terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

DEUS, SEGUNDO SPINOZA


DESCRIÇÃO DE DEUS, POR BARUCH SPINOZA
 
Einstein quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: ?Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens?.

DEUS SEGUNDO SPINOZA

“Pára de ficar rezando e batendo o peito !

O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.

Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável.

Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes ler-me num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho… Não me encontrarás em nenhum livro!

Confia em mim e deixa de me pedir milagres. Tu queres ensinar-me como fazer o meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar.
Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.
Como posso culpar-te por algo que eu pus em ti?
Como posso castigar-te por seres como és, se fui Eu quem te fez?
Crês que seria capaz de queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti.

A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida. Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é única.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prémios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te poderei dizer se há algo depois desta vida, mas posso dar-te um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.

Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou perguntar-te como te comportaste.

Pára de crer em mim – crer é supor, adivinhar, imaginar.
Eu não quero que acredites em mim.
Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias
teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me!
Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Aborrece-me que me louvem.
Cansa-me que agradeçam.
Tu sentes-te grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Expressa tua alegria!
Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim.

A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas.
Para que precisas de mais milagres?
De mais explicações?
Não me procures fora!
Não me acharás.
Procura-me dentro… aí é que estou, batendo em ti.”


Baruch Spinoza.

As sábias palavras são de Baruch Espinoza - nascido em 1632 em Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século XVII.
Continuam verdadeiras e atuais até a data de hoje.

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