que Portugal achava que era rico, a banca privada mandava no Governo, nas empresas e no povo. Mesmo assim, apesar das benesses do Estado, dos financiamentos loucos e da usura para a vida sobre cada português que comprou casa, o maior banco do mercado continuou a ser o do Estado.

Em 2005, a Caixa Geral de Depósitos comprou as seguradoras Império Bonança e Seguro Directo, através da sua Fidelidade Mundial, para meter 343 milhões de euros no BCP, que estava a precisar de fundos. O favor deu à Caixa um terço do mercado segurador português, que este ano será privatizado, apesar de valer 38,9% de todo o lucro do banco. Em 2010 achava-se que a privatização valeria 1,5 mil milhões de euros. Agora, toda a gente duvida.

Também em 2005 a Caixa entrou com 80 por cento dos 426 milhões de euros com que a Sumolis comprou a Compal e a Nutricafés. Três anos depois, a Caixa cedeu parte da sua posição à Sumolis por 397 milhões, ficando com apenas 20 por cento da empresa. Este negócio motiva agora uma investigação do Ministério Público, que suspeita de fuga ao fisco caucionada pela CGD, numa alegada fraude de 5,7 milhões de euros.

Desde a nacionalização do BPN até à anunciada venda ao BIC, por apenas 40 milhões de euros, a Caixa meteu ali 4,2 mil milhões de euros. Há uma promessa de o Estado pagar, até 2020, 3,9 mil milhões pelo favor. O resto logo se vê.

O grupo José de Mello precisa que a banca lhe empreste uns 500 milhões para poder fazer uma OPA à Brisa. Quem vai ajudar na operação? A Caixa, claro, mais uns euros vindos do BCP e do BES.

DIÁRIO DE NOTÍCIAS-3-04-2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

CONVITE PARA COIMBRA - "TAMBWE-A UNHA DO LEÃO"

A LIVRARIA BERTRAND DOLCE VITA COIMBRA

E O AUTOR

CONVIDAM-NO

PARA A APRESENTAÇÃO DO LIVRO

TAMBWE-A UNHA DO LEÃO

DE ANTÓNIO OLIVEIRA E CASTRO

A SESSÃO TERÁ LUGAR NO DIA 14 DE ABRIL, PELAS 17 HORAS,

NA LIVRARIA BERTRAND DO CENTRO COMERCIAL DOLCE VITA, EM COIMBRA.

A APRESENTAÇÃO DA OBRASERÁ FEITA PELA DRª CÂNDIDA MIRANDA
E A SESSÃO

CONTARÁ COM A PRESENÇA DO PINTOR NUNO DAVID, AUTOR DAS ILUSTRAÇÕES CONTIDAS NO LIVRO.

LEITURA DE EXCERTOS DO LIVRO POR ADELAIDE CASTRO.

VIAGEM MUSICAL COM ENSEMBLE VOCT.

