quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

PAULO SALVADOR, MEMÓRIAS AFRICANAS COM HELENA RELVAS


  • Caro amigo,

    Já está ao seu dispor mais uma entrevista do programa Memórias
    Africanas, da Rádio Sim. Desta feita com Helena Relvas.

    Ela foi uma super-atleta de Moçambique nas décadas de 60 e 70. Alguns
    dos seus recordes ainda hoje não foram superados pelos atletas
    moçambicanos. A menina que quando estava no Benfica se escondia no
    fosso do estádio para não treinar, conta histórias perdidas da
    história. Uma conversa com sorrisos e revelações.

    Ouvir em www.recordarangola.com --
    Paulo Salvador
    Jornalista TVI
    site : www.recordarangola.com
  • quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

    AS ÚLTIMAS COMPRAS DE NATAL: PREFIRA O QUE É NACIONAL

    A CRISE, PORQUE TODOS PASSAMOS, EMAGREU ORÇAMENTOS. HÁ CADA VEZ MENOS DINHEIRO PARA DEVANEIOS.

    NÃO DEVEMOS, CONTUDO, DEIXAR PASSAR ESTA DATA SEM CUMPRIR A TRADIÇÃO: OFERECER UM PEQUENO BRINDE AOS AMIGOS E FAMILIARES.

    UM LIVRO, ALÉM DE SER UMA BOA SUGESTÃO, É UM OBJECTO DE CULTO ETERNO, A PREÇO ACESSÍVEL.

    OFEREÇA, POIS, UM LIVRO.
    DE AUTOR PORTUGUÊS, DE PREFERÊNCIA.

    PERDOE-ME A IMODÉSTIA: NA NOITE DE NATAL SURPREENDA AQUELES QUE LHE SÃO CHEGADOS COM O "TAMBWE-A UNHA DO LEÃO" (ANTÓNIO OLIVEIRA E CASTRO, EDIÇÃO GRADIVA). NÃO SE ARREPENDERÁ.

    COM UM ABRAÇO E VOTOS DE BOAS FESTAS, ANTÓNIO OLIVEIRA E CASTRO.

    LEIA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

    http://www.osetubalense.pt/index.asp?idEdicao=725&id=24310&idSeccao=5349&Action=noticia

    O GOVERNO AFIRMA QUE HÁ PORTUGUESES A MAIS EM PORTUGAL. POR ISSO, RUA COM ELES, COM OS EXCEDENTÁRIOS!

    BAPTISTA-BASTOS

    A mentira e o desprezo

    por BAPTISTA-BASTOS (DIÁRIO DE NOTÍCIAS)

    Parece que há excesso de portugueses em Portugal. Para remediar tão desgraçada contrariedade, o Governo decidiu minguar-nos tomando decisões definitivas. Há semanas, um secretário de Estado estimulou a emigração de estudantes. Há dias, o primeiro-ministro alvitrou que os professores desempregados ou com dificuldade em empregar-se deviam encaminhar-se para os países lusófonos, nos quais encontrariam a felicidade que lhes era negada na pátria. O dr. Telmo Correia, sempre inteligente e talentoso, elogiou, na SIC-Notícias, a sabedoria cristã de tão arguta ideia.
    Acontece um porém: e os velhos? Que fazer dos velhos que enchem os jardins e a paciência de quem governa? Os velhos não servem para nada, nem sequer para mandar embora, não produzem a não ser chatices, e apenas valem para compor o poema do O'Neill, e só no poema do O'Neill eles saltam para o colo das pessoas. Os velhos arrastam-se pelas ruas, melancólicos, incómodos e inúteis, sentam--se a apanhar o sol; que fazer deles?
    Talvez não fosse má ideia o Governo, este Governo embaraçado com a existência de tantos portugueses, e estorvado com a persistência dos velhos em continuar vivos, resolver oferecer-lhes uns comprimidos infalíveis, exactos e letais. Nada que a História não tivesse já feito. Os celtas atiravam os velhos dos penhascos e seguiam em frente, sem remorsos nem pesares.
    Mas há outro problema. A fome. A fome que alastra como endemia, toca a quase todos, abate-se nos velhos e, agora, nos miúdos. Os miúdos das escolas chegam às aulas com as barrigas vazias: pais desempregados, famílias desgarradas, "a infância, ah!, a infância é um lugar de sofrimento, o mais secreto sítio para a solidão", disse-o Ruy Belo; e as escolas já não têm o que lhes dar. As cantinas reabrem, mesmo durante as férias, e sempre se arranja uma carcaça, um leite morno, nada mais, oferecidos por quem dá o pouco que não tem.
    Vêm aí mais fome, mais miséria, mais desespero, mais assaltos, mais violência, mais velhos desamparados, mais miúdos espantados com tudo o que lhes acontece e não devia acontecer. Mais desemprego, num movimento cumulativo, mecânico a automático, como nos querem fazer crer. Diz o Governo. Como se esta realidade fosse natural; como se a semântica moderna da sociedade explicasse a amoralidade da eliminação da justiça e a inevitabilidade do que sucede.

    A HISTÓRIA DA CANÇÃO DE NATAL "NOITE FELIZ" - SILENT NIGHT

    Noite Feliz: Joseph Mohr 1816: Franz X Gruber 1818

    Cada povo tem suas canções, seus próprios cânticos de Natal. Entretanto existe uma canção de Natal interpretada practicamente no mundo inteiro, em todas as línguas, NOITE FELIZ.

