quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

VASCO GRAÇA MOURA - O ACORDO/DESACORDO ORTOGRÁFICO


Vasco Graça Moura – hum aucthor distincto e intellectual archaico
Teophilo d’AssumpçãoThomaz era parocho e, em 1912, sem dar satisfacções sôbre a orthographia, prohibiu na sua parochia que a pronuncia do Portuguez modificasse a ethymologia na escripta, decisão de Carolina Michaëlis, Cândido de Figueiredo, Adolfo Coelho, Leite de Vasconcelos e outros.
O parocho defendia o systema de orthographia da monarchia como o chimico defendia os manipulados da pharmacia. As phrases da rhetorica, fructo do seu talento, e as do theatro de que era aucthor, tinham a syntaxe d’esta lingua portugueza em que cantava os psalmos. Elle era hum intellectual distincto, não na arithemetica e na gimnastica, com intrucção para analysar a incoherencia e a differença da orthographia dos scelerados.
Teophilo odiava que o incommodassem com o novo systema de orthographia, abysmo que não approvava. Mandou collocar annuncios nos edificios da parochia a prohibir a nova orthographia e affligia-se com o que succedia nos novos livros.
Teophilo Thomaz foi um Vasco Graça Moura, fructo d’aquelle tempo. Perdia a phleugma e ficava exhausto nos combates mas, prompto, salvava o estylo e os diphthongos, às vezes com uma lagryma propria de quem se offendia com a expressão graphica das novas regras da Esthetica, que causavam damno à lingua portugueza.
Gostava de lyrios e melhorava a psychologia cantando psalmos. O extincto parocho não usou a assignatura archaica em paginas mal escriptas nem foi presidente do CCB.
Nota – Por decisão pessoal o autor do texto não escreveu segundo a Reforma Ortográfica de 1911.

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