segunda-feira, 28 de novembro de 2011

UMA VIAGEM PELO MUNDO EM PORTUGUÊS - LUSOTOPIA DE CARLOS FONTES


CONTINUAÇÃO DO TEXTO PUBLICADO EM 16-11-2011



Macau (China)

Território actualmente integrado na China (1999), foi desde 1557 um dos pontos estratégicos dos portugueses no Oriente. Cerca de 100 mil cidadãos portugueses continuam a viver neste território, onde é notória uma forte influência portuguesa.
Madagascar
Os portugueses são os primeiros europeus a chegar à ilha, em 1500. Na parte sul estabeleceram, até meados do século XVI, um ponto de apoio às suas frotas marítimas na rota para o Oriente. Ilhas St. Laurent (Madagascar) - Posto Fortificado. Destinado a recarga das frotas portuguesas que navegavam rumo ao Oriente (1498-1540).

Maurícias, Ilhas
A ilha foi descoberta pelos portugueses em 1505 que aqui se mantiveram até ao século XVII. Fazem parte deste arquipélago as Ilhas Mascarenhas orientais (Ilha Maurícia e Rodrigues) e por dois arquipélagos de ilhotas mais a norte. As Ilhas Mascarenhas receberam em 1512, o nome de Mascarenhas em honra de Pedro de Mascarenhas da visita que as mesmas fez o vice-rei da Índia (portuguesa). Após os portugueses, sucedeu-se o domínio dos holandeses, franceses e ingleses. Os vestígios lusos não desapareceram.


Malásia / Malaca
Pouco depois de terem chegado à India (1498), já os portugueses procuravam dominara este importante entreposto comercial do extremo oriente, o que veio a acontecer em 1509. Após construção de uma imponente fortaleza, intensifica-se a presença dos portugueses. A influência na cultura e na língua local é enorme. Ainda hoje mais de 270 palavras de uso corrente são de origem portuguesa.

Em 1641 acabaram por abandonar o local devido à acção dos holandeses, que também não tardaram em ser expulsos pelos ingleses. Contudo, a presença portuguesa nunca desapareceu em Malaca, ainda hoje se encontra uma curiosa colónia luso-descendentes que procura manter viva as suas raízes.

Malta
A Ordem de Malta tem uma longa história em Portugal (substituiu a antiga Ordem dos Hospitalários de São João).

A presença portuguesa em Malta ocorre no século XVIII, quando foi nomeado grão-mestre o português António Manoel de Vilhena (1672-1736) que revolucionou o urbanismo e a arquitectura desta Ilha. O seu nome foi dado a uma pequena ilha, mas também ao conhecido Teatro Manoel, na capital. A efíge de outro dos grão-mestres português - Emanuel Pinto da Fonseca -, decora a fachada da residência oficial do primeiro-ministro de Malta.  

Maldivas, Ilhas
Foram governadas pelos Portugueses de 1558 a 1573. As Maldivas são hoje um país independente, cuja capital é Malé.

Marrocos
Depois da Espanha é o país que mais próximo de Portugal. Não é pois de estranhar que entre 1415 e 1769, Portugal tenha mantido uma presença contínua neste país, ao qual ficaram ligados muitos episódios marcantes da sua história.

Marquesas, Ilhas
Descobertas pelo navegador português Pedro Fernandes Queirós ao serviço de Espanha.

Martinica, Ilha
Um numeroso grupo de portugueses, em 1654, vindos do Brasil estabeleceu-se em Martinica, tendo-se dedicado ao cultivo da cana do açúcar. Entre eles destaca-se Benjamim da Costa. O governo francês, em 1683, ordenou a sua expulsão, mas muitos acabaram por ficar.

México
Numerosos portugueses integraram a quase expedições espanholas na conquista da América nos séculos XV e XVI. Participaram na conquista do México, fundaram muitas cidades e ocuparam os mais variados cargos.

O primeiro europeu a morrer durante durante a conquista dos Maias foi um português "viejo" (velho).O facto ocorreu em Fevereiro de 1517. Foi feito prisioneiro pelos maias, durante a expedição de Fernando Cordoba, na região de Catoche, Campeche e Potonchán. Foi este singular acontecimento que o fez sair do anonimato.

Moçambique
Uma história comum com mais de cinco séculos.

Moldávia
Na sequência da desagregação da antiga União Soviética (1991), fixou-se em Portugal uma numerosa comunidade de moldavos, muitos dos quais têm vindo a adquirir a nacionalidade portuguesa.