    Poderíamos dizer que a história da canção de Natal "Noite feliz", é como un conto de fadas, mas a realidade é bem diferente: ela evoca miséria, marginalização e enfermidades, mesmo se algumas vezes a vida de seus autores contem surpresas e quase verdadeiros milagres. Há mais de 200 anos, no dia 11 de dezembro de 1792, um ano depois da morte de Mozart, um menino pobre nasceu na mesma cidade do célebre compositor, em Salzburgo, Austria. Era o terceiro filho de Ana Schoiber, uma costureira que remendava e fabricava meias. O pai dele chamava-se Joseph Mohr, um soldado que legou o nome ao filho antes de desertar e desaparecer, deixando a família na miséria. As autoridades de Salzburgo acharam que 3 filhos naturais era demais. Ana Schoiber foi condenada a pagar uma multa de 9 florins. Devemos saber que um boi custava na época 12 florins. Daí dá para compreender que a pobre costureira nunca iria possuir tanto dinheiro. Tinha que pagar com a cadeia... Naquele momento surgiu a salvação na pessoa de Joseph Wohlmuth, um homem que afirmou querer pagar a multa de Ana Schoiber se pudesse ser o padrinho do pequeno Joseph. Visto que Wohlmuth era o carrasco oficial de Salzburgo, ele não podia entrar na igreja para o batismo da criança, e mandou sua cozinheira substitiú-lo na cerimônia. Foi assim que começou a vida difícil do menino Joseph Mohr: sem pai, vivendo na miséria com a mãe e dois irmãos, tendo um padrinho que era o carrasco da cidade. A pequena família morava perto do Monte dos Capuchinhos, num apartamento invadido pela humidade: tal situação foi a origem da tuberculose de Joseph. Em condições tão precárias como essas, na Salzburgo do início do século 18, era impossível prever um futuro para um menino que não sequer a oportunidade de aprender um oficio qualquer. Muitas vezes, sentado na escada da casa, Joseph pensava cantando em voz alta. Um dirigente do coro da Catedral de Salzburgo descobriu essa voz e convenceu a mãe que deixasse o filho cantar na igreja. Abriram-se assim para Joseph as portas de uma vida melhor. Uma certa amargura surgiu, depois daquela felicidade. Nos registros da escola Joseph Mohr teve de ser declarado órfão. Essa desumana medida foi tomada para proteger o menino, visto que na época filhos de mães solteiras não eram admitidos em nenhum lugar. Assim Joseph era até obrigado a evitar a mãe quando a encontrava na rua. Apesar de tudo, aos 7 anos de idade, Joseph foi para a escola primária e alguns anos mais tarde terminou o curso secundário. Já tocava violino e cantava no coro da Igreja de São Pedro de Salzburgo. Em 1810 encontramos Joseph Mohr estudando filosofia e preparando-se para o sacerdócio. Um ano mais tarde entrou no seminário. No dia 15 de julho de 1815 foi ordenado numa cerimônia solene na Catedral de Salzburgo. É incrível o caminho percorrido por esse menino pobre de Salzburgo. A partir de um berço cercado por tantas privações tornou-se um sacerdote letrado aceito pela Igreja.
    Pouco tempo depois da sua ordenação o novo sacerdote teve que se apresentar como vicário em Mariapfarr, um povoado longe de Salzburgo. Foi em Mariapfarr que seu pai tinha nascido. Joseph tinha o pressentimento que ali ele iria encontrar alguns parentes, e, que teria de abandonar o anonimato de seu estado civil de órfão. Esse povoado se encontra a mais de 1000 metros de altitude e só era acessível no verão, em razão da neve invernal. O pároco de Mariapfarr contou ao novo vicário que muitas casas da região haviam sido construídas com pedras de lugares sagrados dos romanos e dos celtas e que ainda existiam muitas tradições em matéria de medicina e nos costumes dos habitantes em geral.

    Joseph Mohr visitou essas construções perdidas nas montanhas. Os passeios nos bosques, o ar puro e a vida sadia fizeram desaparecer quase que completamente os seu problemas pulmonares. Em Mariapfarr, Joseph Mohr encontrou o seu avô. Era um homem sábio, conhecedor de todas as tradições e da vida dos camponeses da região. Ninguém perguntou nada a Joseph sobre sua origem: todo mundo aceitou-o como padre e como neto do velho Mohr. Na sua paróquia, Joseph viveu um Natal extraordinário. Quando estudante assistira a festas solenes e frias que não haviam tocado o seu coração. Em Mariapfarr Joseph viu que com canções populares, podem existir festas alegres e profundas que despertam calor humano e sentimentos de caridade nos corações.
    É possível que naquela atmosfera, tão diferente da Catedral de Salzburgo, tenha surgido a primeira semente da poesía e canção "Noite Feliz". Quando todos os fiéis sairam da igreja os coroinhas acenderam as velas das lanternas para iluminar o caminho das casas. "Noite silenciosa, noite santa. Todos dormem. Só o santíssimo casal vela com carinho. Gracioso menino de cabelo anelado: Durma na paz celeste". Assim começa a primeira estrofe da poesia que escreveu Joseph Mohr. Recentemente, encontramos em Salzburgo um fac-símile do ano de 1816 da cançao "Noite Feliz" para duas vozes e violão, com letra de Joseph Mohr, música de Franz Xaver Gruber. 1816 foi o ano da morte do avô de Joseph em Mariapfarr. O texto foi escrito quando a guerra havia terminado na Áustria.
    A tuberculose recidivou mais uma vez. Depois de um período de convalescença em Salzburgo, Joseph viu que não podia viver na montanha. Como vicário encontrou outra paróquia a 20 km ao norte de Salzburgo, no povoado de Oberndorf, à margem do rio Salzach. Foi alí que ele conheceu o maestro Franz Xaver Gruber, organista, músico.
    Os dois amigos começaram a tocar juntos na igreja e em casa. Joseph Mohr ficou muito feliz em reencontrar o rio e os bosques de sua juventude. Foi bem aceito pelos fiéis, porque um padre que podia ficar em posição reta e de pé numa embarcação, era uma pessoa merecedora de respeito. Mas o padre do povoado ficou com ciumes da ascendência espiritual entre os fiéis do jovem vicário. Ele descobriu que Joseph era filho natural e começou a amargar a sua vida. Estamos perto do Natal de 1818. O maestro e amigo Franz Xaver Gruber tentou uma reconciliação organizando uma vigilia de Natal. Joseph procurou a poesia de Natal que havia escrito em Mariapfarr e os dois amigos trabalharam na composição. Assim, em 25 de dezembro de 1818, nasceu a canção de Natal que hoje em dia é interpretada no mundo inteiro, em todas as línguas "Noite Feliz".
    Autor: Peter Schuler Tradução: Magda Bonetti, Versão brasileira: Torquato Leitão

    POEMA DE JOSÉ RÉGIO, ESCRITO EM 1969 MAS TÃO ACTUAL


    Soneto quase inédito
    Surge Janeiro frio e pardacento,
    Descem da serra os lobos ao povoado;
    Assentam-se os fantoches em São Bento
    E o Decreto da fome é publicado.