SEGUIR-SE-Á UMA SESSÃO DE AUTÓGRAFOS.
O mais recente romance de António Oliveira e Castro, Tambwe – A unha do leão (Lisboa: Gradiva, 2011), com ilustrações de Nuno David, é uma história que prende o leitor ao trajecto de uma personagem como Eugénio, figura que, ora procura a morte, ora assume o seu trajecto sozinho, ora peregrina até às raízes. A história é intensa e o leitor é convidado a passar por paisagens diversas, europeias (Portugal, França) ou africanas (Angola), por corredores diversificados de uma sociedade que nem sempre se rege pelos melhores princípios, convivendo com figuras da baixa política, com revolucionários, com mercenários, e tendo momentos de paragem, também fortes, em pensares de tempos de solidão ou em reflexão com figuras que constroem e se alojam na identidade.
É uma história dramática, em que o narrador dialoga com o leitor, tentando convencê-lo da verosimilhança das situações e levando-o a pensar a actualidade, o papel da política, o encaminhamento do mundo, o ser cidadão. É uma história dolorosa, com desvios e demandas, mortes e utopias, caos e ordem, poesia e horror, em que a liberdade e a prisão coexistem e a fragilidade do mundo e dos sistemas é posta à prova. É a história de uma solidão sempre e sempre testada, numa fuga ao tormento.
Sublinhados
Palavras – “As palavras, por maior que seja o seu conteúdo, não têm peso, sustentam-se de aparentes levezas, da aragem dos êxtases.”
Mistério – “Nem sempre o universo do homem se pode resumir ao encontro com a razão, na equação entram outras incógnitas, indecifráveis e misteriosas.”
Faltas – “O que mais há na terra é paisagem e o que mais falta é o amor.”
Escrever – “Nenhum escritor escreve sobre acontecimentos insignificantes, procura sempre o lado sombrio, sujo, sanguinolento, colérico e escondido do Homem; descreve os campos de batalha onde se fuzilam os inocentes e assinam acordos de paz com os generais; o artífice da palavra relata, com a emoção de que é capaz, a loucura dos heróis, o medo dos cobardes; leva-nos até aos que jazem, na agonia da morte, debruçados sobre a terra que lhes escuta o lamento; faz-nos tropeçar nos corpos dilacerados que se espalham sobre os degraus dos edifícios em ruínas.”
Amor – “O amor é um fenómeno muito mais complexo que a morte; enquanto um regenera, o outro remete para o esquecimento.”
Vida – “Mesmo a vida mais verdadeira não passa do resultado do acaso, a que só a fé dos homens confere normalidade.”
Gerações – “O mundo acaba apenas para velhos que já não são capazes de se transformar, continua para os jovens generosos e sonhadores, que precisam de mudança.”
Futuro – “Nada, nada mesmo, obedece à lógica; apenas a aventura, o perigo, o risco, o sucesso imprevisto comandam o futuro.”
Castigo – “Os castigos são sempre subjectivos. Dependem de quem está no poder. Herói se vencer, traidor se for derrotado.”
História – “A história despreza os seus actores, reescreve-lhes o drama a seu bel-prazer; a qualquer instante pode matar num jogo de contradições, de paradoxos, de ironias, de injustiças; oportunista, caminha sobre uma estrada de cadáveres.”
Guerra – “A guerra não distingue os homens; tanto se lhe dá que sejam honestos ou assassinos, jovens ou velhos, pouco lhe importa que se encontrem exaustos ou frescos. Aliás, a violência tem especial predilecção pelos mais incautos, pelos mais fracos.”
Actor – “Apenas quando encarnam personagens que um qualquer dramaturgo inventou, os actores são belos, sedutores, insuspeitos, assim que abandonam o palco e a ribalta regressam à miserável condição humana que os agasalha.”
Pátria – “Para que precisamos de nações? Os cidadãos precisam é de paz!”
Povo – “A história dos povos tem as suas regras, o seu tempo lento, mas as mudanças são muito mais definitivas quando a violência da guerra se torna conselheira da razão e das emoções.”
Trincheira – “Nas trincheiras, sempre morreram os jovens crédulos, cadáveres condecorados com a crueldade do martírio. Indiferentes à hecatombe, os proprietários da pátria, latifúndio com milhares de hectares, que fazem crer ser também nossa, oferecem-nos o privilégio de lhes amanharmos o solo, de lhes produzirmos a riqueza.”
Horizonte – “A dimensão dos homens vê-se para onde olham, se para o umbigo, se para a montanha.”
Ambição – “Os homens, quando guiados apenas pela ambição, perdem a noção da realidade, escutam o umbigo quando tudo à volta se desmorona.”

OS ROTEIROS ESQUECIDOS DO CAVAQUISMO


Os roteiros esquecidos do cavaquismo.