Mongólia
Os portugueses chegaram à India em 1498, mas pouco depois dá-se um acontecimento igualmente decisivo neste país: a invasão dos mongóis. Babur, o imperador mongol , em 1526, conquista Deli, no norte da India, abrindo as portas para a sua expansão pelo sub-continente indiano.

Nigéria
Os portugueses terão chegado à Nigéria em 1444,onde fundaram a cidade de Lagos, a actual capital. Fruto de intensos contactos acabou por se formar uma arte luso-nigeriana. Nas línguas locais ainda hoje persistem muitas palavras portuguesas.

Em finais do século XIX, vindos do Brasil, muitos antigos escravos regressaram à Nigéria. onde fundaram o conhecido " Brazilian Quarter", em Lagos, tendo preservado a língua portuguesa e muitos dos costumes adquiridos no Brasil. Arte Luso-Africana

Noruega
Os vikingues (ou normandos), os povos que habitaram a actual Noruega, Suécia e a Dinamarca tiveram desde o século IX vários contactos com a região de Portugal, nomeadamente devido às suas incursões que aqui realizavam.

Namíbia
Os portugueses chegaram a esta região em 1485, tendo-se estabelecido na Serra Parda (Ponta dos Farilhões), Cabo Padrão (Cape Cross, onde em 1486 Diogo Cão ergueu um padrão), Angra Pequena (1487) e ourtos locais, deparando-se com o imenso deserto da actual Namíbia. A sua longa costa desertica foi denominada pelos portugueses de Costa dos Esqueletos, devido á enorme quantidade de naufrágios e mortes que nela ocorreram.

Novas Hébridas
Descobertas em 1606 pelos portugueses Pedro Fernandes Queirós e Luís Vaz de Torres ao serviço da Espanha. Em 1967 foi descoberta uma fortificação "Nova Jerusalém’ datada da mesma época.

Nova Zelândia
A versão corrente afirma que a Nova Zelandia terá sido descoberta pelo navegador português João Fernandes ao serviço dos reis de Espanha. Os historiadores locais tem vindo a sustentar outra versão.

Omã
A presença dos portugueses na região foi muito intensa nos XVI e XVII. O povo que aqui encontraram vivia na sua maior parte no deserto e tinha técnicas de navegação muito rudimentares. Para controlarem a entrada do Golfo Pérsico, os portugueses construíram aqui um vasto sistema de fortalezas: 1. Moscate ou Mascate (Muscat, Forte de São João (Jalali), Forte Mirani) 1552-1650). 2.Curiate (Kuriyat (Forte, 1507-1648); 3. Matara (Matrah, Forte,1588-1648); 4. Calayate (Qalhat or Kalhat, 1507-1523); 5. Sibo (As Sib, forte); 6.Borca (Barkah of al Batha, forte); 7. Caçapo ou Cassapo (Khasab); 8. Soar (Suhar, 1507-1643). Esta forte implantação só foi possível devido às alianças que fizeram com os pequenos reinos locais (muçulmanos), que temiam domínio do Império Otomano.

A fragilidade militar de Portugal, durante a longa guerra com a Espanha (1640-1668) é aproveitada pelos Otomanos para expulsarem os portugueses da região. O Omã aproveitando as técnicas navais e de guerra aprendidas dos portugueses, acabam por criar um sultanato, expulsam os otomanos e constroem um vasto reino costeiro que se estendeu até Zamzibar (Tanzânia).

Panamá
Desde que Colombo chegou a Portugal vindo das Indias, em 1493, que existem relatos de navegadores portugueses que andavam no contrabando de escravos e outros produtos obtidos nas Indias espanholas, uma actividade que cresceu depois da descoberta, em 1498, da Pária. Uma parte dos produtos das expedições espanholas vinha directamente para Portugal.

A rapina dos contrabandistas portugueses na costa norte da América do Sul, incrementada em 1499, prosseguiu ao longo dos anos. Em 1500-1502, Rodrigo de Bastidas comandou uma expedição às Indias, tendo atingido as costas Colombia e do Panamá. Na região encontrou barcos portugueses que andavam a resgatar escravos Indios e vários produtos. Os portugueses chegaram à região primeiro que os espanhóis. Em 1503, o conhecido navegador Juan de La Cosa, veio a Lisboa para protestar contra estas acções lusas.

Anos depois, no verão de 1513, o rei Fernando de Espanha continuava a protestar pelo facto de Portugal não estar a cumprir o estipulado no Tratado de Tordesilhas. Navios portugueses estavam a explorar " a terra que até aqui se chamou Terra Firme e que agora mandamos chamar Castela do Ouro". Fernando solicitava a D. Manuel I que fizesse justiça. A presença dos portugueses na região em vez de diminuir aumentou.