    Edita-se a novela do Orçamento;
    Cresce a miséria ao povo amordaçado;
    Mas os biltres do novo parlamento
    Usufruem seis contos de ordenado.

    E enquanto à fome o povo se estiola,
    Certo santo pupilo de Loyola,
    Mistura de judeu e de vilão,


    Também faz o pequeno "sacrifício"
    De trinta contos - só! - por seu ofício
    Receber, a bem dele... e da nação.


    JOSÉ RÉGIO

    EMIGRE VOCÊ, SENHOR PRIMEIRO MINISTRO. VOCÊ E O SEU GOVERNO. PARA O DESERTO.


    Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2011
    A carta da Myriam Zaluar
    Exmo Senhor Primeiro Ministro
    Começo por me apresentar, uma vez que estou certa que nunca ouviu falar de mim. Chamo-me Myriam. Myriam Zaluar é o meu nome "de guerra". Basilio é o apelido pelo qual me conhecem os meus amigos mais antigos e também os que, não sendo amigos, se lembram de mim em anos mais recuados.
    Nasci em França, porque o meu pai teve de deixar o seu país aos 20 e poucos anos. Fê-lo porque se recusou a combater numa guerra contra a qual se erguia. Fê-lo porque se recusou a continuar num país onde não havia liberdade de dizer, de fazer, de pensar, de crescer. Estou feliz por o meu pai ter emigrado, porque se não o tivesse feito, eu não estaria aqui. Nasci em França, porque a minha mãe teve de deixar o seu país aos 19 anos. Fê-lo porque não tinha hipóteses de estudar e desenvolver o seu potencial no país onde nasceu. Foi para França estudar e trabalhar e estou feliz por tê-lo feito, pois se assim não fosse eu não estaria aqui. Estou feliz por os meus pais terem emigrado, caso contrário nunca se teriam conhecido e eu não estaria aqui. Não tenho porém a ingenuidade de pensar que foi fácil para eles sair do país onde nasceram. Durante anos o meu pai não pôde entrar no seu país, pois se o fizesse seria preso. A minha mãe não pôde despedir-se de pessoas que amava porque viveu sempre longe delas. Mais tarde, o 25 de Abril abriu as portas ao regresso do meu pai e viemos todos para o país que era o dele e que passou a ser o nosso. Viemos para viver, sonhar e crescer.

    Cresci. Na escola, distingui-me dos demais. Fui rebelde e nem sempre uma menina exemplar mas entrei na faculdade com 17 anos e com a melhor média daquele ano: 17,6. Naquela altura, só havia três cursos em Portugal onde era mais dificil entrar do que no meu. Não quero com isto dizer que era uma super-estudante, longe disso. Baldei-me a algumas aulas, deixei cadeiras para trás, saí, curti, namorei, vivi intensamente, mas mesmo assim licenciei-me com 23 anos. Durante a licenciatura dei explicações, fiz traduções, escrevi textos para rádio, coleccionei estágios, desperdicei algumas oportunidades, aproveitei outras, aprendi muito, esqueci-me de muito do que tinha aprendido.
    Cresci. Conquistei o meu primeiro emprego sozinha. Trabalhei. Ganhei a vida. Despedi-me. Conquistei outro emprego, mais uma vez sem ajudas. Trabalhei mais. Saí de casa dos meus pais. Paguei o meu primeiro carro, a minha primeira viagem, a minha primeira renda. Fiquei efectiva. Tornei-me personna non grata no meu local de trabalho. "És provavelmente aquela que melhor escreve e que mais produz aqui dentro." - disseram-me - "Mas tenho de te mandar embora porque te ris demasiado alto na redacção". Fiquei.
    Aos 27 anos conheci a prateleira. Tive o meu primeiro filho. Aos 28 anos conheci o desemprego. "Não há-de ser nada, pensei. Sou jovem, tenho um bom curriculo, arranjarei trabalho num instante". Não arranjei. Aos 29 anos conheci a precariedade. Desde então nunca deixei de trabalhar mas nunca mais conheci outra coisa que não fosse a precariedade. Aos 37 anos, idade com que o senhor se licenciou, tinha eu dois filhos, 15 anos de licenciatura, 15 de carteira profissional de jornalista e carreira 'congelada'. Tinha também 18 anos de experiência profissional como jornalista, tradutora e professora, vários cursos, um CAP caducado, domínio total de três línguas, duas das quais como "nativa". Tinha como ordenado 'fixo' 485 euros x 7 meses por ano. Tinha iniciado um mestrado que tive depois de suspender pois foi preciso escolher entre trabalhar para pagar as contas ou para completar o curso. O meu dia, senhor primeiro ministro, só tinha 24 horas...
    Cresci mais. Aos 38 anos conheci o mobbying. Conheci as insónias noites a fio. Conheci o medo do amanhã. Conheci, pela vigésima vez, a passagem de bestial a besta. Conheci o desespero. Conheci - felizmente! - também outras pessoas que partilhavam comigo a revolta. Percebi que não estava só. Percebi que a culpa não era minha. Cresci. Conheci-me melhor. Percebi que tinha valor.
    Senhor primeiro-ministro, vou poupá-lo a mais pormenores sobre a minha vida. Tenho a dizer-lhe o seguinte: faço hoje 42 anos. Sou doutoranda e investigadora da Universidade do Minho. Os meus pais, que deviam estar a reformar-se, depois de uma vida dedicada à investigação, ao ensino, ao crescimento deste país e das suas filhas e netos, os meus pais, que deviam estar a comprar uma casinha na praia para conhecerem algum descanso e descontracção, continuam a trabalhar e estão a assegurar aos meus filhos aquilo que eu não posso. Material escolar. Roupa. Sapatos. Dinheiro de bolso. Lazeres. Actividades extra-escolares. Quanto a mim, tenho actualmente como ordenado fixo 405 euros X 7 meses por ano. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. A universidade na qual lecciono há 16 anos conseguiu mais uma vez reduzir-me o ordenado. Todo o trabalho que arranjo é extra e a recibos verdes. Não sou independente, senhor primeiro ministro. Sempre que tenho extras tenho de contar com apoios familiares para que os meus filhos não fiquem sozinhos em casa. Tenho uma dívida de mais de cinco anos à Segurança Social que, por sua vez, deveria ter fornecido um dossier ao Tribunal de Família e Menores há mais de três a fim que os meus filhos possam receber a pensão de alimentos a que têm direito pois sou mãe solteira. Até hoje, não o fez.