Se Cavaco Silva anda tão interessado em roteiros e prefácios vingativos não se deve limitar aos roteiros que ele inventou para em fim de vida política tentar rever a imagem a tempo de ficar na história. Homenagens como a que fez a Salgueiro Maia ou roteiros como o da exclusão ou os dedicados à juventude não passa de tentativas de branqueamento da imagem passada de Cavaco Silva feita com detergente orçamental pago pelos contribuintes portugueses. Os verdadeiros roteiros da passagem de Cavaco Silva pelo poder não são esses ou apenas esses, há outros que convém recordar:

O roteiro do enriquecimento fácil:

É um roteiro muito interessante, até poderia ter um ponto de partida muito original, a Quinta da Coelha onde vivem alguns dos mais bem sucedidos homens de negócios do país, senão mesmo da Europa. Aliás, o Algarve está cheio desses símbolos do novo-riquismo promovido pela gestão corrupta dos fundos comunitários.

O roteiro da corrupção:

Poderia começar pela sede do BPN, logo ali ao lado Cavaco Silva poderia fazer uma visita simbólica ao seu velho amigo Duarte Lima, a residir no EPL. Poderia, então, seguir para a residência d um dos homens que com Duarte Lima e Dias Loureiro fez parte do trio maravilha do cavaquismo, o homem que no tempo de Cavaco Silva acumulou as responsabilidades pela arrecadação das receitas do Estado com a gestão dos dinheiros do PSD. O resultado foi brilhante, o Estado ficou teso, o PSD com sedes novas e o Costa podre de rico.

O roteiro da destruição da economia portuguesa:

Cavaco Silva poderia dedicar-se à arqueologia económica e visitar numerosos lugares onde havia uma animada actividade económica quando chegou a primeiro-ministro e que hoje são desertos. A agricultura que sacrificou a troco de subsídios para a máquina laranja do latifúndio, as pecas que sacrificou sem contrapartidas, os estaleiros navais, enfim, um grande número de sectores que se afundaram nos tempos do grande primeiro-ministro.

O roteiro do desprezo pela condição social:

Este roteiro poderia ser iniciado no concelho de Setúbal que conheceu a fome e as bandeiras negras, de seguida Cavaco poderia visitar o Alentejo, que o seu governo condenou à pobreza porque não votava PSD. Em ano de seca Cavaco até poderia recordar um outro ano em que sem FMI ficou na memória colectiva como um ano de fome, o Alentejo estava seco, em Setúbal as empresas não pagavam salários, no Vale do Ave as empresas faliam, em todo o país as crianças desmaiavam nas escolas por terem fome.

O roteiro da mistura do Estado com o partido:

Cavaco não teria de fazer grandes deslocações, bastaria atravessar a rua e ir a essa obra do seu regime que é o CCB, agora normalizado com outro símbolo do cavaquismo à frente da sua gestão, um dos septuagenários maravilha deste país. Era no CCB que Cavaco promovia as grandes sessões de apresentação das centenas de novos militantes do PSD. Aí se apresentavam as novas aquisições, desde os muitos chefes dos serviços do Estado que tinham "aderido" ao partido, aos artistas de revista comprados com os dinheiros dos subsídios concedidos pelo secretário de Estado da Cultura, um tal Santana Lopes.

Se o que Cavaco quer é escrever prefácios para rever a história e branquear a sua imagem, não lhe faltam roteiros por documentar em livro. Não lhe faltarão oportunidades para referir comportamentos criminosos que ficarão na história da democracia portuguesa para referir nos seus prefácios.


Publicada por Jumento.

O CHEFE DO ESTADO MAIOR GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS HOLANDESAS

o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Holandesas
     
Vale a pena, a meu ver, ouvir integralmente este exclente discurso do General holandês!

Este é um chefe militar que sabe defender os seus homens e explica
àqueles que o não entendem para que servem as Forças Armadas de países
que, como o nosso, não estão em conflito com outros Estados. Muitos
deveriam ver esta apresentação com muita atenção, antes de lançarem as
alarvidades de que as nossas Forças Armadas não são necessárias porque
não estamos em guerra e que deveriam ser utilizadas para apagar
incêndios.
Outra questão é a abundância de generais e almirantes...

http://www.ted.com/talks/lang/​pt/peter_van_uhm_why_i_chose_​a_gun.html?source=facebook#.​T06RHudcZ0Z.facebook