segunda-feira, 16 de abril de 2012

A HISTÓRIA DO OBELISCO DO VATICANO



Sisto V, nascido Felice Peretti, O.F.M. Conv. (Grottammare, 13 de Dezembro de 1521 – Roma, 27 de Agosto de 1590) foi papa entre 24 de Abril de 1585 e a data da sua morte.

Sisto V foi um homem dos tribunais da Inquisição, onde participou com tal severidade e determinação que, sendo conselheiro inquisitorial em Veneza durante o pontificado de Pio IV, o seu inclemente rigor obrigou a que o governo da Sereníssima República solicitasse ao papa que o chamasse a Roma para se livrar da sua presença. Foi sem dúvida o indicado para salvar a Itália dos bandidos que lá se tinham instalado no pontificado do seu antecessor Gregório XIII. Servindo-se do Cardeal Colonna, perseguiu implacavelmente as quadrilhas de malfeitores nos campos e cidades, e até a ponte de Sant'Angelo se converteu em macabro expositor de cabeças cortadas, de largo efeito dissuasor. Terminada a época de terror dos malfeitores, aproveitou a estrutura de perseguição para punir com igual brutalidade prostitutas, ladrões menores e demais ralé, criando uma imagem de crueldade e o ódio dos seus súbditos. Consciente de que o povo de Roma não lhe haveria de erigir uma estátua depois de falecer, erigiu-a ele próprio no Capitólio, rapidamente demolida pelos romanos.

Também virou, como o seu antecessor, a atenção a Inglaterra, procurando derrubar a rainha Isabel I. Havia sido ele quem, em 1569, redigira a bula de excomunhão da rainha, promulgada por Pio V. Procurou unir as nações católicas contra a apóstata mas comprovou que nas cortes europeias o espírito das antigas cruzadas já tinha passado à história, pois eram apenas interesses tangíveis e materiais, e não a defesa da fé, que moviam os governos e as tropas.

Convenceu Filipe II de Espanha de que havia razões suficientes para empreender uma guerra contra Inglaterra. O rei de Espanha foi inicialmente contra tal empresa, pois tinha já o seu exército em manobras na Flandres. Mesmo assim, e dada a insistência de Sisto V, deu instruções a Olivares, seu embaixador em Roma, para investigar que tipo de apoio político e econômico lhe garantiria o papa para tal tarefa. Filipe II acabaria por enviar em 1588 a malograda Armada Invencível, a cujo desastre total sobreviveu Sisto V durante dois anos.

Sisto V foi consagrado à sombra da Cúpula inacabada de Michelangelo; queixava-se que o tambor aberto fazia a nova basílica parecer um gigante acéfalo.

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