    (as boquinhas do primeiro-ministro)
    Tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: nunca fui administradora de coisa nenhuma e o salário mais elevado que auferi até hoje não chegava aos mil euros. Isto foi ainda no tempo dos escudos, na altura em que eu enchia o depósito do meu renault clio com cinco contos e ia jantar fora e acampar todos os fins-de-semana. Talvez isso fosse viver acima das minhas possibilidades. Talvez as duas viagens que fiz a Cabo-Verde e ao Brasil e que paguei com o dinheiro que ganhei com o meu trabalho tivessem sido luxos. Talvez o carro de 12 anos que conduzo e que me custou 2 mil euros a pronto pagamento seja um excesso, mas sabe, senhor primeiro-ministro, por mais que faça e refaça as contas, e por mais que a gasolina teime em aumentar, continua a sair-me mais em conta andar neste carro do que de transportes públicos. Talvez a casa que comprei e que devo ao banco tenha sido uma inconsciência mas na altura saía mais barato do que arrendar uma, sabe, senhor primeiro-ministro. Mesmo assim nunca me passou pela cabeça emigrar...
    Mas hoje, senhor primeiro-ministro, hoje passa. Hoje faço 42 anos e tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: Tenho mais habilitações literárias que o senhor. Tenho mais experiência profissional que o senhor. Escrevo e falo português melhor do que o senhor. Falo inglês melhor que o senhor. Francês então nem se fale. Não falo alemão mas duvido que o senhor fale e também não vejo, sinceramente, a utilidade de saber tal língua. Em compensação falo castelhano melhor do que o senhor. Mas como o senhor é o primeiro-ministro e dá tão bons conselhos aos seus governados, quero pedir-lhe um conselho, apesar de não ter votado em si. Agora que penso emigrar, que me aconselha a fazer em relação aos meus dois filhos, que nasceram em Portugal e têm cá todas as suas referências? Devo arrancá-los do seu país, separá-los da família, dos amigos, de tudo aquilo que conhecem e amam? E, já agora, que lhes devo dizer? Que devo responder ao meu filho de 14 anos quando me pergunta que caminho seguir nos estudos? Que vale a pena seguir os seus interesses e aptidões, como os meus pais me disseram a mim? Ou que mais vale enveredar já por outra via (já agora diga-me qual, senhor primeiro-ministro) para que não se torne também ele um excedentário no seu próprio país? Ou, ainda, que venha comigo para Angola ou para o Brasil por que ali será com certeza muito mais valorizado e feliz do que no seu país, um país que deveria dar-lhe as melhores condições para crescer pois ele é um dos seus melhores - e cada vez mais raros - valores: um ser humano em formação.
    Bom, esta carta que, estou praticamente certa, o senhor não irá ler já vai longa. Quero apenas dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: aos 42 anos já dei muito mais a este país do que o senhor. Já trabalhei mais, esforcei-me mais, lutei mais e não tenho qualquer dúvida de que sofri muito mais. Ganhei, claro, infinitamente menos. Para ser mais exacta o meu IRS do ano passado foi de 4 mil euros. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. No ano passado ganhei 4 mil euros. Deve ser das minhas baixas qualificações. Da minha preguiça. Da minha incapacidade. Do meu excedentarismo. Portanto, é o seguinte, senhor primeiro-ministro: emigre você, senhor primeiro-ministro. E leve consigo os seus ministros. O da mota. O da fala lenta. O que veio do estrangeiro. E o resto da maralha. Leve-os, senhor primeiro-ministro, para longe. Olhe, leve-os para o Deserto do Sahara. Pode ser que os outros dois aprendam alguma coisa sobre acordos de pesca.
    Com o mais elevado desprezo e desconsideração, desejo-lhe, ainda assim, feliz natal OU feliz ano novo à sua escolha, senhor primeiro-ministro.
    E como eu sou aqui sem dúvida o elo mais fraco, adeus.
    Myriam Zaluar, 19/12/2011

    terça-feira, 20 de dezembro de 2011

    IRS: SAIBA QUE FACTURAS PODE JUNTAR ATÉ AO FIM DO ANO

    Saiba que facturas pode juntar até ao fim do ano

    In http://www.ionline.pt/financas-pessoais/irs-saiba-facturas-pode-juntar-ao-fim-ano

