sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

MARTIN SCHULZ: INVEJA OU IGNORÂNCIA?


Martin Schulz: inveja ou ignorância?
09 Fevereiro 2012 | 23:30
Camilo Lourenço - camilolourenco@gmail.com


Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, criticou a crescente aproximação entre Angola e Portugal. As declarações caíram mal o que levou Schulz a retractar-se, alegando que não estava a criticar Portugal mas a Europa (pela falta de solidariedade que obriga a que Estados-membros da União se virem para países terceiros "em busca de investimentos").
Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, criticou a crescente aproximação entre Angola e Portugal. As declarações caíram mal o que levou Schulz a retractar-se, alegando que não estava a criticar Portugal mas a Europa (pela falta de solidariedade que obriga a que Estados-membros da União se virem para países terceiros "em busca de investimentos").

Não sei qual dos Schulzs é verdadeiro: se o que falou em privado (e parecia criticar o financiamento angolano) se o que falou ontem. Embora suspeite… Mas vamos admitir que era a segunda hipótese. A "tirada" de ontem não foi mais feliz do que a que fez em privado. Porque sugere que a União Europeia se deve fechar sobre si própria.

Vejamos: é condenável um país-membro procurar financiamento fora da União? De maneira nenhuma. Primeiro porque a União tem as portas abertas ao exterior. Segundo porque a União tem falta de capital. Sendo assim, só resta a Portugal (e outros países) procurar capital onde ele existe, para financiar projectos comuns ou para vender activos: em Angola, no Brasil, na China, na Índia (ainda para mais com dois destes espaços temos uma convivência de séculos e língua comuns…). Porque sem capital não há desenvolvimento económico.

Antes de falar Martin Schulz devia, também, ter meditado noutro pormenor: nem o seu próprio país recusa oportunidades de negócio no exterior. Na China, na Índia, no Brasil, em Angola (e até em sítios pouco recomendáveis). É por estas e por outras que a União se parece cada vez mais com uma aristocracia decadente: tem os bolsos vazios, mas age como se fosse um clube de ricos.

camilolourenco@gmail.com

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