Estamos perante uma rede clandestina que operava entre as Indias espanholas e Portugal e que envolve ao mais alto nível portugueses.

João Português e Pedro Escobar foram dois dos portugueses que, em 1513, integraram a expedição de Vasco Nunez de Balboa que atingiu o Oceano Pacífico. Outro numeroso grupo de portugueses instalou-se entre 1514 e 1517 no Panamá.

Paraguai (Paraguay)
No principio do século XVI, divulga-se a lenda do "El Dorado", segundo a qual junto às nascentes dos grandes rios que desaguavam no Atlântico, existiam fabulosas minas de ouro e prata. Gonçalo Coelho, em 1502, chegou a um desses rios - o Rio da Prata (nome português) entre a Argentina e o Uruguai. A partir daqui sucederam-se as tentativas de portugueses para o explorar e atingir a sua nascente.

Foi nestas andanças que outro português Aleixo Garcia, em 1525, chegou ao Paraguai, e com a ajuda dos indíos guaranis, atingiu a actual Bolívia, tendo confirmado a existência de enormes riquezas. Estava assim aberta a chamada Rota da Prata que ligava Buenos Aires a Potosi (Bolívia).
Palestina
A história de Portugal durante séculos esteve intimamente ligada à Palestina, na dupla perspectiva de reconquista cristã (Cruzadas) e regresso dos judeus a este território do médio Oriente. Não nos esqueçamos que no final do se´culo XV, cerca de 10% da população portuguesa era judia. O que se tem passado neste território depois da 2ª. Guerra Mundial (1939-1945), nomeadamente as guerras israelo-arabes tem-se reflectido em Portugal.

Perú
Perú era o nome dado pelos portugueses a grande parte da América do Sul ocupada pelos espanhóis. A descoberta de ouro e prata, em finais do século XVI, trouxe à região muitos portugueses de religião cristã ou judaica, estes últimos fugiam da Inquisição.

Polónia
Os polacos garantem que as relações entre Portugal e a Polónia, dois países católicos, datam do século XV. Cavaleiros polacos terão ajudado os portugueses a conquistarem Ceuta (1415).

Porto Rico
As ligações de Portugal às Caraibas (Antilhas) continuam a ser motivo de polémica.
Tudo indica que os portugueses já as conheciam antes de 1492.
Colombo foi o primeiro a testemunhar esta hipótese (consultar). O seu filho Diego de Colon, natural de Lisboa, foi o 2º. Vice-Rei das Indias.

Muitos outros portugueses aparecem ligados às Caraibas, como Cristovão de Sotomayor (ou Sotomaior). Acompanhou D. Diego Colón às Indias, em 1509. Foi o Aguacil de Ponce de León (1460-1521), o explorador de Porto Rico e das costas da Flórida. Cristovão de Sotomayor morreu durante o levantamento indio de 1511, em Porto Rico. Este português foi o fundador em 1510 da Vila de Tavora (actual Guánica), nome que atribuiu em honra da sua mãe Dona Teresa de Tavora, Condessa de Caminha, no norte de Portugal. As pragas de mosquitos obrigaram os habitantes de Tavora a mudaram-e para outro local junto à foz do Rio Añasco ou Aguada. A nova povoação recebeu o nome de Vila de Sotomayor.

Quénia
No actual Quénia, os portugueses construíram no século XVI duas importantes fortalezas: Mombaça e Melinde. Melinde foi o primeiro local onde os portugueses se fixaram, sendo a partir daqui que se deslocaram para Mombaça.

Reino Unido ( Grã-Bretanha )
Desde a Idade Média que se regista a presença regular de portugueses em Inglaterra pelos motivos mais diversos (económicos, políticos, etc).

Roménia
A roménia foi um antigo bastião cristão na Europa Oriental. Desde o século XV que existem relatos na ligação entre portugueses e romenos. O Infante D. Pedro, em 1427, foi à Transsilvânia com um exercíto para apoiar o principe romeno Dan IIo na luta contra os Turcos otomanos que se tinham instalado na Valáquia.

Rússia
Os relações diplomáticas entre Portugal e a Rússia datam de 1779, no entanto os contactos comerciais e culturais são muitos anteriores.

Seychelles
O arquipélago foi descoberto nos princípios do século XVI pelos portugueses (Vasco da Gama). Em meados do século XVIII foi a vez da França o ocupar..
A PUBLICAÇÃO DESTE TEXTO
CONTINUARÁ
NOS PRÓXIMOS DIAS

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