    Por Sónia Peres Pinto, publicado em 19 Dez 2011
    Tem menos de 15 dias para juntar todas as facturas que poderá apresentar na sua declaração de IRS a entregar em 2012. A tarefa é praticamente igual e por isso, não se esperam grandes surpresas. Contudo, este será o último ano em que pode aproveitar as deduções tal como as conhece até aqui. A fórmula é simples: quanto mais despesas apresentar, menor será o imposto cobrado. Mas vá-se mentalizando, o próximo reembolso de IRS deverá ser bem mais pequeno do que os anteriores devido à introdução de limites máximos nos benefícios fiscais para as famílias com rendimentos a partir do terceiro escalão. Benefícios fiscais limitados a cem euros, taxas de IRS agravadas e menos deduções vão diminuir os reembolsos. Além das habituais despesas de saúde, educação e habitação, existem outros gastos que pode apresentar e que podem fazer toda a diferença na hora do reembolso.
    Saúde
    Os gastos com a saúde estão todos os anos entre as principais facturas apresentadas pelas famílias portuguesas. À semelhança do que aconteceu no ano passado, este ano poderá apresentar 30% das despesas efectuadas com saúde, sem limite máximo. Contudo, estas despesas devem estar isentas de IVA ou terem sido sujeitas a uma taxa de IVA reduzida. Poderá também deduzir até 30% das despesas de saúde com IVA à taxa mais elevada (desde que apresente receita médica) até um limite de 65 euros ou 2,5% das despesas declaradas como isentas ou sujeitas à taxa reduzida. Mas para o ano vamos assistir a alterações neste campo. Na declaração de rendimentos a apresentar em 2013 (referente aos rendimentos auferidos em 2012) iremos assistir à redução da dedução referente a estas despesas que desce de 30% para 10%. Além disso, pela primeira vez, vamos assistir a um limite máximo destes gastos: 833,44 euros. Não se esqueça que o fisco considera obrigatório a apresentação do nome do beneficiário em todas as facturas relacionadas com os cuidados de saúde.
    Casa: compra e renda
    No caso das despesas com a casa, o contribuinte poderá continuar a poder deduzir 30% dos gastos relacionados com os juros e com as amortizações. No caso do imóvel ser arrendado, as rendas também poderão ser apresentadas até um limite máximo de 591 euros. Este montante será majorado até 886,5 euros para contribuintes com rendimentos até 7.410 euros por ano. Ou seja, para contribuintes cujos rendimentos estejam enquadrados dentro do primeiro e do segundo escalão do IRS. No entanto, neste campo vamos assistir a várias alterações no próximo, ou seja, nas declarações a entregar em 2013. A partir daí, as amortizações vão deixar de ser dedutíveis e os juros serão aceites, mas apenas para os contratos de compra e venda até 31 de Dezembro de 2011. A dedução será de 15% até um limite máximo de 591 euros. Já os novos contratos vão deixar de poder apresentar estas deduções. Melhores notícias para quem tem casa arrendada, pois os contribuintes vão poder continuar a fazer as suas deduções até 591 euros quer se trate de contratos novos ou antigos.
    Educação
    Para quem tem filhos uma das formas mais utilizadas para baixar a factura do IRS é através da dedução das despesas relacionadas com a educação. Este ano ainda é possível apresentar gastos com a escola dos filhos ou com a sua própria formação em 30% até um limite de 760 euros. Feitas as contas, este montante corresponde a uma despesa máxima de 2533 euros. O fisco aceita as mais variadas despesas relacionadas com esta área, desde a compra de material escolar a mensalidades de jardins de infância, escolas ou estabelecimentos de ensino superior. Pode também incluir gastos relacionados com deslocações e alojamento. No entanto, no caso das famílias com mais de três dependentes, a este limite é acrescido ainda um valor de 142,50 euros por cada dependente. Não se esqueça que, tal como aconteceu com a declaração apresentada no ano passado, é preciso inscrever o número fiscal dos dependentes para deduzir as despesas. Isso significa que, todas as facturas têm de incluir o número fiscal do elemento da família a que se referem.
    PPR
    Este ano os contribuintes podem continuar a gozar dos benefícios fiscais que são atribuídos aos Planos Poupança Reforma, no entanto, conte com fortes cortes, já que este produto de poupança foi fortemente penalizado. Até ao ano passado, os contribuintes que tivessem este produto de poupança ou fossem subscritores de certificados de reforma poderiam deduzir até 20% das entregas feitas nestes planos e beneficiar de um abate no IRS até 400 euros. Estas condições mantêm-se, mas o facto de este ano a soma dos benefícios fiscais dedutíveis à colecta não poder ultrapassar os 100 euros, leva a que o benefício fiscal associado aos PPR seja muito reduzido. A Associação de Defesa do Consumidor chama, no entanto, a atenção para a dificuldade de atingir este valor. A explicação é simples: este benefício fiscal só pode ser aplicado a quem estiver no terceiro escalão de IRS. Contudo, não há limite nos dois primeiros escalões, ou seja, para rendimentos até 7410. Mesmo assim, os contribuintes destes escalões não estão em vantagem. Na verdade, é tecnicamente impossível aproveitarem a totalidade.
    Encargos com lares
    O fisco também aceita despesas efectuadas com lares, apoios domiciliários e instituições de apoio à terceira idade. É possível deduzir 25% destas despesas na declaração de IRS até um limite de 403,75 euros. Feitas as contas, para conseguir ter acesso a este limite máximo terá de efectuar despesas no montante total de 1612 euros.
    Seguros
    Vamos também assistir à introdução de um limite de 2096,10 euros para a dedução ao rendimento referente a prémios de seguros de doença, de acidentes pessoais e de vida, no caso de profissões de desgaste rápido (e não é só para praticantes desportivos, mas também para mineiros e pescadores). Apenas os contribuintes deficientes não serão os mais prejudicados, já que estes podem continuar a apresentar os prémios dos seguros de acidentes pessoais e de vida e o fisco continua a considerar 90% dos rendimentos bruto. Isso significa que, mantém-se em vigor o regime de 2010. Por isso mesmo é possível deduzir 25% dos prémios com seguros de vida até 65 euros por contribuinte.
    Energias renováveis
    Uma das grandes novidades deste ano em matéria de deduções fiscais dizem respeito aos gastos relacionados com as energias renováveis. As facturas relacionadas com a compra de equipamentos energéticos deixaram de ser consideradas deduções e passaram a ser entendidas como benefícios fiscais. São aceites 30% das despesas efectuadas com equipamentos de energias renováveis, obras de melhoria de condições térmicas de edifícios ou a aquisição de veículos exclusivamente eléctricos. Mas nem tudo são vantagens: estes gastos só poderão ser apresentados uma vez em cada quatro anos e, além disso, o Executivo colocou um tecto máximo de 100 euros para os contribuintes poderem beneficiar destes benefícios fiscais. Feitas as contas: ser amigo do ambiente poderá representar uma poupança até 100 euros no IRS, mas apenas se estiver no terceiro escalão. Se estiver no quarto escalão, a dedução desce para um máximo de 80 euros e assim progressivamente. Isso significa que, o valor máximo a deduzir vai diminuindo à medida que aumenta o rendimento colectável do contribuinte.
    Pensões de alimentos
    Os contribuintes podem deduzir na sua declaração de rendimentos, os encargos com pensões de alimentos, mas o valor a apresentar terá limites e, para estes gastos serem aceites, terão de ter sido estipulados pelo tribunal. Por exemplo, se aumentar voluntariamente o valor da pensão de alimentos, o novo montante só é reconhecido quando o tribunal ou o conservador do registo civil o homologarem. Para isso, o contribuinte tem de propor o novo montante, indicar os motivos do pedido e a razoabilidade do valor apresentado. As quantias pagas só podem ser deduzidas a partir da data do novo acordo ou sentença. Ao todo, é possível apresentar 20% destas despesas até um limite de 1048,05 euros mensais por cada beneficiário. Até ao ano passado, o contribuinte podia deduzir 20% dos valores pagos sem outro limite. Mas para o ano, o cenário já será diferente. Os gastos a apresentar na declaração de IRS serão ainda mais restritos e, de acordo com o Orçamento de Estado para 2012, o valor total a deduzir no IRS não poderá ultrapassar os 419,22 euros por mês.

    DEPUTADOS COM SUBSÍDIO DE NATAL


    Saiu o Orçamento para a Assembleia da República e eles lá estão: o Subsídio de Férias e de Natal. Claro que já sabemos que estes políticos são super-portugueses, aos quais não se aplicam as leis aplicáveis à populaça... mas não haverá um mínimo de decoro?!
    Para quem pense que se trata de uma fotomontagem, tomem lá um segundo link, para o próprio Diário da República, para que não hajam dúvidas.
    Indignem-se!!!
    Deputados e funcionários da Assembleia da República contemplados com subsídios de férias e de natal em 2012 no orçamento APROVADO por TODOS os partidos. À semelhança do que foi justificado para a TAP PORTUGAL, também agora devem vir informar que havia perigo de fuga destes "cérebros" todos para o estrangeiro...

    DIVULGUEM A TODOS OS VOSSOS CONTACTOS OS SACRIFÍCIOS DE QUEM NOS GOVERNA, DA EXTREMA ESQUERDA À DIREITA...SEM EXCEPÇÃO

    VERGONHOSO

    http://educar.wordpress.com/2011/10/18/na-assembleia-da-republica-nao-ha-cortes-nos-subsidios/


    http://dre.pt/pdf1sdip/2011/10/20000/0465804667.pdf

    segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

    A NOVA ORDEM MUNDIAL

    O senado americano votou e o presidente Obama ratificou o extermínio da Bill of Rights – aquilo que fazia a America ser o país mais “livre” do mundo. Na maior jogada da Nova Ordem Mundial no momento, o significado disso é que tanto estrangeiros quanto os próprios americanos agora podem ser capturados, presos, torturados e mortos pela FEMA, NSA e militares, sem que estes prestem quaisquer esclarecimentos ou apresentem justificativas.

    A jornalista americana, de forma muito perspicaz, traduziu o discurso feito por Obama onde ele falava sobre o ocorrido e a implantação da prisão preventiva por tempo indefinido. O video abaixo conta os detalhes. Infelizmente disponível somente em inglês.
    Anteriormente já o governo americano já havia aprovado a suspensão e cassação de sites e servidores da internet caso o governo considere que estes veiculam informações que “ameacem a segurança do país”. É a mesma desculpa utilizada para colocar em funcionamento a máquina da morte que está prestes a ser ligada – bem como o início da utilização dos infames campos de concentração da FEMA.

    Chegamos, finalmente, ao início do fim. É a última e mais letal tentativa d eimposição da Nova Ordem Mundial.

    Atentem que tudo que está acontecendo no mundo – quebra do Euro, ataques de falsa bandeira na África e Oriente Médio, crise mundial, dentra outras – está intrinsecamente ligadas às ações sionistas que foram postas em prática nos EUA

    O QUARTO REICH


     Quarto Reich... prestem atenção a este texto

    A guerra pode ter já recomeçado


    A inflamada declaração de Angela Merkel, numa entrevista à televisão pública alemã, ARD, em que sugere a perda de soberania para os países incumpridores das metas orçamentais, bem como a revelação sobre o papel da célebre família alemã Quandt, durante o Terceiro Reich, ligam-se, como peças de puzzle, a uma cadeia de coincidências inquietantes. Gunther Quandt foi, nos anos 40, o patriarca de uma família que ainda hoje controla a BMW e gere uma fortuna de 20 mil milhões de euros. Compaghon de route de Hitler, filiado no partido Nazi, relacionado com Joseph Goebbels, Quandt beneficiou, como quase todos os barões da pesada indústria alemã, de mão-de-obra escrava, recrutada entre judeus, polacos, checos, húngaros, russos, mas também franceses e belgas.

    Depois da guerra, um seu filho, Herbert, também envolvido com Hitler, salvou a BMW da insolvência, tornando-se, no final dos anos 50, uma das grandes figuras do milagre económico alemão. Esta investigação, que iliba a BMW mas não o antigo chefe do clã Quandt, pode ser a abertura de uma verdadeira caixa de Pandora. Afinal, o poderio da indústria alemã assentaria diretamente num sistema bélico baseado na escravatura, na pilhagem e no massacre. E os seus beneficiários nunca teriam sido punidos, nem os seus empórios desmantelados.

    As discussões do pós-Guerra, incluíam, para alguns estrategas, a desindustrialização pura e simples da Alemanha - algo que o Plano Marshal, as necessidades da Guerra Fria e os fundadores da Comunidade Económica Europeia evitaram. Assim, o poderio teutónico manteve-se como motor da Europa. Gunther e Herbert Quandt foram protagonistas deste desfecho.

    Esta história invoca um romance recente de um jornalista e escritor de origem britânica, a viver na Hungria, intitulado "O protocolo Budapeste".

    No livro, Adam Lebor ficciona sobre um suposto diretório alemão, que teria como missão restabelecer o domínio da Alemanha, não pela força das armas, mas da economia. Um dos passos fulcrais seria o da criação de uma moeda única que obrigasse os países a submeterem-se a uma ditadura orçamental imposta desde Berlim. O outro, descapitalizar os Estados periféricos, provocar o seu endividamento, atacando-os, depois, pela asfixia dos juros da dívida, de forma a passar a controlar, por preços de saldo, empresas estatais estratégicas, através de privatizações forçadas. Para isso, o diretório faria eleger governos dóceis em toda a Europa, munindo-se de políticos‑fantoche em cargos decisivos em Bruxelas – presidência da Comissão e, finalmente, presidência da União Europeia.

    Adam Lebor não é português – nem a narração da sua trama se desenvolve cá. Mas os pontos de contacto com a realidade, tão eloquentemente avivada pelas declarações de Merkel, são irresistíveis.

    Aliás, "não é muito inteligente imaginar que numa casa tão apinhada como a Europa, uma comunidade de povos seja capaz de manter diferentes sistemas legais e diferentes conceitos legais durante muito tempo.".

    Quem disse isto foi Adolf Hitler.

    A pax germânica seria o destino de "um continente em paz, livre das suas barreiras e obstáculos, onde a história e a geografia se encontram, finalmente, reconciliadas" – palavras de Giscard d'Estaing, redator do projeto de Constituição europeia.

    É um facto que a Europa aparenta estar em paz. Mas a guerra pode ter já recomeçado…

    Ler o original em: http://aeiou.visao.pt/o-quarto-reich=f625730#ixzz1eea36FNF

    Artigo de Filipe Luís

    VICE-PRESIDENTE DE ANGOLA PROIBIDO DE ENTRAR NOS ESTADOS UNIDOS

    Lisboa - O Vice- Presidente de Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” esta proibido de entrar nos Estados Unidos da America, por o seu nome, estar cadastrado como indivíduo ligado a três empresas angolanas (Arosfran, Golfrate e Afribelg) identificadas pelo Departamento do Tesouro (DT) dos EUA, como estando ligadas ao terrorismo internacional.

    Por ligação a empresas associadas ao terrorismo
    Para além de “Nandó”, faz parte da lista dos cadastrados, dois empresários angolanos “Kito” Dias dos Santos e Arthur Almeida Silva. Os nomes dos três angolanos foram colocados num sistema que deverá ser retirado depois de 100 anos.
    A 19 de Outubro, “Nandó” foi impedido de desembarcar no aeroporto de Nova Iorque quando era aguardado para participar, na 66ª sessão da Assembléia- Geral das Nações Unidas, onde iria representar o Chefe de Estado angolano. As autoridades migratórias americanas apresentaram como justificação da proibição da entrada do mesmo, a conexão a negócios controlados pelos irmãos Ali Tajideen e Husayn Tajideen, empresários libaneses sobre quem pesa a acusação de financiarem a actividade do grupo terrorista Hezbollah.
    George Rebelo Chicoty, o Ministro das Relações Exteriores, que neste dia aguardava, em Nova Iorque pela chegada do Vice-Presidente angolano acabou por ser ele a discursar na Assembléia das Nações Unidas em substituição daquele. “Nandó”, por sua vez, saiu dali para Londres onde em conseqüência destes problemas acabaria por ter um acidente vascular facial, que o deixou por alguns dias na capital britânica.
    Por ocasião da apresentação do discurso do Estado da Nação, regressou a Luanda, porém, o Presidente José Eduardo dos Santos não contava com a sua presença e não o citou, como individualidade da alta hierarquia do estado angolano, na parte inicial do discurso. Mencionou apenas o Presidente da Assembléia Nacional, do Tribunal Constitucional, e os deputados. O Vice-Presidente “Nandó” esteve, de facto, presente na sala porem com um ar de abatido. A dado momento, ao movimentar-se de um local para outro, quase que caia por suposta fraqueza ou mal estar, tendo sido apoiado por um jornalista que passou ao seu lado.

    ESCOLA ÁRABE E A PEDAGOGIA


    Vídeo mostrando como um professor árabe corrige o dever de casa de seus pequenos alunos na Faixa de Gaza.
    Alunos de 6 anos de idade!!!

    EM PORTUGAL HÁ POUCOS ANOS ERA ASSIM

    O MITO DOS FERIADOS EM PORTUGAL

    Desmascarando o mito do excessivo número de feriados em Portugal
    A propósito do “mito” do “Excessivo número de feriados” em Portugal, reparem no número de feriados dos vários países da União Europeia.
    Roménia 6
    Holanda 10
    Itália 11
    Polónia 11
    Bélgica 12
    Dinamarca 12
    Hungria 12
    Irlanda 12
    Luxemburgo 12
    França 13
    Finlândia 13
    República Checa 13
    Suécia 13
    Malta 14
    Portugal 14 Áustria 15
    Grécia 15
    Eslováquia 16
    Alemanha 17
    Grã-Bretanha 18
    A média dos feriados é 13.
    Portugal tem 14, apenas 1 a mais do que a média

    Só que há ainda outro pormenor interessante. É que de todos os países da União Europeia, Portugal tendo a sua independência em 1143, é um dos mais antigos. Por isso, é natural que feriados os feriados históricos como o 1 de Dezembro (dia da restauração da Independência em 1640) façam todo o sentido.
    Diz a propaganda paga a peso de ouro pelo grande capital que cada dia de feriado custa 37 milhões de Euros à economia portuguesa. Nem eles explicam como são feitos esses cálculos. E, para além disso nem sequer mencionam que cada dia de feriado de quem trabalha é um dia de consumo, dando rendimento a lojas, restaurantes, hotéis, etc.
    Por exemplo, o 15 de Agosto, que querem abolir é o feriado mais importante do país em termos de festividades populares e de reunião de famílias, principalmente nos concelhos que têm muitos emigrantes. Esse dia de feriado é um dos dias do ano onde mais se gasta em combustíveis e na restauração.
    Depois há factores importantes como o descanso, o estar com a família e os filhos, que não se contabilizam em números.
    No entanto, com casos como o BPN, as Parcerias Público-Privadas, subsídios à Banca e comissões à Troika (não acrescentando mais nada), sabendo que só num ano são gastos mais de 18 mil milhões de Euros, significa que cada um dos 365 dias custa 49.315.068,49 Euros aos portugueses.
    Se atentarmos somente aos dias úteis de trabalho, tal montante ascende aos 80.000.000 Euros, desviados essencialmente para o sector financeiro. Mas, claro, que esta informação é omitida pelas televisões e telejornais.
    Convinha que estas contas fossem feitas pelos jornalistas da RTP, da SIC, do Diário Económico e outros órgãos afins que, através da sua constante propaganda e desinformação tanto têm contribuído para ou roubo do povo português e destruição de Portugal.
    E, claro que, nas suas crónicas ou espaços televisivos, jamais vão ouvir outros líderes de opinião falar sobre o assunto de forma séria. Eles são pagos precisamente para reforçar a propaganda e a intoxicação da Opinião Pública que, infelizmente, por não se informar, cai que nem um patinho e até aceita.




    EU NASCI NUM PAÍS ASSIM...

    EMIGRANTES

    Um texto de Isabel do Carmo no Público de 29.11.2011
    O primeiro-ministro anunciou que íamos empobrecer, com aquele desígnio de falar “verdade”, que consiste na banalização do mal, para que nos resignemos mais suavemente. Ao lado, uma espécie de contabilista a nível nacional diz-nos, como é hábito nos contabilistas, que as contas são difíceis de perceber, mas que os números são crus. Os agiotas batem à porta e eles afinal até são amigos dos agiotas. Que não tivéssemos caído na asneira de empenhar os brincos, os anéis e as pulseiras para comprar a máquina de lavar alemã. E agora as jóias não valem nada. Mas o vendedor prometeu-nos que… Não interessa.
    Vamos empobrecer. Já vivi num país assim. Um país onde os “remediados” só compravam fruta para as crianças e os pomares estavam rodeados de muros encimados por vidros de garrafa partidos, onde as crianças mais pobres se espetavam, se tentassem ir às árvores. Um país onde se ia ao talho comprar um bife que se pedia “mais tenrinho” para os mais pequenos, onde convinha que o peixe não cheirasse “a fénico”. Não, não era a “alimentação mediterrânica”, nos meios industriais e no interior isolado, era a sobrevivência.
    Na terra onde nasci, os operários corticeiros, quando adoeciam ou deixavam de trabalhar vinham para a rua pedir esmola (como é que vão fazer agora os desempregados de “longa” duração, ou seja, ao fim de um ano e meio?). Nessa mesma terra deambulavam também pela rua os operários e operárias que o sempre branqueado Alfredo da Silva e seus descendentes punham na rua nos “balões” (“Olha, hoje houve um ‘ balão’ na Cuf, coitados!”). Nesse país, os pobres espreitavam pelos portões da quinta dos Patiño e de outros, para ver “como é que elas iam vestidas”.
    Nesse país morriam muitos recém-nascidos e muitas mães durante o parto e após o parto. Mas havia a “obra das Mães” e fazia-se anualmente “o berço” nos liceus femininos onde se colocavam camisinhas, casaquinhos e demais enxoval, com laçarotes, tules e rendas e o mais premiado e os outros eram entregues a famílias pobres bem- comportadas (o que incluía, é óbvio, casamento pela Igreja).
    Na terra onde nasci e vivi, o hospital estava entregue à Misericórdia. Nesse, como em todos os das Misericórdias, o provedor decidia em absoluto os desígnios do hospital. Era um senhor rural e arcaico, vestido de samarra, evidentemente não médico, que escolhia no catálogo os aparelhos de fisioterapia, contratava as religiosas e os médicos, atendia os pedidos dos administrativos (“Ó senhor provedor, preciso de comprar sapatos para o meu filho”). As pessoas iam à “Caixa”, que dependia do regime de trabalho (ainda hoje quase 40 anos depois muitos pensam que é assim), iam aos hospitais e pagavam de acordo com o escalão. E tudo dependia da Assistência. O nome diz tudo. Andavam desdentadas, os abcessos dentários transformavam-se em grandes massas destinadas a operação e a serem focos de septicemia, as listas de cirurgia eram arbitrárias. As enfermarias dos hospitais estavam cheias de doentes com cirroses provocadas por muito vinho e pouca proteína. E generalizadamente o vinho era barato e uma “boa zurrapa”.
    E todos por todo o lado pediam “um jeitinho”, “um empenhozinho”, “um padrinho”, “depois dou-lhe qualquer coisinha”, “olhe que no Natal não me esqueço de si” e procuravam “conhecer lá alguém”.
    Na província, alguns, poucos, tinham acesso às primeiras letras (e últimas) através de regentes escolares, que elas próprias só tinham a quarta classe. Também na província não havia livrarias (abençoadas bibliotecas itinerantes da Gulbenkian), nem teatro, nem cinema.
    Aos meninos e meninas dos poucos liceus (aquilo é que eram elites!) era recomendado não se darem com os das escolas técnicas. E a uma rapariga do liceu caía muito mal namorar alguém dessa outra casta. Para tratar uma mulher havia um léxico hierárquico: você, ó; tiazinha; senhora (Maria); dona; senhora dona e… supremo desígnio – Madame.
    Os funcionários públicos eram tratados depreciativamente por “mangas-de-alpaca” porque usavam duas meias mangas com elásticos no punho e no cotovelo a proteger as mangas do casaco.
    Eu vivi nesse país e não gostei. E com tudo isto, só falei de pobreza, não falei de ditadura. É que uma casa bem com a outra. A pobreza generalizada e prolongada necessita de ditadura. Seja em África, seja na América Latina dos anos 60 e 70 do século XX, seja na China, seja na Birmânia, seja em Portugal.